Principiei o dia revendo alguns papéis,
tolamente espalhados por vários cômodos, gaveteiros, sala, cozinha, no armário
do reservado igualmente. Na verdade, sabia que deixara alguns manuscritos de
antigos registros, mas que se portavam apenas como desenhos, sem sustentação
mesmo artística, apenas rabiscos, esboços... Um, em especial, me chamou a
atenção: um esquema gráfico de árvore, inspirado na estrutura radicular leonardesca,
que já de antemão conhecera em meus estudos das artes no mundo. Mas parecia um
conhecimento que se aflorara em nossos tempos contemporâneos, uma vista aprofundada
dos sistemas de armazenamento e integração de dados. Esses dados eram gerados,
na questão secundária, ou seja, no que se passava por entre os interstícios
visíveis da tela digital, eram como um segundo mundo, que se aprofundava em
rotinas de programação visíveis apenas a quem tinha os códigos para tanto. Mas
que a cada habitante havia gargalos, e certos outros funcionavam como diques,
pois os elétrons funcionam como fluxo de água: movidos pela eletricidade como
fonte propulsora, energia e dados combinados. Então haveria a existência de
vários sistemas, exatamente nas funções e disfunções aplicadas em diversas
frentes de processamento. A máquina continuava a mesma, o que destoavam eram
seus números, sua quantidade, enquanto que qualitativamente haveria o
progressivo apenas de respostas mais rápidas, mas a base eram as matrizes, suas
variantes, seus codificadores, os loops labirínticos, a reserva da colocação
nos campos de dados, as barras e seus códigos, o CPF, o CNPJ, ou seja, na
miríade a proposta deste planeta era pontuar sobre o controle específico e
totalizando, crendo na ótica dessas latitudes que um qualquer disposto sobre um
paradigma anônimo vinha a não ser protagonista do que se chama comportamento ou
condicionamento frente aos olhos da sociedade que vertia no pragmatismo
dogmático todos os alicerces de seus blefes. Não no sentido lato do
funcionamento da engrenagem até certo ponto totalizante da integração, mas na
cosmética visual na multimídia, na antimídia e na ultramídia, ambas de
conceitos convexos tanto quanto ausente de argumentação filosófica, quando
presente apenas em seus arremedos de insights e em suas teorias cognitivas, de
percepção de viés, um retrocesso a que vejamos as coisas da Natureza com a
percepção respeitosa e coerente, no sentido de não sermos nós que a vamos
recuperar, enquanto não pararmos de explorá-la nos modelos do século XIX ao XX.
Nesse intervalo a velocidade suplantou curvas de frequências pontuais para
amplitudes e frequências em diversos modais, nos flashies em que se tornou a
sociedade contemporânea, a cada segundo o contemporâneo, em que a modernidade
vira o jogo depois do pós moderno, e se torna indigesta para as culturas de
raiz de povos em que teimam em ignorar. O fato é que existe algo – um quase
detalhe da tragédia humana – como o gráfico descendente das reservas de
petróleo. Enquanto não soubermos que qualquer país do mundo que possua reservas
de monta e não possa se defender interna ou externamente, será vitimado por
países que insistem como grandes insetos em tomar posse dessas reservas. Assim
o fazem com o Golfo do México, no Iraque, nos sauditas, assim as causas
geopolíticas da guerra com a Síria, assim geopoliticamente com a Líbia, assim
igualmente o que tentam com o Irã, já vitimado anteriormente, e na América
Latina, onde o exemplo óbvio vem da Venezuela com os paramilitares colombianos
a insuflar contendas e agora, falo com pesar, o Brasil: nosso país, vitimado
pela ganância sem conta dos negociantes do petróleo.
Enquanto o
discurso versar sobre cores vermelhas ou verdeamarelismos,
enquanto a Nação Brasileira não acordar veremos sempre os mesmos lacaios
montados em suas corrupções de corruptelas jurídicas, acertos antigos e sem
fundamentos éticos, em nome de teorias econômicas que irão apenas enriquecer
seus flatos.
O problema,
ou para alguns a “solução”, é que o conhecimento tecnológico de ponta mora nos
EUA como o país mais fértil nesse campo. Porém, apenas poucos têm acesso a todo
esse conhecimento, a todo esse preparo profissional, o que nos torna sectários
em relação aos pobres que não possuem renda para melhores profissionais e
melhores atendimentos, em qualquer área profissional. Seja na área médica, no
magistério, computacional, etc.
O que temos
que ter em conta é que, sem distribuirmos melhor as nossas riquezas, o consumo
de nossos produtos brasileiros são travados pela carestia: perde o povo, perdem
os empresários, ou ao menos aqueles que não são sustentados pela interveniência
externa, ao preço de cartelização e oligopólios em que se pretende por vezes
instalar em países vulneráveis como o nosso. Disso que já sabemos que nos
pretendamos a ir mais além... Obviamente a análise rigorosa de detalhes por
vezes insolúveis nos torna capazes de traçar os algoritmos necessários, estes
com o rigor desnecessário, pois ao trazer uma pista do sistema somos capazes de
espelhar com objetos da praia, por exemplo, quando encontramos dois cacos de
vidro e já estão desgastados pelas marés:o que espelha da mesma forma que a
avidez pudesse, se isso fosse possível para uma sociedade que se construída
mais humana, que a avidez se desgastasse pela sua própria geração, ao que
sabemos que tudo o que dá a corda no tempo traça um algoritmo complexo em suas
entranhas sintéticas na perpetuação da mesma avidez brutal, no papel côncavo de
empreendimento bem sucedido, por vezes, mas – por outras vezes – com o
patibular véu do dolo em explorar o próximo e seu país sem medidas de
contenção. Esse espelhamento sereno e quase metafórico passa pelo conhecimento
que podemos ter em nos mobilizarmos internamente para contemplar os nossos
entornos, verificarmos que não existe vigília permanente, e que nenhum
subterfúgio agregado como alguma substância nos fará ver o que se é, o que
existe. Nenhuma substância psicoativa faz, nos tempos de hoje, que venhamos a
conhecer a realidade que nos cerca, pois esta já é tão ilusória que algo de
percepção equivocada nos leva à alienação. A uma alienação de não termos
referência, de algo que supomos vivência de lutas, de um modo de agir em que
não dispomos da frequência necessária que quebre a que for padrão sem
incorrermos no erro de não sabermos dialogar com aqueles que possuam essa
faculdade. Se estamos saindo de uma escalada mental de transtorno, que falemos
com nossas palavras, que a pausa se faz crucial nessas horas, e devemos
empreender nossa tolerância com relação ao preconceito de forma a conceituarmos
em um ambiente de busca pela compreensão do próximo, mesmo que enfrentemos uma
pressão grande, apesar de devermos saber que a melhor coisa que podemos fazer
contra um ambiente de pressão é a reivindicação de nossos direitos, mesmo que
nossa fala esteja dificultosa. Esse deve ser o nosso script, o roteiro que nos
guie, a ponto da reivindicação terminante e principal a começar, dos nossos
Direitos Humanos, já consagrados internacionalmente, mas que algumas nações,
por caminhos difusos e autocráticos, tentam dissuadir do panorama dos países
pobres ou em desenvolvimento. Falo do dilema da loucura como algo recorrente em
países que se tornam totalitaristas, o regresso e a padronagem inescrupulosa da
mesmice. Quando se pode afirmar, na lógica de uma sociedade totalitária, que
falte respeito às minorias. No caso em questão, aos enfermos mentais e sua
posição de fragilidade perante algumas feras de nossa fauna urbana em que nos
tornamos: selváticos. É de selva o que é de selva, mas que o stress nos torna
quase experimentos urbanos, infelizmente a assertiva pode ser fato.
Sob
determinadas circunstâncias, um coração tornada abeto apenas, multiplicado por
centenas e centenas, nos fazem pensar do que seria um afeto tornado em um
coração único de contendas externas, sem olhar para si nem para o que temos
dentro dele, qual não seria, quem sabe, quiçá algo de espiritual. Pois quando se
pousa uma mão no ombro de um amigo, o gesto infelizmente, o fato é esse, nem é
esperado como afeto, mas feito no ombro de um suposto – que o ser se considere
– inimigo, traça-se a revolução mais pungente, posto não somos nós que devemos
descer de algo, mas que um gesto traga mais do que esperamos que dele nos
tragamos a um bel prazer, no que seja, não seja o amor, mas que se ao menos
dele desejemos, com toda a nossa ternura em querer...
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