terça-feira, 28 de julho de 2020

VOLTANDO O PRUMO

Um prumo que se senta em uma beira de caminho,
Na fiada de uma coluna de tijolos e concreto,
Amarrando vigas esquadrinhando geometrias,
Naquilo que se sinta engrandecido pela circunstância,
Em uma opinião fatídica, que não vejamos por ceder
As etapas de uma reunião elementar, de uma dica
Que se possa, a um estranho rumor, orar pela vida
Naquilo de sentir-se íntegro por compartir retidões
De um caráter que deve agigantar pela serena atitude!

Inquietos ruídos partem de um ordenador de monta
Quanto a sabermos que ordena a mente em tal quilate
No que saibamos que as feras rugem de madrugada
Na versão de cães deixados ao relento, em látegos
De uma chuva quase cruenta em um sul repleto de casas.

Saber-se quase distante de um mote revelador, inscrito
Em uma gigantesca rocha de Algarve, em algo
Que não haveria de ser a rota de uma embarcação,
Mas que deve preservar Pessoa em sua multidão...

Assim visto um cenário, ou este se veste da ideia
Que não se ressinta de propor carinhos às escuras
Por baixos de alfombras tecidas pelas artes
Em catres surrados com algumas molas quebradas
Pela harmonia dos movimentos largos na vicissitude
Alvissareira de panoramas do amor em si fechado!

Nas vestes penduradas no cigano desatino, um som
Silencioso de chuva remenda um acontecimento
Que possa ter se dado em uma inquietude imensa
Quando mechas inquietas de um cabelo ruço
Desponta em um milharal de fogo na manhã seguinte.

Apraz ao ódio manter fechado seu portal
Com o fim de que ninguém permaneça em sua fanática
Fronteira que permanece embutida em quatro paredes
Ruidosa, no entanto, em seu quinhão de longitude improvável
Mas que retém em seus limites o espelhamento de uma ocara.

Resguardando a vertente das falas confucionistas e dilatadas
Pela sanha de querer ao próximo uma verve insana
A poesia ganha espaço ao discernir sempre a ilusão do real
Mesmo em tessituras de pés escalavrados como um sinal
De que outros já navegam pelo mar da compreensão tardia!

E, se não fora algum verso de comicidade permanente
Ao olhar contumaz da seriedade concludente
Seria demais, talvez, esperar do solitário e anônimo poema
Verter no descalabro do tempo o ritmo de versos intercalados
Com a descoberta algo seleta em que ricos e pobres
Mereçam a consideração da sua relativização de uma guia
Onde aprumar-se corretamente seja um ato estrito e bom...

Na solicitude de retrair a semente do solo, em semana farta,
O progresso humano retrai igualmente uma árvore
Na sua incandescência fria de ser maravilhoso
Que brota a quem queira ver, e despe-se com fogo aos lacaios.

Redondas e verdadeiras ações e suas vozes encortinadas
Não pressentem a voz que se emana do tempo
Na forma de voos, de ventos, de passatempos
Quando um espelho revela a um homem qualquer
Que o futuro lhe diga: aprume-se, já chegamos em boa hora!

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