sábado, 30 de abril de 2016

UMA RELEITURA DO VÍDEO

            Não há que encontrar necessariamente algum padrão da montagem no vídeo, uma montagem visual, um quase ruído por vezes, no universo da imagem e do som. Há cabos e mais cabos no mundo transportando sinais e entretenimento. Há antenas e ondas por todos os lados, e talvez o que nos chega é mais do que pessoalmente enviamos. Não há, obviamente, o feed back que ocorre em países do primeiro mundo, pois não alcançamos ainda a mídia ideal: que servisse efetivamente a população. Quando se fala primeiro mundo obviamente traduz-se uma sociedade mais lida, mais culta, mais estudada em suas médias populacionais, não sendo apenas os países mais ricos.
            Se fizermos uma releitura do vídeo, acompanharemos mesas e mais mesas de edição, ensaios televisivos, montagens, fatos intencionalmente ocultos... A edição por si é fabulosa como matéria de trabalho, mas, creiam-me, jornalistas dos grandes meios, não queiram repetir escândalos libertinos em que muitos observadores externos se lhes alcunham de meros repetidores da mentira organizada e falseada para tal. Na contraparte desse jogo já obsoleto mesmo em jargões de impérios decadentes resta saber que nos sobra a raspa do tacho, o que estragou nessa panela de alumínio galvanizado, já de terceira, inóspita, inócua perante órgão de um mínimo de seriedade de notícias ou filmográficos. Há que se valer, ou se dar conta de que quando conhecemos algo do processo da feitura desse material, teremos know how de consciência, sairemos de uma ignorância para sabermos como lidar com a indústria cultural: seus ícones e arquétipos. O povo deve saber, as massas devem estar cada vez mais esclarecidas sobre os conteúdos de retaguarda, pois assim obterão defesas internas e coletivas muito mais amplas quando submetidas em suas casas a algum tipo de farsa abjeta.
            Essa releitura pode ser debatida amplamente, dentro do caudal saudável do conhecer humano, até para regredirmos a interpretação da humanidade como especiação fadada ao fracasso, que busca sempre minar a consciência do homem ou da mulher como cidadãos que portam razão, ou que ainda a desconhecem – a se garantir seus direitos – quando em ignorância. Um advogado ou jurista nunca pode ser considerado “superior” a um operário ou uma diarista. Temos exemplos cabais de consciência que mostra luzes em todas as partes, pois que se queira mais luzes, e o ofício de cada qual seja respeitado, em todas as vertentes e frações existenciais, incluso de grupos que são amplamente divulgados como minorias, ou estigmatizados pelo preconceito. O que se busca em uma sociedade ideal é que se busque conhecer-nos e ao que nos amplia como seres que possuímos o poder de construção e igualmente o de destruição. O tópico em questão é o entretenimento e a releitura de um dos aspectos existenciais de nossa cultura ocidental: o vídeo... Que ampliemos o conhecer-se da tomada de cena, de como construir uma peça teatral, um monólogo, o que é cenografia, iluminação básica. Se o entreter-se de massa é por canais, que se os conheçam, afim de que, em qualquer situação de natureza política, guardemos nosso precioso tempo para compreendermos e cortarmos o estranho cordão umbilical que nos liga e nos torna obsessivos ao nosso imo, diuturnamente. 

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