Quando acontece de não possuirmos mais
alguma e necessária referência em nossas vidas, quem sabe nos
perguntemos sempre se já houvera de nascermos sem a linha da
progenitura, dos pais, dos irmãos, da sociedade, da escola, do
trabalho e etc. A esperança de não estarmos sozinhos é nada como
uma falsa mácula nas vezes em que sequer olhamos para a edificação,
mesmo precária em seus alicerces, de nossa existência. No entanto,
nas questões de vermos mais adiante, sempre na dianteira, quando
olhamos para trás por vezes vemos erros quase irreparáveis, mas no
momento presente, no dia do agora, podemos recuperar ao menos a
recuperação da lucidez, e esse é o trabalho de uma tomada de
consciência que nos mova para um progresso, no início material ou
espiritual, porque ambos andam de mãos dadas… As referências de
algo sólido serão o construir-se ou reconstruir-se mais alicerces,
o conserto que demanda a própria edificação de nossas vidas, as
vertentes que nos chamam para um ofício, a mesma construção e
sedimentação da qualidade que sempre possuímos em nossas
personalidades, a opinião a respeito de algo, uma música qualquer,
um sopro na atmosfera, mesmo que as dificuldades aparentemente não
apresentem uma solução compatível com nossas forças. A
diferenciação que nos mova com ímpetos de melhora são o caminho
plausível e lógico para que saiamos de uma situação com os bons
ares de crer, ao menos em algo além do nada, posto há tantos
universos, mesmo em um tipo de hermetismo do cimento, que nos fale
que o horizonte está por ali, mesmo que não percebamos essa
dimensão.
A própria ciência de estarmos existindo nos veste
de roupas que podemos acreditar sejam o que nos sirva, sempre, de um
calçado, de um ponto de acolhida, de um banho bem tomado, de uma
vida em sobriedade, na possibilidade de evitar-se o primeiro gole!
Não adianta fugirmos sempre de nós mesmos na adicção com
frequência de insalubre atitude, pois não é através dessa fuga
que seremos ou podemos alçar voos mais agigantados dentro do
pressuposto de que achemos impossível sairmos dessa condição. Se
em um acaso porventura temos em nossa lide a recaída diária, se na
verdade a vida é uma queda contínua, urge precisarmos de ajuda,
urge tentarmos um trabalho, urge adaptarmos nossos sentimentos e
atitudes a um progresso que deve ser visível, passando a evitar
ações em que não ocorra bons frutos. Sempre pensando adiante e, se
for de possibilidade concreta, há várias instituições que
porventura podem nos alimentar, só depende de nossa iniciativa, que
deve ser premente, concreta, sólida e com boas doses de esperança,
ou seja, uma esperança que não deva jamais concorrer fora da
realidade em que vivemos, mesmo dentro de um panorama algo cruento,
mas que nos torne mais fortes, quando nos tornamos guerreiros de nós
mesmos, quando crescemos juntos, quando tomamos tento, pois um teto
por vezes é muito dentro das possibilidades naqueles que nos
fortalecem dentro da ventura e da concórdia.
Estarmos limpos não
é questão de classe social, de crença ou ateísmo, de opiniões
não compreendidas, ou de idiossincrasias particulares. Pensar em uma
melhora de um pode ser de dois, três ou mesmo de uma coletividade.
Para arranjarmos nossas vidas dentro do espectro da possibilidade
factível e concreta, nos fará vermos o mundo inteiro com outro
olhar, e as dificuldades serão desafios em que teremos que
participar para vencer algumas equações por vezes complexas mas
que, em uma vida simples podemos vencer com segredos que se revelam a
cada dia…
Finalmente, os mistérios da existência podem nos
sacrificar deveras, mas a cada respirar sereno teremos condições de
evitar qualquer substância, na companhia de outras pessoas que
possam compartir e ajudar no processo. Essa é a questão de nos
referenciar a nós mesmos em que passamos a uma outra dimensão que
pode ser a razão de encaixados na verdade em uma recuperação livre
de quaisquer ilusões que possam ter nos afligido na longa caminhada
dentro de um si mesmo de recuperação de uma vida nova e exemplar!
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