domingo, 13 de setembro de 2020

REFAZER O TEMPO

 

Um tempo quase não se versa como algo tardio ao quem dera fosse
Um quase nada ao vermos a rua como tudo o que nos importe
Quando, na mesma distância, nos apercebemos longe de tudo…

Os braços se nos tremem, o receio das desditas nos acompanham
Nos mesmos versos ensombrecidos pela lua, esta que nos diz
Em sua crescente e meia a quem retornamos mais felizes.

E o que nos deixe por profusão de carinhos, por vezes de sermos
Maiores do que o mesmo tempo, em que não enclausuremos
Nossas questões na beira de um precipício inconsútil.

Nos nossos carinhos despendidos a um certo esmo, sem sabermos,
Saberemos mais da concretude de estarmos certos a repeito
De toda uma existência em que não nos verte o significado ausente!

Se – por trás de uma grade – anunciarmos a temperança, não importe
Tanto onde estamos, mas quais as fronteiras de uma propriedade
Que pode estar encerrada na falta de alguma alvissareira liberdade.

Qual fremir a mão em busca de uma reticência mais sólida
Encabeçaremos as nossas certezas em torno de um purismo
Que sói em ver que em nossas causas não perdemos um centavo de prosa.

Dá-lhe a sombra do que não possuímos, a ver, que em todas as nossas certezas
Vivemos por constituir o que já se constitui, como se fora
Uma carta a um amigo dileto, ou toda a Constituição ao nosso povo!

No sorrir dos séculos temos conquistado na arte de uma sociedade
Quem sabe a modernidade de uma visão sólida e coerente
A ver que nem sempre a compreensão da arte caminha com a razão…

E que saibamos que a razão caminha com a Humanidade e, se não fora,
Não haverá mais critérios a especificar o progresso social
Se, em termos de histórias, viramos especialmente passadistas anacrônicos.

O retalho algo convexo de nossas vidas entre o mundo da infidelidade ao tempo
Refaz a experiência de pensarmos nossas questões além da suposição finita
De que basta acender um fósforo em meio à floresta para brincar de desesperanças!

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