Infelizmente,
por vezes sem conta as grandes crises impulsionam avanços na
tecnologia e outras vezes sem conta essa mesma tecnologia alicerça
conflitos e empodera grupos que no mais são os que têm maior
capacidade ou avanço nesse campo. Obviamente, aqueles responsáveis
pelo conhecimento mais apurado e suas profissões de ponta, quando de
extrema competência, vêm de classes mais abastadas, da elite
propriamente falando, pois puderam estudar em escolas particulares,
com índices elevados na sociedade, referências de ensino que criam
as condições necessárias ao ingresso das melhores faculdades ou,
no caso dos militares, instituições que formam oficiais de alto
nível. No caso nos perguntamos: o que as escolas públicas passam a
representar em nosso país? Quiçá escalonamentos injustos, onde a
lógica pertença mais às Arcadas de São Francisco do que uma
faculdade “walita” de formação, ou seja, com meios acadêmicos
inferiores, onde dependerá do aluno muito mais a sua capacidade ou
esforço se quiser obter trabalhos com rendimentos maiores. Para se
manter esse estado acadêmico ao nível das faculdades, o que não se
dirá daqueles que sequer se formam no segundo grau? Obviamente,
passam a ser relevados a um tipo de ostracismo em que não se
encontram com o bom senso de saberem ver esses fatores sistêmicos
como uma espécie de determinismo, onde nem tudo são oportunidades,
se não houver uma educação mais igualitária.
Como
em processos kafkianos, não sabemos ao certo as origens, ou
precisamente os fatos causais que nos tornam reféns de posições
arcaicas nos índices de desenvolvimento precários em nosso país.
Como labirintos de corredores de escolas pobres, litígios em que não
há advogados atendendo, medicina em crise ou, em outra ponta desse
ilusório panorama de conquistas na área econômica, não vemos
estruturalmente a nossa sociedade mudar para evitar a miserabilidade
da nossa condição humana. Vemos sim, uma corrupção desenfreada
onde o jato de água acaba por encontrar de per si dificuldades em
levar a termo a continuidade de suas operações no plano jurídico,
por onde se vê que nessa outra órbita de atuação há um tipo de
seleção nada natural dos apenados ou daqueles que são poupados
nesses processos. Penas gigantes com quebras institucionais
decorrentes são deflagradas àqueles que não têm nenhum crime de
responsabilidade contra, enquanto outros são poupados no processo de
engavetamento de documentos ou mesmo na extrema de destruição de
provas. Talvez alguns achem estranho estarem no grande edifício de
Kafka, onde sua personagem jamais soube o porquê do processo
imputado a ela. No entanto, há que se ver que a formação acadêmica
de alguns possuem claramente o cerne da intencionalidade ideológica,
a exemplo de forçar esse campo para inutilizar provas que defendem o
sujeito, questão que o Direito deve se perguntar à validade ou não
dessa manobra quase tão legal quanto o Mickey e sua fantasia.
Nas
questões da busca de Poder através das redes sociais, há que se
citar que redes complexas podem ser objeto de análise e
processamentos com algoritmos criados que investigam o comportamento
dos grupos, em termos de vértices – unidades de IPs – com as
arestas – ligaçoes entre os vértices – que podem possuir seus
relativos pesos, conforme a relação que possuem com outros vértices
e grupos, tornando a visibilidade já conceitualmente propícia às
“intenções” de mercado. A princípio, toda a investigação do
comportamento dos usuários de um sistema informacional visa garantir
lucro quando se apropria de informações desses mesmos usuários,
mapeando os padrões de consumo e os usos: seus tempos, seus desejos,
suas preferências e círculos de amizade. Estes vão desde
preferências políticas, diferenças de cunho social ou mesmo em
casos de algum eixo não correspondente ao status que se espera de um
“comportamento social”. A diversidade passa a ser controlada
pelas células que se tornam a aproximação pura e simples, e os
casos atordoantes para o sistema passam a ser isolados como
aberrativos ou patologicamente assistêmicos. Assim como se deixa ao
cidadão a plataforma que o torna paradoxalmente mais livre quando de
poder pretender e consumar o modo de viver ao seu jeito,
autenticamente de fato, justamente quando rompe com certos grilhões
digitais. Os displays não necessariamente precisam ser quase que
próteses inevitáveis em nossas vidas. Apenas coexistem como
ferramentas outras que, aliadas do martelo e do liquidificador,
possuem seu papel não hierárquico como peça de comunicação, mas
propriamente uma extensão tátil do telefone, um rebuscamento
funcional. Faça-se um bom uso e chega de pensarmos que o processo
kafkiano é inevitável, pois basta nosso pensamento com Fé, a
antiga Fé, pois esta move as montanhas…
Esse modo mais simples nos conecta com a religião, com a
espiritualidade, algo anímico, quiçá com estudos a respeito de
movimentos filosóficos igualmente: tudo isso, encontrar em algo
complexo razão de estudos faz parte intrínseca de uma vida
interior, de um intimismo necessário nos tempos de hoje, onde se
postar em uma vitrine e assumir um valor de mercado se tornou uma
inconsequente tarefa onde a maioria nem acredita estar realizando,
com as plataformas mais íntimas de seu ego em uma exposição
retroalimentadora que só serve para beneficiar os donos desses
meios.
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