Não há que encontrar necessariamente
algum padrão da montagem no vídeo, uma montagem visual, um quase ruído por
vezes, no universo da imagem e do som. Há cabos e mais cabos no mundo
transportando sinais e entretenimento. Há antenas e ondas por todos os lados, e
talvez o que nos chega é mais do que pessoalmente enviamos. Não há, obviamente,
o feed back que ocorre em países do
primeiro mundo, pois não alcançamos ainda a mídia ideal: que servisse
efetivamente a população. Quando se fala primeiro mundo obviamente traduz-se
uma sociedade mais lida, mais culta, mais estudada em suas médias
populacionais, não sendo apenas os países mais ricos.
Se fizermos uma releitura do vídeo,
acompanharemos mesas e mais mesas de edição, ensaios televisivos, montagens,
fatos intencionalmente ocultos... A edição por si é fabulosa como matéria de
trabalho, mas, creiam-me, jornalistas dos grandes meios, não queiram repetir
escândalos libertinos em que muitos observadores externos se lhes alcunham de
meros repetidores da mentira organizada e falseada para tal. Na contraparte
desse jogo já obsoleto mesmo em jargões de impérios decadentes resta saber que
nos sobra a raspa do tacho, o que estragou nessa panela de alumínio
galvanizado, já de terceira, inóspita, inócua perante órgão de um mínimo de
seriedade de notícias ou filmográficos. Há que se valer, ou se dar conta de que
quando conhecemos algo do processo da feitura desse material, teremos know how de consciência, sairemos de uma
ignorância para sabermos como lidar com a indústria cultural: seus ícones e
arquétipos. O povo deve saber, as massas devem estar cada vez mais
esclarecidas sobre os conteúdos de retaguarda, pois assim obterão defesas internas e coletivas muito mais amplas
quando submetidas em suas casas a algum tipo de farsa
abjeta.
Essa releitura pode ser debatida
amplamente, dentro do caudal saudável do conhecer humano, até para regredirmos
a interpretação da humanidade como especiação fadada ao fracasso, que busca
sempre minar a consciência do homem ou da mulher como cidadãos que portam razão, ou que
ainda a desconhecem – a se garantir seus direitos – quando em ignorância. Um
advogado ou jurista nunca pode ser considerado “superior” a um operário ou uma
diarista. Temos exemplos cabais de consciência que mostra luzes em todas as
partes, pois que se queira mais luzes, e o ofício de cada qual seja respeitado,
em todas as vertentes e frações existenciais, incluso de grupos que são
amplamente divulgados como minorias, ou estigmatizados pelo preconceito. O que
se busca em uma sociedade ideal é que se busque conhecer-nos e ao que nos
amplia como seres que possuímos o poder de construção e igualmente o de
destruição. O tópico em questão é o entretenimento e a releitura de um dos
aspectos existenciais de nossa cultura ocidental: o vídeo... Que ampliemos o
conhecer-se da tomada de cena, de como construir uma peça teatral, um monólogo,
o que é cenografia, iluminação básica. Se o entreter-se de massa é por canais,
que se os conheçam, afim de que, em qualquer situação de natureza política,
guardemos nosso precioso tempo para compreendermos e cortarmos o estranho cordão
umbilical que nos liga e nos torna obsessivos ao nosso imo, diuturnamente.
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