quinta-feira, 21 de abril de 2016

ALGORITMO

          Principiei o dia revendo alguns papéis, tolamente espalhados por vários cômodos, gaveteiros, sala, cozinha, no armário do reservado igualmente. Na verdade, sabia que deixara alguns manuscritos de antigos registros, mas que se portavam apenas como desenhos, sem sustentação mesmo artística, apenas rabiscos, esboços... Um, em especial, me chamou a atenção: um esquema gráfico de árvore, inspirado na estrutura radicular leonardesca, que já de antemão conhecera em meus estudos das artes no mundo. Mas parecia um conhecimento que se aflorara em nossos tempos contemporâneos, uma vista aprofundada dos sistemas de armazenamento e integração de dados. Esses dados eram gerados, na questão secundária, ou seja, no que se passava por entre os interstícios visíveis da tela digital, eram como um segundo mundo, que se aprofundava em rotinas de programação visíveis apenas a quem tinha os códigos para tanto. Mas que a cada habitante havia gargalos, e certos outros funcionavam como diques, pois os elétrons funcionam como fluxo de água: movidos pela eletricidade como fonte propulsora, energia e dados combinados. Então haveria a existência de vários sistemas, exatamente nas funções e disfunções aplicadas em diversas frentes de processamento. A máquina continuava a mesma, o que destoavam eram seus números, sua quantidade, enquanto que qualitativamente haveria o progressivo apenas de respostas mais rápidas, mas a base eram as matrizes, suas variantes, seus codificadores, os loops labirínticos, a reserva da colocação nos campos de dados, as barras e seus códigos, o CPF, o CNPJ, ou seja, na miríade a proposta deste planeta era pontuar sobre o controle específico e totalizando, crendo na ótica dessas latitudes que um qualquer disposto sobre um paradigma anônimo vinha a não ser protagonista do que se chama comportamento ou condicionamento frente aos olhos da sociedade que vertia no pragmatismo dogmático todos os alicerces de seus blefes. Não no sentido lato do funcionamento da engrenagem até certo ponto totalizante da integração, mas na cosmética visual na multimídia, na antimídia e na ultramídia, ambas de conceitos convexos tanto quanto ausente de argumentação filosófica, quando presente apenas em seus arremedos de insights e em suas teorias cognitivas, de percepção de viés, um retrocesso a que vejamos as coisas da Natureza com a percepção respeitosa e coerente, no sentido de não sermos nós que a vamos recuperar, enquanto não pararmos de explorá-la nos modelos do século XIX ao XX. Nesse intervalo a velocidade suplantou curvas de frequências pontuais para amplitudes e frequências em diversos modais, nos flashies em que se tornou a sociedade contemporânea, a cada segundo o contemporâneo, em que a modernidade vira o jogo depois do pós moderno, e se torna indigesta para as culturas de raiz de povos em que teimam em ignorar. O fato é que existe algo – um quase detalhe da tragédia humana – como o gráfico descendente das reservas de petróleo. Enquanto não soubermos que qualquer país do mundo que possua reservas de monta e não possa se defender interna ou externamente, será vitimado por países que insistem como grandes insetos em tomar posse dessas reservas. Assim o fazem com o Golfo do México, no Iraque, nos sauditas, assim as causas geopolíticas da guerra com a Síria, assim geopoliticamente com a Líbia, assim igualmente o que tentam com o Irã, já vitimado anteriormente, e na América Latina, onde o exemplo óbvio vem da Venezuela com os paramilitares colombianos a insuflar contendas e agora, falo com pesar, o Brasil: nosso país, vitimado pela ganância sem conta dos negociantes do petróleo.
          Enquanto o discurso versar sobre cores vermelhas ou verdeamarelismos, enquanto a Nação Brasileira não acordar veremos sempre os mesmos lacaios montados em suas corrupções de corruptelas jurídicas, acertos antigos e sem fundamentos éticos, em nome de teorias econômicas que irão apenas enriquecer seus flatos.
          O problema, ou para alguns a “solução”, é que o conhecimento tecnológico de ponta mora nos EUA como o país mais fértil nesse campo. Porém, apenas poucos têm acesso a todo esse conhecimento, a todo esse preparo profissional, o que nos torna sectários em relação aos pobres que não possuem renda para melhores profissionais e melhores atendimentos, em qualquer área profissional. Seja na área médica, no magistério, computacional, etc.
          O que temos que ter em conta é que, sem distribuirmos melhor as nossas riquezas, o consumo de nossos produtos brasileiros são travados pela carestia: perde o povo, perdem os empresários, ou ao menos aqueles que não são sustentados pela interveniência externa, ao preço de cartelização e oligopólios em que se pretende por vezes instalar em países vulneráveis como o nosso. Disso que já sabemos que nos pretendamos a ir mais além... Obviamente a análise rigorosa de detalhes por vezes insolúveis nos torna capazes de traçar os algoritmos necessários, estes com o rigor desnecessário, pois ao trazer uma pista do sistema somos capazes de espelhar com objetos da praia, por exemplo, quando encontramos dois cacos de vidro e já estão desgastados pelas marés:o que espelha da mesma forma que a avidez pudesse, se isso fosse possível para uma sociedade que se construída mais humana, que a avidez se desgastasse pela sua própria geração, ao que sabemos que tudo o que dá a corda no tempo traça um algoritmo complexo em suas entranhas sintéticas na perpetuação da mesma avidez brutal, no papel côncavo de empreendimento bem sucedido, por vezes, mas – por outras vezes – com o patibular véu do dolo em explorar o próximo e seu país sem medidas de contenção. Esse espelhamento sereno e quase metafórico passa pelo conhecimento que podemos ter em nos mobilizarmos internamente para contemplar os nossos entornos, verificarmos que não existe vigília permanente, e que nenhum subterfúgio agregado como alguma substância nos fará ver o que se é, o que existe. Nenhuma substância psicoativa faz, nos tempos de hoje, que venhamos a conhecer a realidade que nos cerca, pois esta já é tão ilusória que algo de percepção equivocada nos leva à alienação. A uma alienação de não termos referência, de algo que supomos vivência de lutas, de um modo de agir em que não dispomos da frequência necessária que quebre a que for padrão sem incorrermos no erro de não sabermos dialogar com aqueles que possuam essa faculdade. Se estamos saindo de uma escalada mental de transtorno, que falemos com nossas palavras, que a pausa se faz crucial nessas horas, e devemos empreender nossa tolerância com relação ao preconceito de forma a conceituarmos em um ambiente de busca pela compreensão do próximo, mesmo que enfrentemos uma pressão grande, apesar de devermos saber que a melhor coisa que podemos fazer contra um ambiente de pressão é a reivindicação de nossos direitos, mesmo que nossa fala esteja dificultosa. Esse deve ser o nosso script, o roteiro que nos guie, a ponto da reivindicação terminante e principal a começar, dos nossos Direitos Humanos, já consagrados internacionalmente, mas que algumas nações, por caminhos difusos e autocráticos, tentam dissuadir do panorama dos países pobres ou em desenvolvimento. Falo do dilema da loucura como algo recorrente em países que se tornam totalitaristas, o regresso e a padronagem inescrupulosa da mesmice. Quando se pode afirmar, na lógica de uma sociedade totalitária, que falte respeito às minorias. No caso em questão, aos enfermos mentais e sua posição de fragilidade perante algumas feras de nossa fauna urbana em que nos tornamos: selváticos. É de selva o que é de selva, mas que o stress nos torna quase experimentos urbanos, infelizmente a assertiva pode ser fato.

          Sob determinadas circunstâncias, um coração tornada abeto apenas, multiplicado por centenas e centenas, nos fazem pensar do que seria um afeto tornado em um coração único de contendas externas, sem olhar para si nem para o que temos dentro dele, qual não seria, quem sabe, quiçá algo de espiritual. Pois quando se pousa uma mão no ombro de um amigo, o gesto infelizmente, o fato é esse, nem é esperado como afeto, mas feito no ombro de um suposto – que o ser se considere – inimigo, traça-se a revolução mais pungente, posto não somos nós que devemos descer de algo, mas que um gesto traga mais do que esperamos que dele nos tragamos a um bel prazer, no que seja, não seja o amor, mas que se ao menos dele desejemos, com toda a nossa ternura em querer...

Nenhum comentário:

Postar um comentário