terça-feira, 5 de abril de 2016

A SOCIEDADE EM SEU PAR

          Há que se ver, quase como um sonâmbulo, por vezes, em que nossas sociedades já se parecem... Com o que imediatamente nos ocorreria? Se a informação é tão veloz, para onde estamos indo? Talvez a perscrutar pensamentos cerebrais em suas zonas, ou isso já é dispor de pretensões que vão mais além da própria ciência. Resta saber se temos tempo, e é justo algo que nos falte, a quem quer justiça, a quem quer cidadania, ou a quem quer a Natureza incólume, em suas terras, em suas águas, nas rochas, plantas, animais e na ética que deveria obviamente nos consagrar como pretensamente pensantes a gerir um mundo melhor. Vários são os problemas, inúmeras as equações que temos por diante, e nada nos ofusca tanto como as imagens, seus sons e escritas com feed backs prontos, uma comunicação que não é independente quando seus recursos são amplamente distribuídos a um divisionismo de tecnologia, como se esta fosse o próprio porta voz da cultura, ou mesmo o retrato assumido do que vem a ser o império. No entanto, há ainda a democratização de uma cultura em países menos desenvolvidos cientificamente, mas que seguem a reboque do padrão cultural repetido em seus meios das matrizes que impõem os graus de sintonia psíquica a que querem que estejam submetidos os seus “ramais”. Como antenas, devemos nos posicionar de uma forma a estarmos atentos e tentarmos descrever como cidadãos o que nos afeta em nossas sociedades, como testemunhos cabais de como devemos enfrentar nossos monstros criados no totalitarismos dos meios que revestem de insânia o propósito de nos tornarmos cada vez mais independentes, matéria em que se reveste da Verdade as diversas condições criadas por todos os instrumentos de mídia.
          Não adianta propriamente abraçarmos vivências de tecnologia cosmética, “pintando” fachadas, ou “sensibilizando” superfícies, como se fora algo tecnologicamente revolucionário. Sim, devemos mesclar os antigos suportes culturais com as novas tecnologias, mas dando importância inequívoca ao artesanato como manifestação de manufatura e modo de expressão tão exponencial quanto necessário. Pois sim, falamos às vezes sobre a palavra necessidade e – incrível – esta suscita interpretações, como igualmente a palavra concreta. Ora, a necessidade é algo concreto no seio de uma sociedade, ou em um esteio de uma razão... Devemos a recorrência de certos problemas em países como o Brasil quando vinculamos a questão política ou filosófica, seja em que modal for, como algo que subverta o capital. Essa herança é de um tipo de anti história, um nada complementar, a ausência de pensarmos inteligentemente os rumos de um país, que obviamente antes de qualquer coisa deve fundamentar-se no Estado laico e no aprofundamento filosófico das origens e soluções de seus problemas, seja em que modal forem. A leitura e estudo se fazem necessários, igualmente, para usar uma palavra livre de uso comum: recorrentemente, a necessidade! Temos por ela um carinho, pois a ausência de seu termo oculta sob o manto da carência muitas soluções que podem ser encontradas. Portanto, não pertençamos a um mundo onde se faça imperar a ilusão, posto se for requerido a um pensador, este deve ter em conta a fragmentação dela, seus tentáculos, suas sociedades, seu manietar de um pensar mais soberano, podendo o pensador ter em si um ceticismo, ou abraçar a Verdade gigante que a ele se anunciar, e desmembrar para expor com clareza, a análise e a síntese de seu ideário. Pode ocorrer assim, e que queiramos muitas cabeças desse porte, pois assim se constrói uma pátria livre, assim uma sociedade germina as flores que necessitamos em nossos jardins, ou melhores frutos na compreensão das coisas como elas são: origens, contextos, cultura e ato. Falemos em flores, visualizemos como obras de arte, pensemos, imaginemos, meditemos em um rabisco que possa nos dar duas frentes, o caule e a flor propriamente. Que sejam uma linha e um círculo. Demos asas. Assim como em um livro. Igualmente, possuímos a bíblia, mas mais do que isso é extrair uma grandeza humana dentro de linhas mais sutis do que a própria divindade feita verbo. Nem sempre temos os livros divinos, nem sempre temos sequer a literatura. Podemos ter um jornal. Igualmente, podemos nos expressar, escrever um post mais consciente, mais sincero, não esperar apenas confetes e não ser sempre necessariamente sempre tão correto no padrão imposto pela abóboda caleidoscópica de um facebook ou outro display similar. Há um quê de muito conforto na questão, enquanto nas ruas a hostilidade fica por conta de animosidades tão várias que sequer pensamos no que fazer com o peso de ofensas que vêm em roldão. Algo de controle seria necessário, ou basta que apenas os fortes prevaleçam, enquanto populações vulneráveis inteiras são submetidas às bestas feras da intolerância?
          Por um viés, podemos afirmar que existimos, mas muitas vezes somos reduzidos a selfies ou citações, ou demonstrações de interesses. Podemos ter um blog, como quem vos escreve, podemos ter consciência de algo, escrever um mail mais longo, ou mesmo espalhar uma mensagem de diplomacia, ou melhor, colocarmos um pouco mais de amor em nossas vidas, como dizia Vinícius de Moraes... Se formos falar da ciência existencialista talvez seja essa uma saída conveniente. Por outro lado, nas questões que ocorrem sem conta no país, até nas religiões, ou principalmente nestas se encontra motivos de barbárie sem conta, a partir do princípio de onde sejam estas, ou suas localizações infelizmente estratégicas. Há homens tornados criaturas que se aproveitam do que professam fé para pressionar outros por razões ideológicas ou existenciais, o que torna o mundo religiosamente beligerante, separando a questão humanística, crucial ao bom andamento de uma sociedade pacífica e justa. Mas sabemos que ocorre o oposto. Um que possua ideias libertas das amarras impostas sabe que há muitos que se voltam contra essa liberdade tão importante nos dias que atravessamos neste país, onde grande parte das forças da sociedade ainda primam pelo totalitarismo, mesmo que este venha de uma igreja que prega a igualdade religiosa, mas que não evita contendas de caráter político. Usarei a mesma palavra: infelizmente... Infelizmente as pessoas não estão podendo ter paz de espírito, infelizmente não estão felizes, mesmo hipocritamente em grande parte das gentes professando fés que não são nada mais do que motivos insanos de espalhar para o mundo sua agressividade e brutalidade desumanas. Seria o momento de Deus dizer a um novo Noé? Dizer que venha um dilúvio?... Agora é tarde, pois grandes interesses de espólio com relação ao mundo, encabeçados pelos países mais ricos, já fizeram seus estragos no planeta, e chove, chove muito, a ponto de pontuar no olhar de um infeliz a própria pecha que se impõe em torturar seu semelhante. A esse ponto chegamos, e os interesses se pronunciam de tal modo que não temos mais a capacidade de vislumbrar a esperança por vezes em uma criança mais pobre, ou a um mendigo que também se torna por vezes a criatura medonha fruto de sua própria condição nas ruas que o impingem de violência e brutalidades.
          A um ponto de sabermos que um bebê não foi atendido por um médico – ainda particular! – porque sua mãe era do PT. Essa é uma brutalidade tão imensa que retrata um pouco do popularesco e ridículo apocalipse de porcos em que querem tornar a nação brasileira. Não podemos deixar de clamar a que se entendam os contendores, mas um homem como Eduardo Cunha é a própria besta descrita em qualquer escritura de cartilha barata. Realmente, sofremos perigo em nossa cidadania, a ponto de acharmos quase que estaremos fadados a nos fecharmos em copas ou andarmos escoltados por seguranças armados, como o próprio Cunha faz. Todas as máfias tem seus braços, e o que se vê é um prenúncio de uma máfia que privatizará o Brasil, loteando suas riquezas e entregando o ouro tão sagrado que conseguimos a duras custas de bandeja para os interesses estadunidenses. Como proceder para continuar a ser um cidadão? Eles vão prosseguir torturando os homens e mulheres de bem? Vão permitir a liberdade de culto? Vão conseguir interromper certamente os trabalhos da Lava Jato, para pararem onde a merda ainda não bateu? Meus caros amigos, do Brasil e do exterior: o que se está passando com a nação brasileira é um abismo em que nossas instituições democráticas estão por um triz de cair. Teremos que resistir, pois dizem de outros países em que os EUA e seus lacaios fazem fila para reprimir-nos, mas haveremos de mostrar ao mundo que o povo brasileiro se tornou um dos povos mais conscientes e valorosos do planeta, e isso ninguém tira de nossa memória e das manifestações de nossa cultura!

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