quarta-feira, 23 de setembro de 2020

UMIDADE NO OLHAR

 

De que são feitas as lágrimas dos jacarés que o fogo seca
Com o seu couro torrado pelo desanuviar aquém de um problema,
Se tantos ouvem seus gritos, gritando igualmente em seu silêncio
Dos seres que não se compadecem sobremaneira usando suas mortes
Como argumentação em relação a trocas atentas de poderes,
Mesmo em saber que a mídia perfaz plantéis onde nem tudo o que se vê
É noticiado como um fato cabal, depois de se ter realizado
O desbanque da matéria, o casuísmo de interesses, ou mesmo
A falta de felling em situações de calamidades externas ao fato
Quando não se sabe mais o que se porta de novo na questão
De jamais se criticar as fontes de alguma espécie de retrocesso!

A onda é intensa, não muito breve, porém de amplitude gigante,
A onda vem das profundezas de uma caterva ignara que solicita
Àquelas mais gentes que denotem uma situação igualmente ampla
Mas de uma amplitude mais reduzida em sua altura, qual seja,
Defender interesses próprios, sem saber que uma cátedra na USP
Não é de sobremodo tão importante quanto a vacina de Oxford…

Ah, sim, quem dera termos um subterfúgio permanente
No que se revele a nós mesmos o suficiente, o que perfaz
A profundidade do Uno, o Holos que se ausenta, um ponto
Que não espera mudar, e nações que se revezam para adquirir
As riquezas da matéria consanguínea do último peru de natal.

Chamam-se colegas, mas não veem mais do que o seu umbigo
O precedente de suas assertivas, o mote mais longo do que está
Na fogueira das vaidades, a cada qual o opinioso mote
Porquanto a pecuária abate cruamente nossos animais!

E eis que a Era em que estamos se aproxima ardendo as florestas,
Consumindo vidas, eis que Kali se pronuncia, como está no Gita
Onde não cabe interpretações, onde Ele É, sem erros quaisquer
Na profética lição que recebemos em nossas leituras dos Vedas
E onde o décimo nono Tomo do Bhagavatam nos revela…

E outra questão, era esperada a revolta da Natureza Material
Onde se vê que o tempo eterno a tudo consome, e já que nada é feito
Espera-se que adernemos opiniões, que a demência de um mundo insano
Se revele com a força ardente da dissolução cósmica de um lixo no espaço!

Pudera as nossas raças da Natureza sejam tão díspares, mas que o Verde
Participe ao menos de uma tentativa, qual seja, houvesse um partido maior
Que este seja Verde, apenas no nome porém, mas um título pode na Verdade
Fazer um sentido latente, se o que importa à nossa raça é o gozo da barbárie
No sêmen que vem embalado em látex e jogado no mar, uma semente
Que se fora fecundada talvez servisse ao mal, porquanto um hedonista
É nefando quando gera seus amores sem amor, sentindo apenas o frisson
De entranhar na cristandade dos filhos desejados, a réstia e o descaso.

Teremos por propriedade homens ou mulheres, vates, ou diabos,
Crentes e facínoras, gente do bem ou gente do mal, ou as gentes
Que ignoram o juízo de valores, e ponteiam pelas escalas dos poderes
Suas crenças de que os mesmos poderes são realmente responsáveis
Por nossos corpos, apenas veículos com orifícios de sentidos
E no tato a consagração, quando se cantam as contas de Deus,
Tarefa rara nos dias de hoje, porquanto se toca mais na sujeira.

Ninguém é lindo neste mundo, apenas não somos estes corpos
Aparentes, com sentidos imperfeitos, falhos, consonantes com a língua
Esta forma serpentina de não sabermos como proceder quando
Se nos apresenta uma condição onde já se vê mostras de Kaliyuga
Sobrepairando velozmente a destruição deste planeta,
Na forma que prediz a humanidade, sem a ciência de Deus,
Sem saber que nenhum prazer se obtém sem sacrifício,
Pois este mesmo prazer é apenas a penitência de Bhakti:
O serviço devocional sem causa e merecimento, a Krsna.


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