sexta-feira, 9 de setembro de 2022

O ÓBVIO É QUASE NORMAL

 

A frase dita, sem a conotação do simples
Retrai, mas não nega a obviedade de ser
Quase complexa na intenção, mas por vezes
Verte na palavra do tom a sílaba circunflexa
Que se alonga nas partes do entendimento
E nos deixas perplexos pela normalidade aceite
Na profusão do léxico, na tradução literal
Que acontece congenial, sóbria e latente
Na embriaguez noturna em que vestimos signos...

Fértil é o amadurecimento semântico
Do verbo generoso em encantamento messiânico
Aos nomes que desfilam em suas placas mecanizadas
Por adiante, no movimento do avanço precípuo
E que nos remeta ao prumo que oscila
Pendendo colunas em jônicos procederes!

Da arquitetura de alvéolos monocromáticos
Vemos um olhar quase japonês de emblema
De um sul quase oceânico na beleza terna
Ou dúbia ao encontro quase de profundo enigma
Entre uma natureza distante e a proximidade do tentar-se!

Qual, estranha epígrafe de sonetos desconstruídos
Em que uma mulher não rende a sua soberba
Ao escolher predicados em que não se encontra mais.

O beijo quase sagrado não surge em descobrirmos
Posto não há mais quadrantes românticos
Mas apenas o recrudescer performático
De uma estranha competição dos olhos cinemáticos
Onde passamos a ser peças dentro de um eixo metafísico!

Sim, a rótula nos fala mais abertamente dos processos
Onde ruminamos a verve quase inquieta do desatino
Sob um controle feroz da agressividade de exibição circense...

A ternura vira um fantoche quase desavisado pelo uso
E, em outras plagas, um ensaio para que soe distinta
Da dureza pétrea do gesto bélico por prática diuturna.

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