A que ninguém se permita dizer civilizado porquanto nós
somos
Os donos desta terra toda onde o homem branco hasteou seus
pés.
Os pés enlameados em suas botas sujas de couro morto de
outros
Por todos os solos calcinados, onde agora da Amazônia
fala-se
De um crescimento que na verdade passa a ser imoral
enquanto lei.
A todos os indígenas, a todos os negros expatriados em
nossos braços
De braços emprestados, a toda a Latino América tão linda
que não deixem
De olhar para si mesmos para verem os estragos embutidos na
farsa.
Queremos um país dos brasileiros, e não é a interveniência estrangeira
Que porá fim a um sem dono a que abanam seus rabos de
antanho
Quando veem que um que se preze sabe que o mundo não é de
ninguém!
Que sigam mapeando, nada vão encontrar além das ocas de nós
mesmos
Dentro de cada qual, na resiliência infinita de nossos voos
pela natura
Mesmo em concretos de cidades onde não se veem os
pássaros...
Não venhamos com a história do preconceito aos povos mais
pobres
Posto que somos iguais na mesma matéria da carne, de pés e
mãos
Que sabemos muito bem onde mora o líder de nós mesmos e
nossa face!
Somos todos proprietários de nada, tentando fazer de conta
o ganho
Dentro da dura luta onde os necessitados sabem que é na
grande Igreja
Que a casa se refaz dentro do que imagináramos não fôssemos
sombra.
A oca esta intacta, cada qual em seus portões, em aptos aptos,
em solos,
Em pátria e vento, em esperança, em gestos e não nas
organizações
Que só fazem desorganizar as nossas intenções de ao menos
sermos mãos.
Dos filhos que, justos, nascem para o vindouro, que o
futuro não corra
Como um carro atravessado que dentro de seu álcool atropela
a certeza
De saber estar impune quando pratica as pequenas e duras
maldades.
Ah, sim, a oca de nós fortes ou não, com a fortaleza do
pensar na proa
E a certeza de saber que seremos igualmente força quando
pensarmos
Que a vida não se desmerece no gesto falho de uma
autoridade falível.
Não, que tenhamos qualidade em pensar que a vida é muito
mais flexível
Do que tantas outras que se nos acodem quando precisamos,
mesmo quando
Soubermos que de fato quando pensamos que estamos a solidão
nos pega.
Mas sim que a jornada é tarefa de alguns, e todos que
participem da vida
Pois a oca é de todos, uma taba de diâmetros causais e
precipitados
Na razão sincera de ao menos sabermos que não estamos
distantes do algo.
Jorra a semântica da poesia, pois quem diria que o poeta
não estivesse vivo
Se no mais a poesia é ferramenta igualmente indiscreta
quando vale mais
Do que um jogo a mais em um negócio escuso onde se encerra
um ser.
Tenhamos que depender tanto das auras que a eletrônica nos
ensaie e erre
Quando nos percebemos mais vivos porquanto existente nas
selvas
Aninhados nas tribos que nos consolem por serem mais
estridentes que outras?
Tá valendo, que vale, que vale sempre estarmos em
consonância com todo
O que se move na esteira rubra de uma calçada, no tronco de
uma palmeira,
No orifício de um parafuso mal encaixado, nas sobras de um
ontem para hoje...
Seria maravilhoso vermos toda a produção de uma programação
de TV
No que não vimos até a parte que cabe no latifúndio de nós
mesmos, área
De circunscrição, que perdoem, não houve a intenção
qualquer de dizer algo!
Se as inteligências se entorpecem com alguma verdade mal
pronunciada
Que tentem vir a ser mais inteligentes do que um país que
não cansa
Ou um braço que segue dando o exemplo de não ser apenas
mais um.
Não teçamos comparação com algo, pois o que já foi não se
repete na história
E a pretensa erudição de dois anos de academia não
significa mais do que
Apenas mais três polegares nos bíceps e tríceps e cinco a
mais no trapézio.
Não haverá como isolarem mais o verbo, pois este não encerra
qualquer ato
Que por ventura alguém saiba melhor do que milhares de ocas
cerradas ou não
No motivo fremente de viver nos conformes, sem qualquer
necessidade maior.
Que venham os marinheiros de outrora, em suas embarcações
de velames,
Mas que venham aprender em nossas ocas como herdar
humanidades e modos
De uma vida em que a juta que tecemos sabe mais do que o
ébano expatriado!
Que as luzes de um farol imenso mostre não um led
posicionado em um sonar
Em um drone submarino de tecnologias inversas do que se
diria de um futuro
Quando na verdade este mesmo futuro não se traça na
superfície do Sol...
E que se fale que não se construiu a poesia, que o papel
jamais a aceitará
Posto a concretude do ato de um artista não convive com as
sobras da dúvida
Em uma infelicidade de não se saber vivente por não se
conviver mais com a arte.
Justo que a poesia de um vate permanece no silêncio de uma
estrela distante
Que revela o fazer da arte e a pronúncia de um prazer
igualmente gigantesco
Posto estar com a arte em todos os séculos em que os índios
nos ensinaram...
Que não nos sobrem a amarga condição em que muitos
sinalizam as frentes
Do que somos quais peças antigas e reformadas de cinzéis
romanos
Quanto de sabermos que as vertentes que brotam de nossas
vidas não são vis.
A condição da poesia é navegar por sobre o sonho, quando
este se revela
Mais do que todas as lideranças constituídas de um ego
construído no Poder
Em que este exima a que todos deles participam, posto
joga-se um jogo cru.
Se outras questões foram mal colocadas, saibamos que as
nossas ocas estão
Fremindo os desejos de compartir com todas as outras que
são similares
Às diferenças que capitulam a inquietude da intenção da
intolerância.
Saibamos de uma vez por todas que ninguém deve estar
julgando que não seja
Na própria palavra o ato em si mesmo, para saber que o
sonho de um país livre
Sabe mais da soberania do que existe no princípio de sua
própria Natureza.
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