quinta-feira, 29 de setembro de 2022

O TORQUE DA NOITE

 

Do se tocar torque possa
Ao sentir-se o fremir qual pressa
De um veloz sentir outro que não passa
Ao que passe, seja ser, ou não, ou o que seja
Na ante via do paradoxo não encontro
Em um poético desafeto de rua que não esteja
Mas que se encontra paragrafado no viés
De um torto que se agiganta, de um véu soturno
No breu profundo das gentes circunspectas
Em sua aflição de lutas congeniais
Ao encontrarem-se com respostas de flancos
Ao que não se ressinta a cartilha de outrem
Quanto, no pretexto quase deveras silencioso
Algures se encontre uma alma que viva para o bem…

Não, pode ser que não haja resposta para as equações
E que, transudando o frio de montanhas distantes
O remédio possa vir do que chamam de territórios
Ou escalas globalizantes que não urgem a uma totalidade
A semântica cartesiana tão útil aos olhos do tempo contemporâneo!

Nada do que se remeta ao próprio tempo há que distar
Da distância mesma do óbulo, da máscara e do atenuar-se o dia
Quando, nas vertentes de mais um, o teatro reduz-se a fantoches
Que porventura se revelam força nas tibiezas dos treinares absurdos
Como em Pavlov se traduziu a ciência subatômica do comportamento.

Esse ato mesclado com o decassilábico traduzir
Não condiz com reflexos imediatistas onde a razão passa
A ser império de um mal que é julgado por ser racional
E que, na súcia do verbo algo, um querer ou um poder
Possa estar podendo ou querendo mais do que um simples verbo
Outro, que se revelaria consonante se não se reduzisse
Ao nada que não possui nem a verve do conhecimento
E nem qualquer tipo de renascimento dentro da veia da neutralidade!

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