Abracem
o mundo com a perspicácia de se querer estar em um lugar sagrado.
Que essa dimensão da existência, no mais das vezes, depende do que
sabemos sobre a matéria em questão. O mesmo cerne, o mesmo conteúdo
que não depende de interpretações e, no entanto, veste a sombra
com o calor da luz. A pequena flama de uma vela pode resultar em um
altar, para que as imagens nos tragam o conforto da fé e a
consecução dos planos sagrados… Podemos fazer de nossas casas
templos, onde santificamos uma rua, uma quadra, um bairro. Em
estarmos exercendo um culto, em estarmos lendo uma Escritura, há que
se ter em conta que a pregação alcance os necessitados, aqueles que
se angustiam com suas mazelas, e outros que são tomados pela
ignorância. Resta sabermos que nem tudo no mundo material possui
explicações dentro da percepção de nossos imperfeitos sentidos, e
a Religião nos ajuda a compreender coisas que aparentemente não
possuem a solução misteriosa e parca de um grosseiro modo de ver
tudo sob a ótica da matéria.
O
que anima nosso corpo material é justamente o espírito, uma parcela
infinitesimal que compreende o atma, nossa alma sagrada, em que temos
por missão estarmos servindo constantemente a Deus. Quando não nos
apercebermos desse simples fato – dentro de um País com uma
profunda religiosidade – consentiremos que o lado espiritual e
anímico nos revela apenas uma especulação, sob o olhar do ateísta.
Crer apenas na sociedade em seus modais tecnológicos ao mesmo tempo
nos aproxima com os atuais meios de comunicação e ao mesmo tempo
aliena com a falsa presunção do Poder, com fins outros que não
sejam praticar o bem, viver no modo da Bondade.
Há
que se ter em vista trabalharmos assiduamente, mesmo com restrições
da ordem da capacitação que nem todos possuem, para resgatar a
nossa Casa Comum, ou seja, o nosso planeta Terra, que é onde nos
situamos, dentro do escopo das religiões que creem ser nossa única
morada, ou daquele que acredite ser um entre tantos bilhões de
planetas que compõem um Universo, afora a plêiade do manifestado na
plataforma do que é manifesto, e daqueles Universos que sequer foram
gerados pela perspiração de Krsna, em Seu imenso Oceano Causal que
uma de suas moradas. Temos que respeitar todas as vertentes religiosas,
pois não adianta lermos uma escritura sagrada se não temos na
prática a modalidade de sermos quem somos: almas individuais e
eternas como manifestação cósmica que possui o sentido da vida.
Não somos portadores de uma muleta existencial, mas seres que
possuem crenças, que devem ser respeitadas integralmente no que
saibamos ser o lado do animismo e da ampliação perceptiva de nossos
sentidos imperfeitos, como supracitado acima.
No
entanto, o mundo material possui suas próprias leis – como a
Ciência – que igualmente devem ser respeitadas, no imenso paradoxo
na sua dialética, no seu proceder lógico e na consecução de
algumas leis que não devem ser ignoradas. Há que se ter uma
evolução continuada para que a exploração do homem pelo homem
seja considerada uma forma de selva material onde a ilusão – Maya
– finca os pés para que muitos não se apercebam disso. Por mais
que o mundo da matéria esteja embebido na ilusão, retornarmos a uma
questão de um humanismo recriado e uma justiça social, tornam o
solo produtivo mais sagrado, dirime a carestia e revela a todos os
seres, que apenas a vida religiosa não abraça a questão
existencial mais simplificada, o repartir de muitos para milhões, e
que o término da injustiça social também faz da morada material um
tipo de solo que se torna sagrado, posto nosso corpo material
necessita de insumos para se revelar o templo da alma.
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