De
um assento onde não nos sentamos ao tornar-nos peças de andaimes,
A
um que gira como um inseto atento, silente em suas próprias pernas,
E
outro que fustiga sua razão ao parecer atento no movimento dos ventos,
Quando
não vale que saiba-se de suas direções, a não ser do tempo...
Um
homem passeia, com seu andamento de Quixote não anunciado
Nos
caminhos que os levam ao sempre dos mesmos, estes que sejam
Quase
como uma alfombra tecida no imantado toque de um ourives!
Não
que a poesia precise disto, mas que um verso poderia fazer falta
Em
se faltar a que saiba que gostar de Maquiavel é como ser órfão de ternura
Quando
os ensinamentos encontram ecos nos atos em seu paradigma louco.
Será
de loucura maior que o poeta consiga retornar ao breve som
De
uma música que entorpece uma semântica quando se percebe
Apenas
mais um homem entre uma multidão, um que tem uma cor.
As
cores em que a poesia encontra-se com outras razões, de per si
Quando
se recai em usar de um carmim onde caberia o verde, da púrpura
Onde
se outorga uma futura lei de cor fantasma onde cabe a ilusão...
E
prossegue uma voz que se pronuncia nada anacrônica em seu cerne,
Mas
romântica em sua forma, de forma de fazer tijolos em carne crua
Em
que ressente-se o poeta ao ver que deposita sua alma na própria vida!
A
voz que pronuncia o tom seleto do ritmo das palavras segue por fim
A
se dizer que nunca o parafraseado destoou tão consonantemente
Quanto
os sentimentos que se tornam mantos obscuros de desejos vãos.
Na
voracidade de outros desejos, em que não recriamos sequer outros mitos
Sabe-se
que as multidões de cores são o emblema de uma arte esquecida
Quando
nos apercebemos que sob a cor cinza pode residir uma esmeralda...
Concretude
que se nos revele algo, se é para termos de nós mesmos o amor
Que
plange aos sinos de uma grande catedral, e que não nos ressintamos
Quando
Quasímodo pintou uma linda história de um gótico renascido.
Por
que não dizer algo, porque muitos temem amar, se é no pressuposto
Mesmo
este em que estaremos melhor se amássemos a todos, mesmo no viés
Em
que o ódio se aplaca sob o olhar terno de uma bondade nascitura!
Talvez
ao trecho de um caminhar poético, vamos ver que uma estrofe erra
Por
vezes em pregar uma união quando do sorriso se faz uma fera
Em
que possivelmente nasçam outros hoje a ver que a história seria outra.
Mas
que não se rotule um andar de um andarilho nos trilhos de um tempo
Em
que o despotismo vira qualidade em um capítulo de uma novela
Ou
em outra, o fundamentalismo do ódio recria monstros adormecidos.
Que
se nos pega a garra de um pássaro de aço que não vemos, com as pinças,
Só
vemos de relance o aproximar-se soberbo de um calota de plástico
Que
se assemelha com a engrenagem ameaçadora da imitação do mesmo aço.
A
que uns poderia inquirir algo, ou proferir um sinal ameno de amizade,
Ou
ao menos parabenizar um louco por sua lucidez acantonada na superfície
De
uma ampla esfera de água marinha e seus continentes virados pátria!
Ou
deixa-se o gérmen de uma outra lucidez em eternos jogos de conflitos
Desde
o raiar da infância, passando por um futuro tíbio enquanto grotesco
Nas
páginas incrustradas de esperas monolíticas do que se nos espera.
Há
que girar o mundo em seus cristais de outros mundos, que não deixa de ser
O
mesmo em que pontuamos no game virtual e imaginário, ao menos, que seja,
A
esperança de que no mínimo tenhamos a igualdade, a fraternidade e a liberdade.
E a
poesia versa mais um verso em que o acento do poeta há que circunscrever
Uma
miríade de fatos que não correspondem ao acentuado desejo de um povo
Que
viu no resultado de seu escrutínio a gênese mesma da própria democracia.
A
esse porém, de fartarem-se certos homens que ambiguamente estreitam laços
A
ver com o poder de quem quer, os que mais querem abertamente querer o poder
Mesmo
que para isso tenham que cooptar o que a mídia não conseguiu fazê-lo.
Os
Mandamentos são muito fortes, para não se dizer que emanam de um texto
Único
de ser o Velho alfarrábio que serve em seu escopo histórico e sagrado
A
um povo de origens históricas, e a um povo recriado nas religiões recentes.
Tudo
tem origem, tudo passa um pouco no verbo, mas ler um romance pode ser
Ainda
uma pequena consagração, quando vemos que o que o status quo
Se
torna aos poucos, é que leiamos apenas das linhas pretensamente consentidas...
Quiçá
o que se torne necessário é que o corpo jurídico de um país continental
Saiba
ler não nas entrelinhas, pois isso não é justa literatura, nem passa por lei,
Mas
que leiam sabendo escrever no mínimo o mote consequente do que aprendem.
Não
há pretensões delirantes nestes versos, pois estes são de pretexto
cômico,
Mas
a ordem de uma mente que sente não apenas o setor que lhe compete existir
Mas
o mesmo de um sentimento que nutre por todo o existir com naturalidade.
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