sexta-feira, 8 de abril de 2016

A PERCEPÇÃO SILENCIOSA

            Retraio-me em jejum, tomo um leite após meia hora e esqueço-me de um medicamento. Não importa tanto, o sono, de contrito, me salvaguarda para mais um dia, que seja, de um planejamento bem coerente na conformidade de dias com limites... Não sei muito deste dia, mas as noites de sono são reconfortantes. Estamos no dia 13 ou 14, pois a esta hora de madrugada não se denota que estejamos muito cientes quanto aos dias exatos, apenas a hora é exata: cinco e um. Em um pequeno descuido de folga, já se passaram 22 minutos. Lembro-me das aulas na Universidade, em que havia uma disciplina chamada TIP, teoria da informação e percepção, e os computadores pessoais sequer existiam, em 83. Era um tipo de aula que eu nunca alcançara em sua plenitude, pois o professor possuía uma bagagem de conhecimento e arguição muito fértil. Na verdade, aventa-se a hipótese de um computador que pense e – pasmem – que o faça melhor que o ser humano. Isso é de uma patifaria sem limites, ou no mínimo um laivo de pretensão. O computador não percebe o seu entorno com as lentes da percepção humana, pois não há pensamento que seja apenas o seu lado preciso, ou lógico, ou simulado e, quando o homem e seus afamados cientista puderem criar um mosquito que seja, orgânico, com vida, seria realmente uma revolução científica, pois as células tronco são apenas grandes muletas técnicas a partir de genomas pré fabricados...
            Talvez seja perda de tempo pensar sobre esses assuntos, mas creio que o fundamento vale a partir de uma necessidade em aprendermos que a mídia constrói seus mitos tecnológicos, e aqueles responsáveis pelas imensas corporações computacionais prescrevem uma sociedade governada pela tecnologia, e não é que estejam equivocados, mas o fato é que predizem o erro em conformar imensas populações que já fazem o uso indiscriminado dos displays eletrônicos a se conformarem e deglutirem com maior vulnerabilidade gerada pela dependência da máquina em aceitar essas premissas mentirosas. Isso vem para atrapalhar e muito o surgimento de rádios comunitárias, dos velhos no entanto funcionais canais receptivos e suas importantes frequências, no que igualmente necessário é voltarmos a padrões mais antigos, sem desmerecer a importância da tecnologia a serviço de nossas populações mais carentes, na intenção vital de sociabilizar outras alternativas de comunicação, como a própria caneta e papel, em um grande exemplo de ferramenta.
            Apenas teço essa crítica na intenção que iniciemos uma vanguarda de crítica na quebra paralela – quando não possuímos muitos recursos de voz – nessa tentativa de estabelecerem uma espécie de totalitarismo tecnológico. Vejo apenas um tipo de embate entre Malthus e Marcuse. Uma, a abordagem biológica das populações, seus embates na ocupação territorial visto aos olhos da ciência totalitarista, e outro, uma profunda e principal transcrição pertinente no ramo da psicologia renovadora, no sentido de revogar que sejamos instrumentos de poderes escusos, mas que versa o surgimento de dois princípios nas sociedade humanas. Basta tentar comprar o Eros e Civilização e compreenderão que esse livro não se ensina nas cátedras tradicionalistas da “nova e behaviorística” psicologia. Pois então, caros companheiros, viveremos um pouco além de abordagens da engenharia? Talvez sim, pois há médicos que sabem de sua medicina e supõem o humanismo como palavra chave para o trato de seus pacientes. A revolução começa por esses prismas e a compreensão mais abrangente de todas essas equações, não muito complicadas, pois um certo e aprofundado estudo principia novas frentes, novas vanguardas. A bombordo e a estibordo, o navio há que estar circulante, para que se possa chegar sem temores à popa e verificar o motor de centro para que possamos salvaguardar o rumo nos quadrantes das estrelas.

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