sexta-feira, 16 de outubro de 2020

SOLARES

 

Solar que não sejamos tanto na noite desconfortável da dúvida
Quando entontecemos a força que pensamos que não temos
Por um tanto de uma quase fraqueza em meio aos bichos
Que encontramos aninhados em uma colmeia em meio às chamas!

Solar que não encontramos na vida que seja quase onipresente
Naquilo que nubla de faíscas e fumaças, de sopro incandescente
No que equipara a uma termonuclear pelo gesto insignificante
Do criminoso que ateia o fogo só para ver o esforço do bombeiro…

Solar que não estejamos à frente de um jacaré calcinado, na noite
Iluminada por sinistras labaredas de um lugar que se chama paraíso
Virado inferno pelas mãos do homem que transcende mesmo a maldade
Quando não ateia fogo a si mesmo para revelar o caráter da remissão.

Solar que não caiamos nas justificativas inomináveis de um lesa pátria
Qualquer que pontua a carne a ser morta no futuro como boi bombeiro!

Solar que não carece carestias, quando vemos que o óleo seja motivo
De um inglório parecer consonante com a veia mais vil da possibilidade.

Solar que não se reflita no codinome do horror, quando de nossas casas
Vemos dentro de nossas TVs a luz do inferno, e rimos à socapa!

Solar do não lunar, da lua rubra, da luz negra do fumo que esconde
Por suas capas de hipocrisia a vertente mais hedionda que se torna
Toda uma nação que sequer tenha visto um tucano de verdade.

Esses solares todos se completam, não se redimem, partem a ficar
Preocupados com o fogo perpétuo da luxúria não completada
Gerando a Ira que acaba por devastar finalmente com nossa raça.

Esses solares, são do fogo serpentino do quase amor, vem do gozo
Mal anunciado na refrescante veia de champagne vertida com sexo
Na casualidade do prazer fugaz e mórbido, de quase coprofágico.

Esses solares vêm acompanhados por tumbas submersas na terra
Onde por estranhos arremedos silenciam o bom senso
E tornam cada vez mais fácil e gratuita a palavra que significa amor… 


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