terça-feira, 20 de outubro de 2020

ALGUNS SEGREDOS DO EXISTIR

 

Um recado que seja, do sentir mais profundo, de se ser
Maior do que uma simples demanda mercadológica,
Algo a ver com um montante de faces neutras
Nas outras faces em que o capital se mostre ausente.

Do mesmo lado da moeda que não consubstanciemos o fato
De estarmos com outro o lado que sirva melhor, o mesmo
Que prorroga a nossa existência sistêmica, onde o quinhão
Do merecimento é justo: a parte que não tocamos se nos toca…

A vida de um qualquer seja melhor do que se posto à prova
No mais de merecer algo de enobrecedor prêmio
Qual não seja, o vértice da voz que entontece o espírito
Em um jargão que ata e nos desata nos nós da vida!

Em um linguajar solene vemos transpassar sobre a cortiça
De uma garrafa celestial a veia dos mares navegados
Dentro do escape de uma mensagem, que seja,
Uma posta de garoupa vertida no cálice dos inocentes.

Dessa tremenda equação sem termos nulos, a divisão
Retém em si mesma uma lenda de lideranças ocultas
Em que o verbo possa a alguma ter ferido deveras
E a outras ter trazido a comunhão do conhecimento…

É nesse termo que algures tenhamos dias melhores
Pensando na existência de um resistir sereno
Ao que não seja extremamente certo em uma profusão
De imediatistas que querem resultados em um turno apenas.

Se é de querer-se uma demanda de um mercado algo simples
Retém-se um espiritual alento até que nos cheguem boas novas
Na mesma existência em que um homem pode endereçar
As vias de tráfego em que a distância possa corroborar!

Na vertente de uma ciência espiritual do sentido humano
Saibamos que a alma sente mais do que o sentido lato
Que é imperfeito, e que nossa inteligência reja o lado
Mais anímico do que perfeito dentro de um pretérito simples.

Por vezes estamos municiados de farta esperança, e outras
O codinome do inglório peca por estar frente a frente
Com a dissonância claudicante da arritmia, por termos tracionado
Um motor que não reitera a filosofia ainda inexistente de uma estrofe!

Essa máquina andante e girante, dada como quixotesca e de moinhos
Move-se pelos ventos dos sonhos, dada como inútil quiçá
Mas que navega pelo oceano do Universo conforme o dito que se dá
Na frente de uma não ilusão porquanto vida de concreto sólido no vão.

Em horas em que tudo se redime sem o aroma de uma flor
A vida em nossa existência exibe sem as quimeras do mundo
Uma plataforma de aço onde podemos pousar nossos pés
Com a galhardia firme em que nos temos pulsado na primavera!


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