domingo, 16 de janeiro de 2022

OS SIGNOS DA INDIFERENÇA

 

Deste imenso xadrez algo da Grécia, antes de existir a monarquia,
Caem peças de um tipo de jogo já com seus métodos e campanhas,
Um mate que se avizinha ferrenhamente de ambos os lados,
Onde os contendores simpatizam com luvas de cetim negro
Que causam furores no alisar das têmporas do sexo
Quando, na independência relativa, um hospital psiquiátrico toma a forma
Em que, dentro da farsa pretensamente cerceadora da realidade
Remonte onde não se trate a doença, mas que seja um fim de mundo!

Quem sabe os hospitais sejam a acolhida daqueles que precisem e,
No ponto de acreditar na medicina, seja qual for o Governo
O estigma do internamento parece assombrar aqueles que desconhecem
A necessidade de amparo médico para quem precisa do mesmo amparo
E que revejam que o tempo não é de esperança, posto as Intensivas
Unidades de Tratamento não darão espaço para que, dentro das invectivas
Dos temores como arma de coação urjam que seja o melhor para aqueles
Que possuem uma crítica veraz de tudo o que ocorre nos pretensos circuitos de Poder…

Os hospitais superlotam, a crise se avizinha em plena crise, e a poesia contente
Faz urgir do mesmo modo, com a amizade amparada por boa medicina
Que se complete o ciclo de vida seja como for, posto respirar hoje é chique!

Na retaguarda de muitos o que se espera é uma refração da cobrança
Alicerçada por um patrulhamento ideológico que beira o ridículo
Naquele mesmo exercício de nos quererem uma participação pífia.

A medicina, seja ela psiquiátrica ou não, não tece ardis como ponta de lança
Haja vista que alguns próceres da dita mente arejada e tida como progressista
Lança seus sinais tentaculares em todos os espaços, estão em todas as partes.

A invídia prega que aquele que conhece o idioma escorreitamente
Perca para outros que dentro de seu analfabetismo funcional
Tentem colocar a educação como pano de fundo para marketing político.

O temor de ser escutado dentro de uma opinião faz o vitimado falar
Até evacuar suas tripas pela boca, dentro do espectro espectral…

No entanto, por mais invectivas, seja de situação ou oposição, no sentido
De derrubar a Verdade, esta permanece limpa como um cristal
Nos significados mais profundos onde a participação de um é ignorada
Quando a possibilidade de Poder navega pala ilusão primeira da economia.

O poema é tão longo quanto os anos que o precederam, e encaminha
Para terras de além mar o que ocorre dentro da alma do poeta:
Algumas inquietações existenciais, mas uma paz profunda que ateia a chama!

Algumas classes lutam na intimidade de famílias vulneráveis
Para despejar a pá de cal na propriedade dos desavisados
Ou invadem tetos alheios como uma forma de burlar o sistema.

Mas há outro sistema ignorado pelos signos da vida cotidiana
E devidamente traduzida por algumas cartilhas canhestras
Que se forma no voo de um pássaro, no canto de um violino,
No saber verdadeiramente erudito, e não nas matracas
Que repetem jargões anacrônicos, tornando fantasmas líderes!

Estamos muito distantes do México, mas cada vez mais somos
E fazemos parte da realidade cruenta em que esse país se torna
No dia a dia das fugas para o território estadunidense.

No entanto, estamos tão próximos da Europa, como em uma apertar
De um toque no smartphone, coisa que se parece com um correio de luz
Que se evola ao surpreendermos não tendo como nos comunicar
Por que nos falta a linguagem universal como ponto de partida.

Seríamos melhores se os nossos erros não se traduzam em inveja
De possuir mais fama ou riqueza por estarmos longe ou perto
Dos que são e dos que se tornam poderosos, na razão direta
De um ser que – pensando estar isolado – é mais feliz que uma gema
De esmeralda que colhe ao cascalho que sabe à cachaça mais do que uma.

Esse diluir-se uma esperança é tarefa quase fatídica nos tempos de hoje
Onde alguns digitam dois botões pensando estar no comando
E uma poesia feita de quatro mil caracteres exatos, faltantes apenas 51,
Mas não fiquemos nesse número, sobram 12 e mais uma!


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