segunda-feira, 27 de julho de 2020

A REGRA INVISÍVEL


Moram os deuses no olimpo que não vemos
Ou quando temos o temor como condição
Daquilo que não sabemos ou temos a outra
Condição do vento que não escapa à lógica…

Retem-se o núcleo de uma esfera de ocasião
Quando de se pensar se pensa, na antemão
Do que se versa na ordem oclusa dos sentidos
Ou na refração mesma de ordinários faustos.

Quem soubesse quem fôramos, ah quem dera,
Pois que somos o tanto da aurora, somos o patíbulo,
Somos o encarceramento dentro de nós mesmos,
A ordem justa que não procura o firmamento.

Assim que se saiba da ordem outra que não fora
Mas que nos apercebemos que existe dentro
Ou na parte de uma incandescente luz de feltro
Qual não queimasse a peça, se faz de outra dentro.

Um dia queiramos saber dos mistérios da poesia,
Mas que esta não verta sentidos maiores do que um
Que diste mais do que a superfície lunar de uma mulher
Que se despe sem contrassenso, a se tornar apenas nua!

A quem se dissesse algo sem contradições, seria a falta
De sabermos de quirelas maiores do que a não ocasião
No périplo das invencionices, na versão que se não nos dá
Sequer a superfície da incerteza, a linha do anti retoque…

Segue-se o pêndulo das invectivas, a poesia sonante
Em que um de marcha se antepõe diante de síndrome
Nada do que seja algo de prenúncios de sempre
Mas revela a consonância da esfera racional da razão.

Assim se prossiga o anúncio do animismo vazio
Por ocasião da entrega, por veia, por negócio quase escuso
No que tentamos evitar com todas as forças, mas em seu cerne
Vai de encontro com uma simples maioria de um terço ou mais.

Vilipendia-se o homem, a mulher se vende, o negócio se acerta
Qual negócio, o vivente passa a ser numerado, os genes
Perfazem o código de barras e não tentamos mais nada
Do que seria melhor se não estivéssemos parcos com o olhar.

A esquerda camba, a direita evanesce, o centro oscila,
O “outro” olhar encampa, e seguimos querendo por escolha
Apenas viver melhor, independentemente da circunstância
Onde o que é nunca foi e o que será jamais era um dia seria…

Na virtude de um pensamento será o dia algo que nos traz
Um bom ou um mau tempo, o que a tarefa do giz na lousa
Talvez seja o que há de mais concreto, do que a profusão
Da manipulação de escrituras que se revelam menores ainda.

Datamos de uma Era que não será fácil, posto a hipocrisia
Finca em seu solo a derradeira sentença, a penitenciar
Justos e reveladores das ocasiões melhores a se aceitar
Quem fosse maior do que a tempestade de que um aceite.

Segue a poesia, tomando o fôlego de um rock dos bons anos
Quem sabe, daqueles setenta e sessenta do último século
Quando porventura enfrentamos o início do milênio
Com um pé atrás, e outro na vanguarda de termos a libido só.

Infelizmente vemos o término das culturas, sendo quase o final
De uma coisa que não cessa, das invectivas das mesmas coisas
Naquilo que chamaremos um dia de ideal o prenúncio dos dias
Na circunspecção de estarmos vivendo dentro de uma regra principal!

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