segunda-feira, 31 de janeiro de 2022
A VOZ DA DUALIDADE
Sintamos o vento em nosso eu, o verbo que sua a
flores,
A vertente de uma poética caudalosa, em que teimemos
Em
servir de auspiciosos dias o vão que não desprezemos
Quanto de
resguardarmos nossos tempos a mais de dizer!
Quando dizemos algo,
os que nos escutam sabem do saber
Em que residimos no introito
de estarmos com fé no Senhor
Dos senhores que todos nos dizem
que são da obra e do prumo
Quais caracóis maravilhosos de
extrema e avizinhada lucidez.
Que melhores coisas em
projeção do nosso ser consciente
Se reflitam em nossas
reservas do eu gigantesco nosso e interno!
Não que não
sejamos muitos, somos quiçá suficientes
Em nosso coletivo e
no respiro de tantas as suficiências…
A maravilhosa
concepção do mundo ombreia com o sistema
De planetas
multifários, e estrelas de outras galáxias,
Assim como nas
letras pode residir a galáxia do entendimento
E o seu lado
sereno e lúcido de transmitir as pérolas do conhecer…
Quiçá
a humildade do poeta torne a sua poesia mais próxima
De um
começo de se engatinhar em busca de outros significados
Que não
partam do cansaço em não nos deixar redimir promessas
Que, na
verdade, não podem jamais perder para a insensatez.
O
carinho do olhar de uma mulher, seja nova ou anciã,
Traz ao
homem seu próprio olhar de perscrutador
De uma vivência
conforme com o amor de descobrir
Que por vezes a incerteza não
passa de um despertar espiritual!
Aquilo parte para um
ressentir diário, moedas de César,
Deduz um algoritmo que não
queremos querer de tão gasto
Pela incongruência de que as
palavras em estudo diário
Nos veste uma semântica de um
progresso cabal e festivo.
Não que não percamos de vez
por vezes uma sagrada paciência
Ao ruminarmos ditos e mais
frases que fogem de um período
Que, por sua inconsequência,
reduz o léxico a uma gramática apenas.
Não queiramos
ver o mundo por dualidades, senão seremos apenas
Um atacante
contra o outro ensanduichando toda uma terra
Em que, por detrás
de nosso conforto, hão de verificar
Que o mundo não é apenas
a construção de um war game.
E se, no
reducionismo de nossa parca experiência,
Verificarmos que a
queda de braço revele o torque
Quanto de sabermos que ninguém
jamais saberá
Que a flor que nasce do diplomático perdão não
fenece jamais!
sábado, 29 de janeiro de 2022
UM SINTOMÁTICO PROCEDER
Quantos da humanidade carregam um tipo de cegueira existencial, nas horas de não querer ver ou se sentirem condoídos pelo sofrimento de um ser qualquer, seja humano ou da própria Natureza e seus outros seres? Existe um embasamento cabal que funciona dentro de engrenagens de ramos silvestres, dentro do movimento dos ventos…Fazer da vida uma ferramenta de hábitos saudáveis e construtivos talvez seja inviável na grande e sistêmica selva de sucessivos resultados, negativando ou positivando, ganhando ou perdendo no que, dizem, os centros a si relativizados desempatam o jogo ou o conflito de interesses. Nas escolas televisivas e tendenciosas com suas mais variadas linhas que se entrecruzam há uma relação com as massas de quase catarse, posto é o que resta de cultura nos países pobres… Um sintoma visível é presenciar um país pobre de outro: patronal, intransigente e significantemente luxuoso, nos que possam proceder assim. Um sintoma triste é o mito da superioridade humana sobre os animais, seus amigos de genética mais próxima. Enquanto não se souber de uma Verdade Absoluta, digamos – desculpe o trocadilho –, a Terra e sua superfície imensa revela ao mundo dos homens e mulheres poderosos que o que se espere deles é apenas um tipo de qualificação: de estarem no limbo, recolhendo os estragos que Gaia irrompe dentre os destroços, ou causando mais destruição!
quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
SACRALIDADE
Enviemos
ao altíssimo modo de ver a vida
Como um respirar que não seja
alterno
De outras questões onde a circunflexão
Torna o
entendimento popular uma escola
Tão necessária para que a
funcionalidade
De uma estrofe não se esgote de
significados.
De toda uma parafernália filosófica não
somos
Os agentes inevitáveis do que jamais seja
Uma
cartilha de caráter, mas que este evite
A mesma corruptela
daquele, quando o que se pensa
É que justamente, pensem, o
poeta é muito feliz
Dentro de sua penitência pétrea e, no
entanto, necessária!
Enquanto o que é de material
realmente se unir
Com o espírito dos corpos que são
aparentemente
Materiais igualmente, o teor, a qualidade e a
semântica
Ver-se-ia em um padrão em que talvez estejamos
Por
questões de hierarquias capitais, mas que prossigamos
Posto um
bom soldado não abandona seus deveres!
A rotina espartana
a que todo o nosso oxigênio alimenta
Nas questões de não
contaminarmos de más intenções
A veia mesma do progresso
contínuo, pensemos mais
Em que a pacificação de um ser requer
a habilidade
De uma vida sóbria e serena, mesmo quando em um
combate
Em que por vezes estamos em contenda conosco
mesmos!
Algumas obras são necessárias, precisamos
pavimentar
Os caminhos para depois sinalizar a Ordem
Que se
avizinha na mão de várias vias
E que, por ocasião do destino,
remeta ao parecer
De um quinhão de merecimento que verte no
ser
O ser que não deixaremos sofrer pela banalidade.
Não
possuiremos frases feitas com uma intuição
Que seja de todo
apenas um recrudescimento
De uma face ou duas, no que nos reste
o merecimento
Que atue dentro de uma conveniência cabal
O
ressurgimento da glória de uma promoção
Ou a mesma dita
escola que requer atenção redobrada…
A via Ápia está
dentro de nossas vidas, como veio
De um caminho antigo, onde
bons legionários
Detinham, em se falar de Roma quase
anunciada
Uma disciplina férrea, de se esperar que a
conquista
Nos tempos de outrora era dura como uma rocha
Que
Sísifo tinha que carregar em sua jornada eterna!
terça-feira, 25 de janeiro de 2022
NAS VIDAS PRÓXIMAS COM LIDAS DISTANTES
Requerer um processo cabal de
proximidade com caminhos libertários, nos faz saber de antemão que a
relativização da liberdade passa pela equação com lidas
necessárias ao andamento regular e paulatino das versões que temos
sobre uma recuperação de distâncias e proximidades. Nessa
regularidade onde um gesto solidário e sincero nos encaminhe as
verdadeiras faces da realidade, sabemos que não vergaremos ante
dificuldades aparentes, onde um olhar distante não corresponde às
pontualidades dos fatos. Sentimos crises abrangentes que nos engolfam
qual tempestades que nos chegam à porta de nosso lar, mas de passar
adiante nos colocamos qual vigilantes sobre o movimento quadrático
de nossos atos que não nos coloquem em palpos de aranha, como se diz
de perigos, algo como externos ou internos, qual salada que nos
envolve nas cores das folhas, e que não experimentamos com larvas
que esquecemos de lavar… Como farnéis enferrujados nas rodas de
uma carroça, não esqueçamos de carregar com os ajustes
necessários, com os cuidados nas trações animais e na consecução
do provisionamento. Tudo isso, em um grande território é longo e
demorado, afora, um quase continente, não de ser de ilha, mas de um
grande e diverso país. As coisas acontecem pelo acolhimento onde o
olhar de uma contenda de vulto pode funcionar como uma manivela
importante e azeitada ao recolhimento da paz, ao andamento de uma
garça que nos atraia maiores atenções, posto o treinar ausente de
tudo é como apenas uma alavanca quase miticamente ilusória!
Tudo
haveremos de aprender, como por osmose que divide um cromossomo igual,
e como a Pfizer possui o segredo de hospedar toda a ciência e toda a
esperança, que nos faz vermos quão importante é a ciência aliada
ao progresso. Como diria uma mulher ao homem, porte-se bem, não
remexa bobagens e besteiras, que estamos nós dois fartos de nossa
guerra fria e particular. Não, não há possibilidade de havermos de
modo exangue procurar trocarmos nossas vestes para verificar tempos
tão enormemente transformadores nesta contemporaneidade. Não –
por favor – queiramos admitir que por um acesso de boa ventura
estaremos nos comportando apenas por amor, posto sermos como as
presas da águia quando esta se lança ao bote para se alimentar. Que
não vejamos nunca, jamais, pedras que os Roling Stones tanto se
esmeram no nome da banda, mas escutemos das músicas maravilhosas dos
ingleses de sessenta e setenta, mas de nossa bossa Vinícius é diplomata de todos. Recusemos óbices fora de nossas propostas, e
veremos que – pontuando mais uma vez – esperar por dias melhores
é uma questão proeminente, idealmente e igualmente cabal!
Por
Deus que veremos dias melhores, veremos a gestão do próprio ser,
seja humano ou animal, seja de todas as frentes da biologia, como as
araras de Belém soltas do cativeiro preparatório para a liberdade
na selva. Saberem como se alimentar, e sua plumagem amarela e verde,
tão linda como um país, revelará aos povos que tudo se ajeita no
grande jazz improvisado de nossas lideranças e nosso povo.
Recrudesce a falta por vezes, mas no leito digital nunca um ser foi
tão feliz por poder escrever palavras de acaloradas impressões de
nossos entornos. Floripa encanta, Rio de Janeiro encanta, e os versos
que o poeta deixa perdidos sobre a colunata do periodismo se dá como
um ofício como qualquer outro, apenas com a maravilhosa atividade de
polir um diamante bruto, redesenhando a gema, e aproveitando as jaças
e suas impurezas da vida...
segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
domingo, 23 de janeiro de 2022
ANTES DA EXISTÊNCIA DE UM SER
Assim como uma cápsula efervescente,
Assim
como uma música de um vivente,
Assim de se sentir apenas um bom
sentimento
Que não, que não nos baste sermos bons
Quando
o que se espera é uma batalha
Quase quadrilátera, posto o
carro
Já esteja da cor da guerra, que a guerra
Dá um
tesão na maldade, assim como
A loucura de um pobre vitimado do
sistema
Esboça um ricto na face do algoz
Como em um
verdugo não há sofrimento em matar.
Que seja colocada a
palavra e que não seja vã,
Pois o que se sente é sempre uma
conotação dual
Entre lados opostos, entre polos
energéticos
Entre o negativo e o positivo
Ou entre o que
se nega e aquilo que é da certeza.
Não, não há
possibilidade de libertarmos o ser
Que nasce ontem de um mundo
sem clima
Como não há clima entre a loucura racional e a
normalidade insana!
O que importa é que o território da
poesia é único
Dentro de suas particularidades, posto não
haver condena
Dentro da verdade e seus propósitos de elucidar
O
crime da censura em um duro olhar
Que não educa o próximo
evadindo-se do critério salutar.
Quando tocamos uma
avenca em um matinho
Verte-nos a ternura do acolhimento
Assim
como um ser que volte a ver a vida
Dentro do escopo de
maravilhosa biologia.
Nos critérios da vida saibam que a
poesia não engana
Pois mergulha profundamente na sabedoria do
inconsciente
Depois que este recebe em seus leito de areia da
profundeza
Os cascalhos informativos que o mar recebe em sua
superfície
Nos dias em que as farsas são ou não aceitas pela
consciência!
Como o carinho que o homem faz brotar nas
pernas de uma mulher
Quando tece a ternura de seu ventre e
prorroga antiga razão
De não querer mais provar nada a si
mesmo a não ser a companhia
Indelével do verdadeiro
significado da palavra amante…
Quando não se vê em
torno de um nada um ser que não remete
Ao considerar-se uma
escala em um outro tornar-se a ser
A existência nos remeta à
fé que temos em nossa salvação.
Tudo teria um
significado mais afetuoso se nenhuma culpa
Fosse obtida de
referências relativas, daquilo que prepara ou conclui
Ou do
antes citado por próceres, e remediado na manipulação do fim.
A
finalidade mais óbvia da linguística é descobrir antes a primeira
impressão
Para, com base em questionamentos mais complexos,
encontrar linques
Que entranhem, qual medusas oceânicas, seus
tentáculos dentro
De mentes que por dureza por vezes vencem por
serem totalmente inocentes!
E a métrica matemática do
ritmo nos encaminha à música da poética
Quando encontra muros
em olhares duros, ou incertezas pétreas
Na arguição serena da
qual o vertiginoso e atávico analisar
Perpetua mãos furadas
que vertem o ouro de novo para o aluvião...
sábado, 22 de janeiro de 2022
sexta-feira, 21 de janeiro de 2022
O DESPERTAR DA CAUSALIDADE
Há tempo que não sabemos relacionar a
saudade com o término de um sentir, dentro do espectro de não
termos a causalidade suficiente para crer na fé que haveria de ser
inquebrantável, o sentimento que não nos falte, este mesmo, de
acalentar um gesto que tenha uma interpretação sincera de se
possuir a força que esteja dentro de nossa própria e citada fé, em
algo que reside em nosso coração. Essa presença que não deixa
ocos de esperanças, da ordenação própria e particular à qual nos faz não
nos esquecermos que a falta desse pressuposto não é mais uma
questão preferencial, mas parte de uma idiossincrasia do anímico,
da espiritualidade que sentimos tão logo sintamos essa mesma
presença… Algo a ser do mundo inteiro como comungar com a boa
intenção, como prolongar o bem e como engatilhar as flores para um
lançamento de afetos reencontrados, realmente é de excelente
estimar quando o que se alcança em cada pequeno mundo revela-se
por vezes um detalhe inegavelmente notável, dentro da conotação
universal. Não que necessariamente se pressuponha um contexto que
diferencie muito essas categorias de vivência cotidiana, mas que
devamos urgir pela união de todos nas caminhadas mais diversas do
mundo em cada vida e sua coletividade, seja nacionalidade, gênero,
etnia ou cultura como um todo.
Muitas coisas são paradoxais
neste planeta, e aquelas que possuem o mesmo paradoxo da lógica que
as une nos parece que cristalizam seus cernes como um conteúdo de
ciclo em torno de uma axis apenas… Na geometria cartesiana o corpo
pode se localizar em um espaço, teoria desmontada na matemática da
física de Einstein, mas sob o escopo verdadeiro da ciência mais
utilizada no padrão em que nos habituamos. Esse mesmo padrão que
nos remonta a roda ou as esferas da balística, e seus cilindros
decorrentes. A ponta de uma ogiva nada perde para a flecha de
madeira, e o arco, para o fogo… A origem dos utensílios de defesa
podem estar, como uma extensão do braço, em um símio, qual, assim
é a tecnologia. Um pássaro constrói seu ninho, come, acasala e se
defende, assim como muitos seres no planeta, conferindo a essas ações
seu caráter, e que pensem, pois, em análises humanas mais acuradas,
posto o homem ainda desconhecer sua própria realidade, em essência
e precisão, haja vista suas buscas em favor do lado espiritual, que
justifica sua existência de forma cabal, felizmente. A religião vem
para “re-ligar” o homem a Deus, ou qualquer coisa que seja
superior neste mundo, com relação ao materialismo imperante, onde,
por mais que se busque, a própria Natureza desconstrói as certezas,
em uma dialética onde a nova descoberta sofre suas mutações, e
onde a evolução do pensamento desmonta coisas do passado,
reinventando a mesma roda supracitada. Evolui-se e, no entanto, a
roda fica como conquista, como patrimônio do pensamento e
criatividade humanos, e Sócrates ainda é atual, assim como os
Evangelhos, assim como toda a história de nossas civilizações e
culturas. Por isso, há que se respeitar cada qual: a origem da
ciência, a religião, o fruto da ciência como tecnologia, as
centenas de etnias, os idiomas, a cultura aborígene australiana, a
cultura dos índios como um todo, os movimentos de reivindicação
que versem sobre a justiça social na Terra e, acima de tudo, um
respeito gigante à nossa mãe Natureza, que nos concede, de graça,
coisas que tiramos sem permissão, quando ignoramos Sua capacidade de
reagir, frente aos descasos humanos como a devastação, a poluição,
etc. A forma da terra é em si a mãe, que dá os frutos germinados
com coerência e não adianta pensarmos em índices de
desenvolvimento humano se não há índices de bem portar-se com a
terra, nossa mãe, a Natureza, sempre citada com capitular, posto o
que existe naturalmente sobre a nossa esfera mãe é a versão dela e
da sua exploração desenfreada pelo homem, através de nosso
Processo Civilizatório.
Parece-nos evidente
que desejamos montar no mundo esteiras de rendas, de orçamentos, que
planejem sempre almejar mais poder, e os sistemas se batem como cães
e gatos… Essa busca derradeira para ver quem destrói mais revela
que a busca por religiões que pregam a tolerância e a Paz Mundial
são medidas, ou saídas necessárias para o caos em que os Governos
se tornaram.
Apenas em uma sociedade livre se pode auferir o
ganho maior espiritual que é a expressão, e a continuidade
libertária daquela... Posto: quando há grilhões, que estes se
rompam!
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
quarta-feira, 19 de janeiro de 2022
OS DIÁLOGOS E A VIDA EM SI
Contam-se no quadrado quatro vértices,
Em
um tanto de esquinas que paramos ao falar
Com outros, haja vista
por vezes ser pequena a área.
Atuamos em nossos quartos
ausentes de espelhos
Mas que, na verdade, sabemos desta ao
ruminar pensamentos…
Quartos em segredo, ou porventura
ocultos do vulgo
Que pensaria que estranha forma contínua
possui o corredor!
A vida nos surpreende quando a estiva é
longa, e o alimentar
De palavras remete àquela do qual por
vezes descrevemos
Uma frase que possua endereço quase fixo em
sua tábua
Onde guardamos os signos com uma formalidade
presente.
Segue a poesia com indiferente preocupação,
posto
O seu frear não dá continuidade de cabresto
E o
foco da comunicação por vezes dá de falar ao mundo!
Que
estrile nas ruas o verbo banal
E que o salpico das paredes
úmidas se banhem
Em uma água posterior de palavras vãs
Quando
não se tem uma proficiência cabal.
A vida de cada qual
encerra a promessa da frase
Onde, no que se dê quaisquer
respostas,
Haverá sempre um olhar sobre invectivas tais.
Não
necessariamente seja a poesia hermética, fechada,
Posto que
apenas tece um viés de comunicação
De modo a ser uma ponte
para um todo
Que remonta seu meio de ser a ligação
concreta.
No jogo da existência por vezes duro e
reservado
O painel de nossos atos verte um diálogo aberto
Mesmo
quando nos encurralam com ofensas
Que partem de palavras
encurtadas por tabelas.
Por tantos e tantos veios
dialogados na História
Que nos perpassa tanto a correnteza de
tristes fatos
Quando pensamos que tudo o que havia era
esperar
Algo que viesse a construir um mundo melhor, ao
menos.
Em que por vezes a linguagem dos ignaros criam
mitos
Com alicerces tíbios na farsa, pois esta desaba cedo ou
tarde
E a consequência que fica é um vácuo na
progressão
Histórica que remende ao menos a maré dos
vaticinadores.
Na brasilidade em que nos encontramos,
seria muito dizer
Que a realidade dos fatos encapsula o bom
procedimento
Nos costados de uma razão ausente da
imparcialidade
Em que não nos acometa novamente a crua
injustiça.
Isso dos diálogos inacabados, das vertentes
que fecham
Quaisquer possibilidades do encontro com a Verdade
Em
que reis e rainhas se digladiam pelo poder
Mal sabendo que do
Absolutismo herdamos apenas o véu…
Manto sagrado do
dialogar, se monte em uma pradaria verde
Com as louças de um
piquenique que saiba melhor o amor
Como um facho de luz nas
falas, e que o entendimento
Possa finalmente cruzar as
fronteiras em se reconhecer algo.
Não temamos o que não
é ameaça, não queiramos o que não há
E que a cada palavra
proferida ao tanto se dê uma compreensão
Que seja da razão
sem silogismos falsos, ou proselitismos gastos
De tanto serem
usados pelos uniformes da falsidade.
Tudo bem, falemos da
esperança, com todos os seus vieses
E jamais nos esqueçamos
que para irradiá-la nas vestes do acaso
Nada do que a gloriosa
ternura seja mais necessária do que o ato.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2022
domingo, 16 de janeiro de 2022
OS SIGNOS DA INDIFERENÇA
Deste imenso xadrez algo da Grécia, antes de
existir a monarquia,
Caem peças de um tipo de jogo já com seus
métodos e campanhas,
Um mate que se avizinha ferrenhamente de
ambos os lados,
Onde os contendores simpatizam com luvas de
cetim negro
Que causam furores no alisar das têmporas do
sexo
Quando, na independência relativa, um hospital
psiquiátrico toma a forma
Em que, dentro da farsa pretensamente
cerceadora da realidade
Remonte onde não se trate a doença,
mas que seja um fim de mundo!
Quem sabe os hospitais sejam
a acolhida daqueles que precisem e,
No ponto de acreditar na
medicina, seja qual for o Governo
O estigma do internamento
parece assombrar aqueles que desconhecem
A necessidade de amparo
médico para quem precisa do mesmo amparo
E que revejam que o
tempo não é de esperança, posto as Intensivas
Unidades de
Tratamento não darão espaço para que, dentro das invectivas
Dos
temores como arma de coação urjam que seja o melhor para
aqueles
Que possuem uma crítica veraz de tudo o que ocorre nos
pretensos circuitos de Poder…
Os hospitais superlotam, a
crise se avizinha em plena crise, e a poesia contente
Faz urgir
do mesmo modo, com a amizade amparada por boa medicina
Que se
complete o ciclo de vida seja como for, posto respirar hoje é
chique!
Na retaguarda de muitos o que se espera é uma
refração da cobrança
Alicerçada por um patrulhamento
ideológico que beira o ridículo
Naquele mesmo exercício de
nos quererem uma participação pífia.
A medicina, seja
ela psiquiátrica ou não, não tece ardis como ponta de lança
Haja
vista que alguns próceres da dita mente arejada e tida como
progressista
Lança seus sinais tentaculares em todos os
espaços, estão em todas as partes.
A invídia prega que
aquele que conhece o idioma escorreitamente
Perca para outros
que dentro de seu analfabetismo funcional
Tentem colocar a
educação como pano de fundo para marketing político.
O
temor de ser escutado dentro de uma opinião faz o vitimado falar
Até
evacuar suas tripas pela boca, dentro do espectro espectral…
No
entanto, por mais invectivas, seja de situação ou oposição, no
sentido
De derrubar a Verdade, esta permanece limpa como um
cristal
Nos significados mais profundos onde a participação
de um é ignorada
Quando a possibilidade de Poder navega pala
ilusão primeira da economia.
O poema é tão longo quanto
os anos que o precederam, e encaminha
Para terras de além mar o
que ocorre dentro da alma do poeta:
Algumas inquietações
existenciais, mas uma paz profunda que ateia a chama!
Algumas
classes lutam na intimidade de famílias vulneráveis
Para
despejar a pá de cal na propriedade dos desavisados
Ou invadem
tetos alheios como uma forma de burlar o sistema.
Mas há
outro sistema ignorado pelos signos da vida cotidiana
E
devidamente traduzida por algumas cartilhas canhestras
Que se
forma no voo de um pássaro, no canto de um violino,
No saber
verdadeiramente erudito, e não nas matracas
Que repetem jargões
anacrônicos, tornando fantasmas líderes!
Estamos muito
distantes do México, mas cada vez mais somos
E fazemos parte da
realidade cruenta em que esse país se torna
No dia a dia das
fugas para o território estadunidense.
No entanto,
estamos tão próximos da Europa, como em uma apertar
De um
toque no smartphone, coisa que se parece com um correio de
luz
Que se evola ao surpreendermos não tendo como nos
comunicar
Por que nos falta a linguagem universal como ponto de
partida.
Seríamos melhores se os nossos erros não se
traduzam em inveja
De possuir mais fama ou riqueza por estarmos
longe ou perto
Dos que são e dos que se tornam poderosos, na
razão direta
De um ser que – pensando estar isolado – é
mais feliz que uma gema
De esmeralda que colhe ao cascalho que
sabe à cachaça mais do que uma.
Esse diluir-se uma
esperança é tarefa quase fatídica nos tempos de hoje
Onde
alguns digitam dois botões pensando estar no comando
E uma
poesia feita de quatro mil caracteres exatos, faltantes apenas 51,
Mas não fiquemos
nesse número, sobram 12 e mais uma!
sexta-feira, 14 de janeiro de 2022
A DIMENSÃO DA LINGUAGEM
Estivemos em todo o tempo, quiçá nos
remontando a História, com a pecha de vários assuntos discorrendo
sobre, como rótulos, em linguagens as mais variadas, que por vezes
não nos encontramos em um lócus cabal e transigente… O dinamismo
da linguagem, nisto de beirarmos o absurdo, torna mesmo o mais
intérprete, o mais cabal, peça de uma máquina que não discerne
bem o universo das letras, mesmo na cátedra mais severa e influente
em termos intelectivos. O que surge como artigo, mesmo pertencendo a
uma gramática implícita na semiótica vai além, como cita a mesma
disciplina, da lógica tal qual a conhecemos, e a comunicação se
faz com uma simplicidade e imprevisível semântica. A questão do
discurso como bem a entendemos remete a uma antecipação do espaço
significante, mesmo que por vezes o objeto direto nos guie a locais
do período em que altercam-se pequenos veios de concordância. Isso
de se falar na instância de um objeto nos sistemas, quase
parafraseando algo que vá além da consecução de um pensamento
linear, como a prescrição de Baudrillard. Que se encontre as reais
motivações em que um escritor pode – e deve – não se ausentar
de suas temáticas, de seus conteúdos, quando explicar a maneira
correta dos interstícios da escrita. Na modalidade da linguagem
acontece muito de explanarmos uma simples e breve opinião e esta é
submetida a interpretações onde verdadeiros medalhões da ciência
da linguística desmembram-na para emitir seus pareceres e informar
setores de inteligência que muitas vezes são alicerçados por
agências internacionais. É um toma lá da cá, conforme o andamento
político dos países onde a democracia é ameaçada durante todo o
tempo.
A vertente da linguagem pode ser objeto de comércio,
visto aprenderem as gentes todo o tempo que vivemos em um sistema
onde a informação com relação a algo ou alguém pode valer ouro.
Em um exemplo explícito, quando algum geólogo sabe de jazidas ou
algo similar, pode valer-se dessa informação para entregá-la a um
capital que permita comprar a preço baixo as propriedades e explorar
ditos minérios… Como igualmente na política, e aí sim as
possibilidades são inumeráveis, posto os objetos passíveis de
manipulação são homens e mulheres, onde para cada qual o poder
pode ser progressivo ou regressivo, em termos de linguagem e
comunicação. Destarte, no caso da poética, esta reside em um lugar
onde não há interpretações maiores, no que não seja tão crível
que possa haver metaforicamente vários sentidos em cada verso, e
onde o contexto da sub ou sobre sequência não há um parentesco e
nem genética similar, na sua verve e proposição, já que aí
entramos no território da arte: inexpugnável, visceral, autêntico.
Leonardo da Vinci afirmava ser a pintura superior à poesia posto de
um hermetismo mais sutil, mas Dante e Cervantes provam não ser essa
assertiva tão pertinente. Não precisamos de material para sermos
poetas, basta uma lasca de tijolo e uma parede e, se for da falta,
basta a oralidade, interna ou externa, expressa ou pensada…
Não
nos baste jamais crer que a inteligência artificial vá prosseguir
rumo a uma expressão literária própria, automática, pois pensar
criativamente depende de uma atividade cerebral e não um mero
processamento com referência em dados, o que se prevê que sempre a
máquina participa de algoritmos técnicos, no que se infira ser
impossível repetir a fantástica atividade dos neurônios nas
manifestações da arte. Desde que a linguagem tem caminhado através
dos tempos, a sedimentação de seus complexos processos e
idiossincrasias remontam a uma larga e maravilhosa experiência da
expressão humana! Nada há de tolher a liberdade de expressão desde
que esta não discorra ou incite à violência, e preferencialmente
se alicerce na verdade factual… É lógico supor que, dentro de uma
sociedade civilizada, aquelas notícias forjadas com o sentido de
manipular os fatos e induzir o povo a tomar atitudes de acordo com
fakes devem ser reprimidas com veemência, pois o jornalismo
em sua essência é levar a verdade para o seu público, e não
falseá-la com intenções sinistras e suspeitas. Quando há uma
ameaça ao livre pensamento não significa a permissão de montar
farsas com cunho eleitoreiro e esconder ou ir contra os avanços da
ciência, estes que são progressivamente os meios que temos para
erigir a saudável discussão de uma linguagem e processo acadêmico
saudável e recorrentemente correto para a existência humana como um
todo. Como dizia um grande artista das letras: “livre pensar é só
pensar”.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2022
UMA QUESTÃO DE REFERÊNCIAS
Quando acontece de não possuirmos mais
alguma e necessária referência em nossas vidas, quem sabe nos
perguntemos sempre se já houvera de nascermos sem a linha da
progenitura, dos pais, dos irmãos, da sociedade, da escola, do
trabalho e etc. A esperança de não estarmos sozinhos é nada como
uma falsa mácula nas vezes em que sequer olhamos para a edificação,
mesmo precária em seus alicerces, de nossa existência. No entanto,
nas questões de vermos mais adiante, sempre na dianteira, quando
olhamos para trás por vezes vemos erros quase irreparáveis, mas no
momento presente, no dia do agora, podemos recuperar ao menos a
recuperação da lucidez, e esse é o trabalho de uma tomada de
consciência que nos mova para um progresso, no início material ou
espiritual, porque ambos andam de mãos dadas… As referências de
algo sólido serão o construir-se ou reconstruir-se mais alicerces,
o conserto que demanda a própria edificação de nossas vidas, as
vertentes que nos chamam para um ofício, a mesma construção e
sedimentação da qualidade que sempre possuímos em nossas
personalidades, a opinião a respeito de algo, uma música qualquer,
um sopro na atmosfera, mesmo que as dificuldades aparentemente não
apresentem uma solução compatível com nossas forças. A
diferenciação que nos mova com ímpetos de melhora são o caminho
plausível e lógico para que saiamos de uma situação com os bons
ares de crer, ao menos em algo além do nada, posto há tantos
universos, mesmo em um tipo de hermetismo do cimento, que nos fale
que o horizonte está por ali, mesmo que não percebamos essa
dimensão.
A própria ciência de estarmos existindo nos veste
de roupas que podemos acreditar sejam o que nos sirva, sempre, de um
calçado, de um ponto de acolhida, de um banho bem tomado, de uma
vida em sobriedade, na possibilidade de evitar-se o primeiro gole!
Não adianta fugirmos sempre de nós mesmos na adicção com
frequência de insalubre atitude, pois não é através dessa fuga
que seremos ou podemos alçar voos mais agigantados dentro do
pressuposto de que achemos impossível sairmos dessa condição. Se
em um acaso porventura temos em nossa lide a recaída diária, se na
verdade a vida é uma queda contínua, urge precisarmos de ajuda,
urge tentarmos um trabalho, urge adaptarmos nossos sentimentos e
atitudes a um progresso que deve ser visível, passando a evitar
ações em que não ocorra bons frutos. Sempre pensando adiante e, se
for de possibilidade concreta, há várias instituições que
porventura podem nos alimentar, só depende de nossa iniciativa, que
deve ser premente, concreta, sólida e com boas doses de esperança,
ou seja, uma esperança que não deva jamais concorrer fora da
realidade em que vivemos, mesmo dentro de um panorama algo cruento,
mas que nos torne mais fortes, quando nos tornamos guerreiros de nós
mesmos, quando crescemos juntos, quando tomamos tento, pois um teto
por vezes é muito dentro das possibilidades naqueles que nos
fortalecem dentro da ventura e da concórdia.
Estarmos limpos não
é questão de classe social, de crença ou ateísmo, de opiniões
não compreendidas, ou de idiossincrasias particulares. Pensar em uma
melhora de um pode ser de dois, três ou mesmo de uma coletividade.
Para arranjarmos nossas vidas dentro do espectro da possibilidade
factível e concreta, nos fará vermos o mundo inteiro com outro
olhar, e as dificuldades serão desafios em que teremos que
participar para vencer algumas equações por vezes complexas mas
que, em uma vida simples podemos vencer com segredos que se revelam a
cada dia…
Finalmente, os mistérios da existência podem nos
sacrificar deveras, mas a cada respirar sereno teremos condições de
evitar qualquer substância, na companhia de outras pessoas que
possam compartir e ajudar no processo. Essa é a questão de nos
referenciar a nós mesmos em que passamos a uma outra dimensão que
pode ser a razão de encaixados na verdade em uma recuperação livre
de quaisquer ilusões que possam ter nos afligido na longa caminhada
dentro de um si mesmo de recuperação de uma vida nova e exemplar!
terça-feira, 11 de janeiro de 2022
O VIÉS DO TROCADILHO
Quando um si mesmo se encontra com um outro
O
andar do andor se mescla na vida vital do ser
Que, em detrimento
de qualquer maestria
Não temos por que discernir a anestésica
questão
De conjugar o consorte com a esposa, que seja,
Algo
do erro que não confirma e nem comanda
A um que não esteja
sempre do ardor de uma lide
Que resolva as contendas lá de um
continente
Que bem pode ser com relação a uma ilha distante
Ou
mesmo os oceanos continentais em sua espessura
Que por vezes não
verga nas artimanhas da verdade
Que segue na clausura de cada
qual que se permita
Um dia que seja na dimensão da vida
qualquer que seja…
As letras são maravilhosas em seus
signos, em suas veias,
Que a permanência da semântica não
esteja oculta
Por vitrais com o chumbo a isolar os vidros
coloridos
Qual rede de encontros formais dentro da
equivalência
Em que despejamos a esperança de visualizar ao
menos
A tentativa santificada de um santo, o viés de mais
letras
Conjuminadas com a reunião de palavras nos dias
Mais
tenros de nossas vidas no sobretudo que nos seja
Algo de
vivermos mais na vida que não seja muito
Nas plataformas que
urgem estarmos sem nos dar tanto
A que não vigiamos o restante
de mais um que seja no ter-se
Quando não se tenha mais uma
crença que padeça a versão
Que não nos sinta mais sozinho no
outro viés do outro
De uma modalidade esquentada e aquecida
pelo inverno
Quando sentimos o verão no calado calor de mais
rotinas!
A ver, que não esteja o próprio dentro do
significar
Mas, que não se diga um oposto que seja tão
próximo
Onde não encontramos a posição mais silenciosa
Em
que a existência seja a relação mais próxima
Da proximidade
mesma, qual parreira e sua mão que colhe
Nas vindimas do Eu que
quer aquilo que o Ego quase negue
Mas, na conjunção esta,
aditiva, seria melhor um and
Quando andamos pelas uniões
de rivalidades
Em uma espécie de game board que
revela
Quem sabe, mais um Sherlock esquecido na algibeira
do processo!
Assim que sejamos, hora neutros, hora
convexos, outrora na concavidade
De uma calota polar que não
ensombre muito a própria sombra do ser
A se reiterar que
sejamos, ao menos, no ser ou não ser
E que saiba a questão
própria do benestare de estar no idioma
Que a poesia
desconhece, mas que signifique ao menos uma tentativa
Nas
paráfrases neurolinguais a parecer, neste neo neologismo
Que a
vida não encontre mais sinapses do que as suficientes
Quando a vereda nos
reencontre mais vezes do que outrora
Saberíamos a sapiência
melhorada de retocar a pintura surreal.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2022
A CRÍTICA SEM CRITICISMO
Na vida de um ser, seja humano, seja outro,
estaremos sendo extremamente hipócritas se a crítica não alcance o
verdadeiro significado de um estar-se navegando sobre um espectro de
uma realidade que seja a Verdade em si, sem subterfúgios… Por
vezes, o raciocínio lógico fere a si mesmo na contradição de uma
frieza que reside mesmo em caracteres que sejam alicerçados por uma
imutável criação, uma cristalizada educação, que não permite
nenhuma mudança substancial, engessando o próprio ser, assim se
falando do humano. Não adianta sermos empedernidos com relação a
tudo ou todos os pontos de vista, posto ninguém, a não ser a
Verdade Suprema, é o único fator de sobrevivência saudável de uma
opinião que jamais se torna uma fraude, em que a deusa História revela a
nós com o tempo. Cristalizar a repetida verborragia dentro de um
criticismo sem crítica cabal não refere a ninguém o que seja ao
mínimo aproveitável dentro do contexto do processo de uma
civilização que reja o próprio e correto coexistir, ou seja,
existir dentro de uma sociedade, instituição ou organização. Isso
demandaria a etapa posterior do ultimato dentro de um aspecto
individual totalitário, hermético e dogmático, o que nada tem a
ver com a mente aberta, ou com a abertura mesma em relação à
existência.
Esse pressuposto existencial se chama ferrugem,
como se a engrenagem urgentemente precisasse de óleo, e este vai
pouco a pouco faltando da prateleira. Em uma relação que dependa de
uma questão que seja de ordem quase política, as gentes entram em
certas galerias sem a forma que demande compreensão ou que outras
ordens possam advir da onda circunscrita a uma geometria de
simplicidade reativa! Não, o que se dite na memória seja em meio a
circunstâncias quase quiméricas, reações previsíveis, ou faltas
na progressão de uma luz que reside em um túnel absurdo e surreal.
Faltantes ou não, os paradigmas que invertem uma posição ou outra
revelam em si outros absurdos, que pipocam vez ou outra em
pensamentos vãos e crus como uma semente mal germinada.
O
mundo passa por transformações cabais, e saber desse mote nos traz
uma referência que sua não muito a flores, mas transcendem ao
faltante petróleo em sua monta de piora em valores ao povo que sofre
com carestias pregressas por total falta de planejamento e contendas
de ordem geopolítica. Nada disso diria respeito ao que se chama
equilíbrio necessário e a intenção primeira de cada qual no
processo de vida. Cada um de nós trabalha no sentido de mostrar por
vezes uma ignorância latente em seus próprios modais, quando ignora
que as forças que irrompem da Natureza nos fazem crer que não há
saídas para certas tragédias, quando a boa vontade por vezes é
rara em pessoas que gerenciam suas vidas com propósitos sem muita
equivalência, na medida de egoísmos renitentes. Independentemente
de características próprias, a vertente que resguarda nossas
retaguardas espirituais seja de tal modo particular e própria que
nos revele sempre uma esperança de que caminhemos pela luz, mesmo em
panoramas cáusticos como o que o mundo passa por esses truncados e
turbulentos tempos.
Seria muito afirmar – talvez – que
tentamos eximir uma expressão, um pensamento, um apanhado
filosófico, quando este retrata por vezes fielmente o que ocorre em
um contexto mundial… A retração ao novo vem com reflexos que não
nos adiantam muito em uma temática abordada, e todos os problemas
que enfrentamos não vogam muito nas vezes em que temos a vida em
certos falsetes, ou verdadeiras farsas embaladas para “bons
propósitos”. Esse obrigar-se a tentar mudar totalmente um
comportamento que se torna mais rebuscado reflete algum tipo de
coação reflexa e tirana do ponto de vista do direito cidadão a que
todos devem possuir, seja em qualquer sociedade em torno do mundo!
domingo, 9 de janeiro de 2022
sábado, 8 de janeiro de 2022
A VASTIDÃO DO MUNDO
Cresce em todo o planeta a vastidão de seus
eventos, em que a Natureza – antes coadjuvante – passa a ser
atriz principal… Na medida em que dela nos apropriamos mais e mais,
na medida em que a fragilizamos em todos os seus lados, a reação
que dela emerge pode e deve ser motivo de real preocupação. É como
dissuadir-nos que o desenvolvimento humano fica à parte, que a
riqueza de valores, que mais e mais carne seja consumida no planeta,
que grandes monoculturas que crescem à razão da devastação de
grandes áreas sejam fundamentais para salvar bolsões de miséria,
passamos a coexistir com o fato de que algo se passa de forma
equivocada, com a receita anacrônica de antigos alfarrábios e
ferramentas de ideários que não correspondem à extrema necessidade
em que os humanos possam frear esses processos exploratórios. São
poucas as palavras sobre, e tentar estimular a violência em certos
sítios do mundo com a busca pelo poder ou sua manutenção prescreve
em pouco tempo, ou se torna o câncer terminal, porém eterno… Esse
mal é de tal modo pertinente a uma crítica preexistente que o botão
de start rumo ao conserto fatalmente deve estar posicionado ao de uma
conflagração qualquer, como a atômica, em busca do primeiro
fundamentalista que inicie o fim, regido pela volta de um Cristo que
já está, em muitos homens e mulheres!
Presencialmente estamos
conectados até mesmo com o invisível, visto a olho nu à classe dos
sábios, que paradoxalmente são ignorados pelos folhetins de
cartola. Não se diga jamais que o mundo não é tão frágil, posto
sua esfericidade revela às dificuldades encontradas apenas uma
pequena superfície frente do que seja a sua vastidão e, no entanto,
a nossa espécie e tudo o mais que conhecemos como seres vivos
residem nessa película, nessa atmosfera. Acabou-se para a ecologia a
escolha dos lados, o ideário, os ideais de se comer de modo coeso,
pois não há partilhas de mesa, os pobres andam à busca de restos
e, como um fruto podre que resulta de sistemas incompatíveis com a
preservação, continuarão miseráveis, mesmo que os próceres
continuem a trabalhar incansavelmente para tentar demover essa pecha,
esse rótulo: os displays do moto continuum da desesperança e
das desavenças armadas com a faca cega da hipocrisia. A não ser que
quebremos certos paradigmas arraigados no extremo da servidão, da
escravocracia e da hiperbólica mácula do Poder, jamais poderemos
agir com uma pureza de caráter.
A sede de se ter uma
performance sexual traduz preocupações primevas da nossa natureza
humana, no ósculo indecente de minutos de gozo, em todos os seus
modais de perversão e fetiches. Acabando por poucos gerarem prole
com amor sincero, no que verse que imensas quantidades de substâncias
anestésicas com relação à realidade grassam no que não é
permitido ou, no máximo, no álcool ingerido de forma doentia, o que
nos torna mais e mais frágeis perante o sistema. O mundo é vasto e
de sistemas humanos não há como nos isolarmos dos sistemas
ambientais, pois a realidade há de ser, conforme texto de Fritjof
Capra, em seu “O Ponto de Mutação”, holística. Ou seja:
cardume aniquilado de um lado, cardume maior aniquilado do outro…
Peixes grandes comem os pequenos e viveiros maravilhosos como os
corais tendem a ser engolidos pelos tsunamis ou, o que é pior, por
testes atômicos. Parece-nos que o messianismo às avessas transfere
a responsabilidade do retorno de um Cristo que vem para nos salvar,
mas para provar que é Ele os cânones exigem que ande sobre um lago,
ou arregimente pescadores que, em várias áreas do litoral já não
estão presentes. Resta saber se o pastor, ou a plêiade de pastores
de todas as igrejas do planeta já não configuram a desejada
salvação, principalmente orçamentária de grande família que
somos. A tudo se deva o respeito, incluso a liberdade religiosa, seja
semita, maometana, cristã, hinduísta, kardecista, de matrizes
africanas e tantos e tantos credos. Se há paz entre religiões, se
respeitamos os indígenas como os únicos humanos que coletivamente
fazem a Natureza subsistir sem agressões, ou seja, harmoniosamente
com o bem da coleta e pesca não predatória com seus dias contados
pelo sol, com suas noites contadas pela lua. Como irmãos, caros, o
remédio ainda não encontrado pelo xamã que já o conhece, o
cacique que voga como autoridade, o pajé que ritualiza as ofertas…
E vemos o fogo que a tudo destrói, vemos a noite não silenciar a
cachaça, vemos uma nação perder sua soberania, e o fogo que emana
de uma arma noite a dentro, em várias noites, em múltiplas áreas,
em um incandescente buscar por territórios, que quem ama fica
desatento em sua cama enquanto entram pelas portas nas comunidades
infladas pela miserabilidade. Imensas máfias se sucedendo, enquanto
o gigantesco planeta é subtraído e espezinhado.
Esperava-se
uma reação à altura, e chega até nós um vírus que veio do
morcego, esse rato voador, que abrigou como em seu corpo as
dificuldades que enfrentamos com os milhões de mortos, em pleno e
certo milênio, de onde devemos esperar que saibamos agir, com todos
os chefes de qualquer coisa que o valha, que têm a faculdade de
combatê-lo. Sinteticamente saibamos que a performance mundial
oscila, e que as comunidades de favelas, por serem mais vulneráveis
sabem melhor do sofrimento pelo qual passamos. O mundo está vendo
que o que ocorre de descontrole faz parte de insanidades de ordem
espiritual. Se fizermos crer que a mesma espiritualidade tem tudo a
ver com a preservação da Natureza, estaremos dando o primeiro passo
para a compreensão do mundo e sua posterior ação individual e
coletiva para sanear os problemas que demandam urgência para a sua
solução.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2022
VERTENTES DOS SEM HORAS
Cabe a um facho de tíbia luz
Arrefecer os
ânimos de escaladas
Onde o gelo não solidificou totalmente
Ou
onde – bem quiséramos – se torna breu…
Não, a cada
minuta das investidas dos sem horas
A poesia toma as rédeas em
posição nunca vista
Sob o umbral que alguns pensam ser de
pedra
Mas que de plástico seja mais palatável a estrutura!
Do
que o poeta pense não importe tanto,
Pois o âmago dos sem
horas não revele muito
Nos olhares concentrados em realizar o
lavoro
Na imensa corrida sem largada e sem pódio.
O
ósculo de traição que nos espera seja ao menos
Salutar sem
ser do selinho pro forma dos anjos
Nem algo melífluo similar a
uma mesa de jantar:
Onde os copos não
se erguem da copa
E nem caminham sobre o piso inquebrantável do
concreto.
Seria, sim, algo de temores escondidos em
reminiscências
Na cor lapidada de reforços em naus
trigueiras
Ou na vida daqueles que não escondem o intrincado
jogo
Onde os mananciais da certeza se perdem nas razões de
cristal.
A cinco e tanto e mais um pouco erigimos uma meia
ponte
Em que se somam mais e mais dias para confabular a
veia
Com a outra que se encontra em pulmão salutar
Quando
de sabermos que nem todo o cigarro é proibido!
Assim
seguimos, ao prumo de contendas secretas
Na voz e no infortúnio
de estarmos atentos ao nada
Quanto do merecimento de cada
escala, dentro da possível ordem
Que nos remeta ao vocabulário
estendido por questões
Em que tecer limites na desforra é
descalabro da ignorância.
Seríamos factíveis de saber
que nossas vidas são geradas
A princípio na inocência do
amor, e que essa premissa
Não seja guarnecida pela insistência
da hipocrisia
Onde julgares são cometidos a cada instância
antes da primeira…
Nisso de sabermos quem somos e onde
estamos, lembremos
Que na versão do ser ou não ser, onde
ficaremos no nada
Quando de cada passo em cima do cimento e dos
pequenos matos
A vida não encerra em si um término, pois antes
seja merecedora
Das questões próprias de um tipo de acaso e de
promessas
Não cumpridoras do afeto que sabe melhor às
frentes
Mas jamais poderá dizer o que é melhor para a luz de
ré!
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
ALGUMA PALAVRA
Entre o si e o nós teremos
Uma troca que nos
vem na serenidade
Que verte a ternura sempre
Quando saímos
a acertar ponteiros
Nas famigeradas horas em que
escrevemos
Outras histórias que nos esperam a caneta!
No
de acordarem-se as horas
Outros acordares se nos ditem
Que
não haja faltas nos desdizeres
Que a própria e concreta falta
nos revela…
A poesia tem a veracidade de uma arte
Que
nos acompanhe sempre na desdita
Ou em algum infortúnio onde se
escale
Algum viés reservado em alguma força.
Na
vida se torne a vida melhor
Quando a querência do viver nos
urja
A saber que os períodos de sobriedade
Tecem um manto
de cristal em nossa superfície.
Algures o teimar fosse
apenas ilusório
Na troca de cenas em que o cenário não
há
Como em um teatro improvisado
Quanto do importar que a
arte mereça mais fé!
O desaviso dos esquecidos não
suplante
O que nos é negado quando do jugo
Em desplantes
de memória, em verves
De vaticínios antes regados no
perfume
Que não possui fixador, mas apenas emoliente.
Quanto
ao apagar-se do mundo
Uma borracha se mescla na atitude
Que
não nos verta a mecha da lanterna
Em um breu da falta do
fogo
Na serpentina inquietude de nossos versos.
No
que nos tentemos sermos dos melhores
Reza a cartilha que os
passos sejam paulatinos
Mas firmes e seguros em nossos
caminhos
Que de rochas sejam Ápias quase
desconstruídas!
Quando a esperança florescer nos
corações
A vida pede que se dê a passagem no planeta
Na
vereda de um qualquer que se doe
Sem os estigmas que por vezes
nos nublam
De ofertas generosas do viés de más famas
Em
que se retorne o quinhão de um crer infinito.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2022
OS DIÁLOGOS URGENTES
É muito importante desenvolvermos a
faculdade de contemporizar, de equilibrar as coisas que se altercam,
e não raramente vemos que estamos em meio a uma tempestade e que
nossos sentimentos por vezes desabam com a falta de esperança. E eis
que descobrimos – como despertares – continentes de nossos
próprios sacrifícios, de nossas próprias penitências que não
devem jamais ser relegados a segundo plano. Cada um possui a sua
própria história, e é na vivência coletiva que aquela se expressa
como a história de uma cidade, de um bairro, de uma rua, ou de uma
família. Do maior para o menor, ou vice e versa, é como se dá um
processo histórico, que pode culminar em uma nação ou um
continente geográfico. E assim segue a história, sem contar que a
maior parte de nossas famílias são anônimas e circunscritas a
problemas de ordem financeira com extrema dificuldade nesta carestia
atual. Todos hão de escrever e por diversas razões, pois isso é
normal quando o apreço pelas letras e sua escrita, mas muitos sentem
atração especial pela fala, comunicação oral, vogando a
gestualidade e seus estudos estritos de interpretação, quando no
teatro ou arte, até na questão judicial.
O toque a que nos
damos a atenção necessária chama-se diálogo. Sem este as coisas
não funcionam de acordo, e sem ensaios a vertente da comunicação
sincera vem a tona com qualidade, mesmo que muitos errem do outro
lado. O erro pode ser recorrente e, a um homem ou a uma mulher, e
isso acarreta enormes faltas, podemos todos incorrer nesses citados
erros – que podem ser vários – quando de não querermos aprender
a lidar com acertos, logicamente fundamentados, e que por vezes
dependem do treinamento e habilidades diversas. Esse treinamento
citado pode ser realizado um pouco de modo lúdico, igualmente com
relação às habilidades, e ambos fazem parte do caráter do
diálogo, não apenas com o circunvizinho, mas igualmente com nós
próprios: um diálogo interno, necessário, fundamental. De acordo
com o que dita a coisa certa, ou seja, dentro de uma sensatez quase
universal, se pensarmos que as atitudes errôneas jamais podem estar
se repetindo com relação ao respeito e à manutenção da dignidade
de todos os povos que compõem uma nação, ou mesmo
internacionalmente falando. A se repetir, sempre: sensatez, o que
confere validação e suporte a um tipo de sobriedade humana, tão
necessária nos tempos da atualidade. Esse sentimento de caráter em
que se cria um carisma real, e não uma farsa aleatoriamente teatral
e burlesca. Esse pontear um diálogo verte nos parceiros um
entendimento entre si, no companheirismo dos acertos e dos vínculos
de amizade que se criam, no mais das vezes quando em si são
encontradas algumas dificuldades, isso se dá paulatinamente...
A
questão de necessidades mais urgentes por vezes ocorre, em se
tratando de contextos mais pontuais, na paridade de não se omitirem
as opiniões a respeito de cada universo particular, posto o ponto de
vista depende, para ser verdadeiramente democrático, do se poder
expressar, falar livremente, não importando a classe social a ele
pertencida, falando e se fazendo entender. Escutar por vezes é o
mais importante, haja vista a coletividade ter seu direito
individual, mas há que respeitá-la como uma entidade social, ou
grupamento, com suas próprias leis e regras. Nisto voga sobremodo a
vantagem da oratória, posto um x de tempo qualquer por vezes é
insuficiente para quem não tem jeito com a palavra. Não deve
ensimesmar-se aquele que por vezes é ignorado por razão de alguma
fragilidade, ou pelo rebuscado comportamento que subtrai por vezes a
compreensão humana em sua falta paradoxal do humanismo. Todo o
diálogo urgente em algumas situações atinge mesmo os mais
poderosos do planeta, pois as guerras, sejam frias ou não, acabam
por registrar sempre nos diversos sistemas existentes a incongruência dos que se dizem “estadistas”!
domingo, 2 de janeiro de 2022
QUE O ENCAIXE SEJA BEM-VINDO
Nada do que nos
apercebemos – em um ano que se inicia – será de uma vã
tentativa de nos relacionarmos com aqueles que merecem todo o afeto,
ou todo o carinho que podemos dispor, como um serviço devocional –
bhakti yoga –, o serviço de amor a Deus. Tudo é
consequência desse ato, transcrito nos Vedas, em uma fonte
maravilhosa onde estas escrituras nos revelem a questão mais
importante, que é a tolerância que um devoto tem com relação a
seus semelhantes. Temos que ser mais humildes do que uma palha na
rua, termos uma fé inquebrantável, e escrever sobre isso é como
encaixar uma peça importante que vai de encontro à compreensão da
Natureza… Uma peça que, de início, é quase oculta por extremas
dificuldades, onde por vezes sucumbem os melhores geômetras frente
ao desafio, no olhar que a nossa racionalidade pode nublar esse
tentar, essa maneira de resolver questões aparentemente impossíveis
mas que, por vezes, uma criança consegue uma solução, o que mostra
um encontro de gerações em que envidamos horas, ou conseguimos em
minutos. O encaixe é uma questão a que me refiro seja anímica,
espiritual… Quantos dias passamos por vezes a nos sacrificar, a
termos que disciplinar-nos, a estar presente em uma reunião onde as
atmosferas podem rudemente se altercar veladamente, ou quando
encontramos pessoas que, apesar de suas idiossincrasias particulares,
podem voltar o olhar – extremamente focado – no que é de
tradicional, no que compreende a lógica que emane do encontro, e não
da diáspora. Essa lógica que existe no olhar do Supremo Senhor,
traduzido pela Sol e seus encarregados, como Vivasvan.
Acaba-se por criarmos certa engenharia copista para encaixarmos peças
materiais, e isso funciona dentro mesmo do projeto, a não ser que
seja externo esse engenho. Por sabermos um pouco mais, existirá
sempre o interesse da ciência, não apenas através da matéria, mas
igualmente o que vem a ser religare, religação em latim,
emanando daí a palavra religião: o que ata, o que une.
Não
há transversalidade no pensamento religioso que não seja coerente
com o Senhor Supremo, ou seja, que seja ganancioso, na vã tentativa
de prosperidade material usando a palavra como pano de fundo, como
entrave, como comércio. Essa assertiva não é propriamente crítica,
mas reside no domínio mesmo de que a lógica pontua a favor dessas
questões, em que os Testamentos igualmente nos revelem o fato
consumante de uma Ordem maior do que a dita ganância e especulação
cristã a respeito de qual escritura seja mais evidente ou superior
do que outra. Não se deve pensar na religião como algo afeito a um
grupo etnicamente “escolhido”, uma razão pura ou coisas
similares em essência. Esse pensar que eleva soberbamente
verdadeiras multidões por vezes recriam coisas parecidas com as
Cruzadas, ou estigmatiza o aspecto do colonizador como ideia premente
na intolerância, desrespeito à cidadania no que se refere à
preferência religiosa, quando se trata de um totalitarismo ou
fundamentalismo cego. Sempre é bom e auspicioso encaixar as peças
com um olhar espiritual, e esse animismo, esse estado da psique
revela-se um modo de atrair a Verdade ao mesmo olhar: sobre o outro e
sobre nós mesmos. Esse querer da verdade por vezes carece de uma
estratégia existencial como ferramenta indispensável para
conseguirmos os objetivos pretendidos, no que o tratado Homo
Ludens, de Huizinga nos esclarece, assim como todos os guias onde
se aprende essa ciência. Um exemplo simples é o jogo de xadrez,
onde temos de estudar as aberturas, o desenvolvimento e a
finalização, pois sem esses conceitos ajudaremos nosso próprio
fracasso, quando o rival por vezes desequilibra o entreter-se, quando
de mais ajustado ao processo do jogo. Assim também ocorre com o GO,
jogo este deveras antigo e tradicional mas que, aparentemente mais
simples que o xadrez, suplanta este nas infindáveis possibilidades
matemáticas em seu tabuleiro, em termos de AI.
Em resumo
temos, por hora, questões que não podemos resolver, mesmo estando
em um único contexto, assim como podemos, dentro de uma esfera
reducionista, resolver outras que transcendam a própria
contextualização, o que vem a dar nos costados espirituais, posto a
receita milagrosa pode estar em uma escritura sagrada, seja esta de
qualquer religião ou credo. Assim como podemos teimar em sermos
reticentes conosco, podemos, por outro lado, abrir nossa visão no
viés libertador, conferindo o ganho maior, tanto espiritual como
materialmente, com união, com mudança de paradigmas e com o
crescimento para nos tornarmos frutos exemplares de uma árvore com
raízes no conhecimento e no bom proceder.