sábado, 24 de fevereiro de 2018

O QUE ESTAMOS VENDO...


Não se vê o que não vemos, ou se vemos acabamos por quase saber
Que a vida seja mais completa em sua virtude é certo do conhecer
Mas a massa do pão teima em alimentar-nos do concreto e do poder
Em vista do que o povo pode, e não é vã se grande for sua atitude!

Não soçobremos na vista de uma nuvem que prenuncia o algo do mar
Quanto de ondas estamos já cravejados pela experiência que tende
A sermos uma joia de brilhantes engastados no cordão que nos una…

De sermos povo, sermos sempre de Deus, que este é alto quando dita
Qualquer regra que não nos imponha o tempo, pois é através deste
Que mensuramos nossos quereres em melhorar a nossa e a do outro: vida!

Mesclamos um tipo de complexidade aparente, quando a angústia
Por vezes nos leve a um tipo de opacidade nas vistas que não se encerram
Quando por sobras de limalhas vemos nossas indústrias acabarem uma peça.

Do torno ao gesto, de uma montagem cenográfica em que pensemos arte,
Do quilate indivisível do saber, do humanismo em querermos apenas bem viver
Sem termos que acreditar que será através de um tempo sem mudanças
Que estaremos testemunhando melhoras na aparente contradição dos ventos!

Posto em caminhos vejamos estrelas mais gigantes que nossos propósitos
Em um requisito que talvez nos acompanhe nas lides que nos empatam
Com os jogos em que não nos ensinaram as regras e continuamos pelejando o gol.

A princípio distamos de um quase nunca que sequer alicerça um mastro de lata
Quando sabemos que em seu cerne está a cepa que não deveríamos ter extraído
De uma floresta entre outras que faz o barco soçobrar no descaso da evidência!

Siga-se a vertente, o modo aprumado da coragem, que estas palavras encontrem
Ao menos a ressonância dos de bem saberem criar a atitude que não revele faustos
Nem ditas falsas questões em que por vezes nos confundimos em cruas entrelinhas…

Nada é mistério na poesia, pois seu significado reside no coração do poeta,
Que seja, germinar a esperança em nada que nos impede que lutemos nas esperas
Ou que – vigilantes – olhemos pela Pátria com o mesmo olhar do sem ressentir-se.

Nas vestes nos vemos iguais a quem quer que saiba que estas cobrem nossos corpos
Na prata que não é prata, no ouro falsificado, na bolsa que é de todos a marca
Ou no tênis caro manufaturado por mãos precisas e duradouras de uma Indonésia.

Sabermos do mundo se tornaria tarefa maravilhosa, e aprender novos conteúdos
Seria outrossim uma boa suposição, ao que a ideia não nos remeta à encruzilhada
Por esquinas trafegadas por tantos e tantos que a cidade torna-se minerais de lona.

Ah, sim! Que matéria em que nos vemos justos, juntos, a bem dizer de próximos
Verões em outras partes, visto que o celular siberiano não esquenta no Saara
Mesmo quando de conexão sincera, a saber, não estamos conectados no frio mundial.

Saibamos que a comunicação exerce o fascínio por um lado quando os elétrons
São reis no átomos concebido nas correntes, esse exercer cinético que não reside sempre
Onde sequer sabemos exatamente o que acontece quando estamos distante de nós.

Uma maré que carregue o fardo de qualquer melancolia, para acima de nossa condição
Subscrita nos papéis que largamos em educações que nos faltaram e não servem
Por agora que passamos a acreditar no topo sem termos acompanhado as bases.

Pois pudera superarmos nossos erros quando pensamos em algo renitente
Nas faces do que não se sabe ao certo, mas que o desfecho iminente não passam
De datas cabais, de dias e meses, de um processo agigantado e humanamente
Quase impossível de prever em jaças que esquecemos nos rastros das joias da coroa!

Voltaremos ao Brasil imperial, ou de colônia sabe-se que ao poeta lhe falta história
Para ter vivido um tempo onde sequer oligarquias exerciam seu papel em desmonte
No desmotivo de saber – aí sim – a questão de aonde residirá a nossa metrópole…

Hemos visto a imagem continuada das armas, e quando essa imagem se torna trono
Muitos paradoxalmente ficam tranquilos ao saber que na linha do fogo estarão
Outros que certamente não são seus filhos, pois o condomínio já possui segurança.

Seria pouco não falarmos que podemos tender mesmo assim ao fracasso,
Pois a vivência cotidiana da segurança nacional não possui o ranço nem o ódio
Que move outras partes, na razão diretamente proporcional ao anárquico poder
Que muitos encerram na sua lógica de correr em direções, o mote indecente!

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