quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

ALGUMA PALAVRA

 

Entre o si e o nós teremos
Uma troca que nos vem na serenidade
Que verte a ternura sempre
Quando saímos a acertar ponteiros
Nas famigeradas horas em que escrevemos
Outras histórias que nos esperam a caneta!

No de acordarem-se as horas
Outros acordares se nos ditem
Que não haja faltas nos desdizeres
Que a própria e concreta falta nos revela…

A poesia tem a veracidade de uma arte
Que nos acompanhe sempre na desdita
Ou em algum infortúnio onde se escale
Algum viés reservado em alguma força.

Na vida se torne a vida melhor
Quando a querência do viver nos urja
A saber que os períodos de sobriedade
Tecem um manto de cristal em nossa superfície.

Algures o teimar fosse apenas ilusório
Na troca de cenas em que o cenário não há
Como em um teatro improvisado
Quanto do importar que a arte mereça mais fé!

O desaviso dos esquecidos não suplante
O que nos é negado quando do jugo
Em desplantes de memória, em verves
De vaticínios antes regados no perfume
Que não possui fixador, mas apenas emoliente.

Quanto ao apagar-se do mundo
Uma borracha se mescla na atitude
Que não nos verta a mecha da lanterna
Em um breu da falta do fogo
Na serpentina inquietude de nossos versos.

No que nos tentemos sermos dos melhores
Reza a cartilha que os passos sejam paulatinos
Mas firmes e seguros em nossos caminhos
Que de rochas sejam Ápias quase desconstruídas!

Quando a esperança florescer nos corações
A vida pede que se dê a passagem no planeta
Na vereda de um qualquer que se doe
Sem os estigmas que por vezes nos nublam
De ofertas generosas do viés de más famas
Em que se retorne o quinhão de um crer infinito.


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