quinta-feira, 15 de março de 2018

A ARTE E SUA PARTE

A arte vira semântica discreta, o “europeu” não é mais visto no conforme
Quase exato de no fim das contas perceber o valor de um Veronese
Que o vulgo não conhece nem seus imensos e maravilhosos verdes
Quando – espera-se – que um dia saiba que a esmeralda pontua nos olhos!

Passa-se o tempo incomensurável, vêm as desditas, e aqueles que se dedicam
A um futuro qualquer, seguem pensando que nas linhas filosóficas estão as veias
Que consagram o entendimento, justamente na igualdade dos remanescentes!

Descobre-se o título de uma infidelidade, e a ofensa passa a ser no toma de cá
Que eu lhe darei um troco na medida com o sermão de látego a mais no lucro
Que deixam visivelmente escapar das mãos do verdugo, como um voo de corvo.

Poesias que nascem, das mãos escalavradas do poeta, que não diz o que se quer
No que não se engaja, posto por permanecer fremindo a massa de um pão
Que nasce no amanhecer de cada estabelecimento, onde uma enferma crítica
Vai recolher seu quinhão no silêncio dos dias sem sequer haver tom simbólico.

A poesia constrói a rua, os manifestos a decoram, os grupos passam em bandos,
E as ruas vertem seus canais, seus caracteres, suas personagens, seu trabalho
Em que pungentemente a arte canaliza propriamente para seu território sagrado:
O de ver que nasce o dia, e quando este pousa, dá espaço para pássaros noturnos.

Não há ferimentos morais na estepe dos quase moribundos, quando estes veem
Seus alentos chegando na forma de alimentos supridos pelo bom senso,
E não haveria qualidade maior do que isso se a todos o alimento do bom senso
Fosse bem comum na consagração da liberdade de se escolher a oportunidade.

Este, sim, fora o parágrafo do heroísmo, porquanto a esfera de se manter ativo
Manda que se permita um grande animismo entre as gentes, sem a permissão
Que não venha do Altíssimo, pois no progresso da dialética está o porquê da dúvida.

Verdadeiras etapas são cumpridas, a memória atinge o grau quase perfeito,
Os rostos se mantém mais serenos na certeza, em que atingir a mesma perfeição
Não é a tarefa dos homens, posto o Grande Serviço é apenas uma sombra Dele.

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