quinta-feira, 29 de outubro de 2020

UM RASGO NA BANDEIRA

 

Foi-se um tanto na publicidade do atraso
Quanto, no mais, não se coaduna tempo com abusos
Mesmo porque um tempo de equinócio não vitupera
Com as classes adstringentes, com o samba dos favores!

Restam óbices que claudicam no vento que sopra forte
E ainda não se sabe se a retórica obedece ao bom senso
Ou se as mentiras assumem lugar de uma anti ética
Onde os gargalos permitem o abuso real e concreto.

Nas esferas do impossível muitos tentam navegar
Dentro de uma miríade de sonhos vulgares
Por se dizer faltante aquele que nunca falta…

Nada que seja segredado ao secreto se nos diga
Quando saibamos todos que um novo poder se alicerça
Demandando, de qualquer modo, esforços ímpares
Naquilo que se rogasse de mérito, a uma medalha merecida.

Sermos tantos e sermos quase todos, estaremos em uma vereda
Que não entorpeça o vício de uma rede em que muitos
Se atinam de estarem partícipes e, no entanto, fazem o jogo
De uma amarelinha consubstanciada na literatura da América do Sul.

De bandeiras e estradas se soubera muito em longas noites
Em que os trucks vertiam nos portos os seus carregares
Desde tempos imemoriais em que trafegam no asfalto
Não apenas os grandes transportes como a UBER atual.

De tantos e tantos que pressupõem uma bandeira no desbote
Haverá sempre um verde ou um amarelo na frente do descaso
Quando pudermos supor que um negócio amarrado no Rio
De quase janeiro se monta a superficialidade do caos!


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