quinta-feira, 21 de abril de 2016

A PREMISSA DA NÃO LÓGICA

Saber-se ausente de um processo significa uma neutralidade que se diria nem ao menos diplomática, pois se é de mitos que sobrevivem os caudais do entretenimento informativo, é da leniência desse papel de mármore kitsch de imitação que alguns homens se negam a participar. A não lógica torna-se outra questão em que suplantamos o chamado raciocínio com outras vertentes de pensamento que (pudera!) tornam-se muito mais potentes do que as indústrias do processamento supramencionado em quaisquer quesitos das maiores academias do mundo. Esse mundo sincrônico onde o grande display tecnológico faz-se dominar por uma frente ampla que reage à tentativa franca e abertamente covarde de dominação, a ponto de drones estarem matando jornalistas pelo mundo afora, a contarmos de que estes são muitas vezes do mesmo país dos chamados não tripulados, mas que desejam por um saudável sacerdócio profissional mostrar a face cruenta das guerras. Basta, mostremos de fora... Quando a lógica é contrária ao desenvolvimento humano dos povos, mostremos uma não lógica, neologismos que deveremos usar, não apenas no desenvolvimento de softwares livres em plataformas independentes, mas contextualizarmos a questão de que lógica estão ensinando, a que propósito e com que intenções “puristas”.
A apropriação pura e simples do conhecimento tecnológico, ou da ferramenta da imaginática fundamentada nesse conhecimento, traz à razão um desconforme paradoxo da desigualdade latente nas sociedades emergentes em relação ao chamado “ainda” primeiro mundo, desigualdade esta não apenas no volume titânico de informações, como na capacidade de processar, filtrar, manipular e espionar muito maior por parte de países que assumiram já essa chamada contenda de informações, contenda essa que em sua grande parcela tem o pano de fundo dos interesses econômicos sobre os territórios ricos de nosso planeta.
Na verdade, a premissa motivo desse breve ensaio, é com relação aos aspectos produtivos em que – como o nosso país ainda não possui know how para a manufatura de produtos mais elaborados como displays de alta tecnologia – as mãos como elas são ressurgem com força no chamado trabalho artesanal, ou quando torna-se o trabalhador mais consciente na própria indústria convencional, de montagem, etc. Isso vai ao encontro do fazer consciente, do diálogo entre as classes produtivas e dirigentes, vai da informação reversa, que no meu entender é aquela onde se conhece como foi produzida a informação – mesmo em processo mais rudimentar – como é impressa, ou como utilizar meios de informática no objetivo de desmitificar o processo produtivo. Por isso dar-se-á paradoxalmente importância cabal ao processo artesanal dentro das sociedades, pois toma-se maior consciência dentro de chamadas economias solidárias a como compreender o processo produtivo, e a arte e o design sem fronteiras tomam a forma desejada com uma velocidade maior do que aquela já utilizada pela esteira da grande tecnologia mundial, que só faz segregar economias ainda em expansão, potencialmente mais fortes, como a do Brasil. A não lógica passa a ser quase um raciocínio, mas este demora pouco dentro de uma máquina como um processador, e necessariamente passamos a não precisar inevitavelmente dessa máquina para que possamos existir enquanto sociedades, ou passemos a uma reversão econômica onde o mínimo de insumo e meio desse teor seja o suficiente para que engrenemos outras máquinas, ou seja, azeitemos o pensamento e a consciência produtiva para que galguemos os patamares necessários – passo a passo – sempre de modo mais horizontal entre a inteligência e os da obra.
Há sempre um alerta para uma sociedade de consumo que por vezes satura-se de um viés tecnológico e se perde nos poderes que empreende coletivamente através de certos mecanismos que passam a ser mera cosmética em um processo inquestionável em todas as frentes dentro de mudanças onde somos por vezes meros espectadores – literalmente – de filmes de realidades forjadas conforme as exposições e o contexto da mídia, e de outro modo somos agentes geradores de imagens em que por vezes são realizadas dentro de um tipo de alienação do processo de como acontece essa mágica... Quando os novos meios de entretenimento sufocam a sociedade gerando dependência quase afetiva pela máquina, há que se preservar a Natureza, pois é hora de revermos mais de perto o arcabouço teórico e prático de nossas culturas. Qualquer tipo de cerca deve ser derrubada, pelo menos em seu conceito na consciência de alguns milhões de homens, mulheres e crianças... Há que se permitir outros vôos, pois a intenção não deve ser nunca registrar a imagem de uma praia para que se possa contabilizar pontos de um game turístico como aventura de andróides que por vezes quase nos tornamos!

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