Edevaldo saíra no sábado em direção
à orla. Eram duas e meia da tarde. A sua vila era distante e carente... Sabia
apenas das rochas, de seus encontros, uma a uma, do mar dialogando com elas, e
do pressuposto em não poder haver uma descrição sucinta de qualquer veio em
tipos de entretenimento, qual não fora o habitar-se dos pássaros...
Via a areia, o mar, e perguntava-se,
contrário à qualquer espécie de egoísmo: o que haveria sem as águas do mar? Não
sabia bem das chuvas, mas isso o fazia crer que algo delas saberia mais das
mesmas águas; era, a bem dizer, um homem um pouco ignorante, e muitos o sabiam.
De se ver, mas quanto ao mar era um sábio. Assim é a natureza das coisas, o de
natural não ser exatamente aquelas, mas que certos objetos encerram outras
dimensões. Essas incríveis dimensões podem estar em um simples olhar
panorâmico, quando em seu tempo fixo do presente ou na memória arquitetônica,
mesmo que não possua aquela arquitetura nenhum estilo. Dimensão seria algo que
passasse pela contestação de um possível sistema, mas o mesmo sistema mostra
uma árvore multiplicadora de outros que porventura já possuem reatualizações em
que pese o enigma de seus processamentos. Lembraria um fluxo de água em suas
inúmeras canalizações e gargalos, em que os diques estabelecem compensações de
nível, pois, se o que se predizia era o quilate da imaginação, por que não se “imaginar”
sobre verdades ocultas? Esse viés de chamar-se a busca da Verdade em seus
alicerces de fuga da realidade é o mesmo que dizer que tudo o que se passa é o
consentimento da farsa! Assim se passavam os dias neste mar que se chama
contemplação, conhecimento, ou ao menos do palpável, de um significado que
torne uma metáfora concreta. Como um dia em que acordamos e nos damos conta de
que as nossas belezas em viver não sejam nada além da paz e aquilo que queremos
de bem ao próximo, mesmo sabendo do lugar comum em pensar com modais distintos
daqueles que exploram seus intelectos como uma competição desenfreada, em
inegáveis sofismas do abrangente acadêmico. Não que fosse crítica a alguma
academia mas, por si só, apenas a visão de que é possível pensar se a doutrina
ou a orientação, qual não seja – mesmo diletante – do conhecimento e da espiral
evolutiva não exatamente necessária, pois leva para cima ou regride, posto não
existir em todos os setores da existência.
Aqueles que rotulam com facilidade
mostram quase sempre que partem para uma coerência sem par de simplificação
existencial própria da chamada ignorância da inconsequência, que pode fremir
desejos reptílicos em seu imo, mas que dita um motivo a que em si mesmos
imprimam esse rótulo.
Assim se passava como se o mar
pensasse, como se as ondas colocassem em sua rochas um cadinho de sua própria
força naquilo que supunham quase exato, mas sem dizer da existência primeira da
infinitude absoluta de seus gestos!
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