domingo, 26 de abril de 2020

UM DIÁLOGO NORTEADO POR TEMA NULO


            Quando começamos a dizer um fato qualquer, há que se notar que nossa fala por vezes não se apercebe das entrelinhas – supostamente dominadas por ciência da comunicação oralizada – onde as interpretações sejam validadas, um mero pressuposto da questão investigativa mais rotineira, porquanto quando a bagagem no léxico é maior, passa-se mais ao largo do que em uma simplificação que por vezes nos deixa atônitos. Quiçá pela previsibilidade, quiçá por estruturas gramaticais simples onde o fato passa a ser filtrado ingenuamente por aqueles que são com harpias nas faculdades interpretativas. Como uma crença onde – por supostos vernáculos de escrituras – se rescinde das tábuas da Lei. Tábuas com certa complexidade, mas escritas sob os albores de um ano do século XX, mais precisamente nos anos 80, em seu final. Não que se torne sempre complexo, mas a um olhar desatento não se atina esse olhar com a importância da construção jurídica, e a outro olhar, da Cidadania, torna-se mais fácil saber a referência do que é uma Constituição e, mais além, seus processos da Constituinte: as cartas lançadas no ar da sociedade, independente dos governos, independente de um capricho ou de uma idiossincrasia que não esteja nos conformes onde o sistema compõe seus quadriláteros lógicos e humanos…
          No entanto, dialoga-se com fartos recursos no mais de algumas vezes, onde circunscrever outros temas não significa não estarmos dizendo algo de importância, mas um nonsense, um nada predito na conformidade que atravessa a grande libertação de nossos entendimentos. Mas nem sempre é libertário o nonsense de sabermos onde colocamos nossos pés em caminhadas mais longas, onde a previsibilidade do retorno é maior. Esse retorno para nossos lares, que despontam quais costuras inomináveis dentro de um grande rio onde vemos muitas vezes os naufrágios desejados de aquáticas existências. Dê-se o pular de um peixe na água, remontando literalmente a quebra de correnteza, o nadar contrário, o movimento em busca da desova. Quando o ciclo se torna ímpar: sugestivo e coerente, qual lógica de Natureza que não possui o seu amplexo pleno. Essa mesma lógica que não podemos perceber em sua imensidão, posto a pequena dimensão perceptiva de nossos sentidos humanos, e uma capacidade restrita de elaboração de nosso cérebro: diminuta e sem possibilidades maiores de encontrar os veios de nossas perguntas ou respostas. Por mais que se construam teorias filosóficas, a questão é que, em relação à Natureza seremos apenas coadjuvantes ínfimos de seus mistérios quase insondáveis, mesmo naqueles que possuem maior capacidade perceptiva.
          Logicamente, o papel do ser humano em sua relativa consciência é cumprir o desígnio de preservar o quanto antes tudo que se relaciona ou pertence aos mananciais do mundo, de onde vem a fonte que nos alimentará através da paulatina conquista do desenvolvimento de nossa mente, fruto de nosso cérebro. A partir dessa premissa é que consideraremos que todas as pautas que temos por diálogo infrutífero se baseia na simples acepção de nosso orgulho, o que resulta em um ego que erra sempre e sempre, desviando-nos do caminho.



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