quinta-feira, 24 de setembro de 2020

ALGUMA RAZÃO SE SUBENTENDA

 

           Não há muito o que se comemorar do mito fatídico da destruição… Um tempo perene ceifa árvores e ceifa homens e mulheres. Não que o editor do processador de texto não queira excluir propriamente o termo ceifar, mas que ceifar as árvores é mais do que quase o do imperativo. Não há razões muito apropriadas nas questões dos ganhos, pois os detentores da razão, pelo menos no hipotético lado deles, pretendem o faturamento sem conta, o aspecto jurídico cooptado pela facilitação, o que os torna simplesmente falcões a seguir com os olhos os ratos que pretendem abater de cima de quatrocentos metros na altitude. Seus mergulhos remontam estes mesmos metros e quilômetros por hora, terminantemente quase nada sobre em suas presas. Pobre coitada da onça que vive em nosso país, e não pode ser um Falcão Peregrino, espécie rara, porém não faltante… Esta onça que possuímos em nosso país, patrimônio existencial do planeta, relembra a importância de Galápagos para Charles Darwin e, por mais que este homem que vos escreve seja religioso, penso que houve uma Evolução das Espécies, pois não é o ser humano a culminância, isso em uma prerrogativa irrisória de sabermos que o Homem e sua técnica de manejo destrutiva acaba por fracassar como espécie, o que não dizer dos dinossauros, que viveram muito mais tempo sobre o planeta, legando o óleo bruto como riqueza exponencial de uma extinção de motivo externo! Um cometa, meus caros. Apenas isso, e nos perguntamos: eram os deuses dinossauros, eram mais tarde os australopitecos, neandertais, o cro magnon, o homem de Pequim, os guerreiros hindus, o nascimento da Mesopotâmia e a origem da civilização?… Fala-se tanto em conhecimento bíblico e, no entanto, apenas uma escritora como Agatha Christie, quando casou-se com um arqueólogo resolveu incrementar os seus romances com maravilhas da descoberta do conhecimento: essa sede do conhecer, linda, maravilhosa, essa forma de querer dizer ao mundo a arte, embasada, criteriosa, onde os ignorantes mais vis não encontram seu feed back natural. 
          Não se esteja totalmente de acordo em engajar apenas o conhecimento com o fator político ou ideológico, pois essa instrumentalização acaba por cansar as estruturas sociais mais cultas, que querem por si descobrir dentro do universo das suas próprias descobertas os ensaios que mais lhes apeteçam, entre estes a cultura universal dos povos. Não há porque reinterpretar povos bíblicos se apenas se lhes aprouve gostar da religião e nada mais, mas também é igualmente importante que ditos povos não queiram tornar uma sociedade de luzes na escuridão do dogmatismo e da ortodoxia religiosa, tornando nossos meios de pesquisa e fruição estética algo do gênero da subversão onde nesta palavra não há sentido cabal e inerente ao conhecimento.
            A assertiva de estarmos realocando valores neste breve ensaio é apenas para conferir que em todo o fundamentalismo de ordem religiosa negamos os valores amplos da cultura: na música, nas artes visuais, no tato de uma cerâmica, no design industrial, na arquitetura, e nos padrões de conduta que regem todas as instituições democráticas e soberanas de uma nação, de um continente, de uma visão cosmopolita, internacional dos fatos e registros históricos. Em uma notícia do The Guardian, por exemplo, se encontra farto e confiável material sobre o que acontece no mundo, mas em certos veículos simples e toscos de expressão apenas vemos o refugo de fakes que tornam por vezes um mau governo factível, possível em sua fraca existência, somando-se a números e quantidades que se prevalecem de uma massa ignorante, a ponto de pensar-se que o Juízo já está finalizando a contenda entre o que se chama bem ou mal, e que me perdoem a postura, pois não há como colocar aspas nos termos… Reconheçamos, pois, de uma vez por todas: toda a forma de viver violentamente é errada, todo o modo de negar ou obstruir, ou censurar modos culturais incide igualmente em erro. O modal de se perseguir qualquer etnia, crença ou posição política é errado! Atentar contra a normalidade democrática, ou imiscuir-se em assuntos internos de outras nações, são erros de catástrofe, de atraso, de interpretações, ao mínimo, duvidosas e unilaterais. Seguir errando para se perpetuar na mentira também é um grande erro, pois a Verdade é um Iceberg que se move de continente a continente, não necessariamente gelado, mas com consistência de pedra: imexível, irremovível, a quem interessar possa e à disposição tanto da luz noturna quanto das tempestades de verão, luminosas em sua plenitude.


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