segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

A VOZ DA DUALIDADE

 

Sintamos o vento em nosso eu, o verbo que sua a flores,
A vertente de uma poética caudalosa, em que teimemos
Em servir de auspiciosos dias o vão que não desprezemos
Quanto de resguardarmos nossos tempos a mais de dizer!

Quando dizemos algo, os que nos escutam sabem do saber
Em que residimos no introito de estarmos com fé no Senhor
Dos senhores que todos nos dizem que são da obra e do prumo
Quais caracóis maravilhosos de extrema e avizinhada lucidez.

Que melhores coisas em projeção do nosso ser consciente
Se reflitam em nossas reservas do eu gigantesco nosso e interno!

Não que não sejamos muitos, somos quiçá suficientes
Em nosso coletivo e no respiro de tantas as suficiências…

A maravilhosa concepção do mundo ombreia com o sistema
De planetas multifários, e estrelas de outras galáxias,
Assim como nas letras pode residir a galáxia do entendimento
E o seu lado sereno e lúcido de transmitir as pérolas do conhecer…

Quiçá a humildade do poeta torne a sua poesia mais próxima
De um começo de se engatinhar em busca de outros significados
Que não partam do cansaço em não nos deixar redimir promessas
Que, na verdade, não podem jamais perder para a insensatez.

O carinho do olhar de uma mulher, seja nova ou anciã,
Traz ao homem seu próprio olhar de perscrutador
De uma vivência conforme com o amor de descobrir
Que por vezes a incerteza não passa de um despertar espiritual!

Aquilo parte para um ressentir diário, moedas de César,
Deduz um algoritmo que não queremos querer de tão gasto
Pela incongruência de que as palavras em estudo diário
Nos veste uma semântica de um progresso cabal e festivo.

Não que não percamos de vez por vezes uma sagrada paciência
Ao ruminarmos ditos e mais frases que fogem de um período
Que, por sua inconsequência, reduz o léxico a uma gramática apenas.

Não queiramos ver o mundo por dualidades, senão seremos apenas
Um atacante contra o outro ensanduichando toda uma terra
Em que, por detrás de nosso conforto, hão de verificar
Que o mundo não é apenas a construção de um war game.

E se, no reducionismo de nossa parca experiência,
Verificarmos que a queda de braço revele o torque
Quanto de sabermos que ninguém jamais saberá
Que a flor que nasce do diplomático perdão não fenece jamais!



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