quarta-feira, 29 de abril de 2020

DA LIBERDADE EM DIZER OU NÃO


Posto o sono que vem de plataformas da poesia
De um poetar condigno, transparente, de ponta,
Qual não seja do aquilo que não merecemos
Quando o poeta vacila e cai na região da ignorância…

Estranha metástase se ausculta em se reverberar o verbo
Quando o que dizemos pode vir em profusão
Das palavras perdidas, de uma intensa comunhão
Naquilo que não dizemos, ou a se dizer, pretendamos!

Se fora algo substancial da matéria, que seja mais
O reconhecimento de uma plataforma que não diste
Muito atualmente o reservatório dos prazeres
Quanto de sabermos que o ósculo das virtudes está!

Sejam às cinco da matina, sejam as horas da noite
E que não se despenque a poesia jamais, a estas horas
Em que houve um quase descanso do poeta
E não renitentemente esclareçam perdidas as bases.

Vá lá, que não se faça tanto, mas é do estudo diletante
Qual seja, do idioma universal é mais que um brilho,
Mais que tudo, no que verse que a dignidade de um pai
Mereça que aprenda com os reveses do filho sua própria vida!

E seguimos, corriqueiros, por vezes até mesmo no caminho
Que possui uma longa ida, sem recessos, sem barreiras
Que não sejam transpostas com os instrumentos de se dizer
A outros que ouvem e igualmente dizem: o sim, o não!

Se a proposição em se dizer caminha rumo a uma lógica fria
Teremos por pressuposto a terminante caminhada das palavras
Quando o que se quer é teimar que sejam os nossos ditos
Aquilo que se espera tenha-se volume qualquer no dizer…

E se o que falamos não se escuta, o simples verso aflora
Na bem querência de se aceitar qualquer opinião alheia
Como algo consuetudinário, qual uma lei do progresso
Em sabermos que nem tudo são flores neste nosso hemisfério.

Que tudo o que se houve por dizer, em nosso Brasil imenso
Reitera o que queremos de uma pátria consorte do progresso
De um tanto de Leis que já possuímos, haja vista
Um livro ter sido editado depois de hercúleo esforço em 88.

Século passado, isso a bem sabemos, e que não tanto que seja
Aquilo que desejáramos tanto – quem sabe – uma Constituição
Que fosse melhor ainda: mais justa, mais igualitária
Quando vemos um vivente não a conhecer corretamente.

Que saibamos o que dizer, mesmo nas entrelinhas do diálogo
Posto a função primeira da comunicação, bem entendida seja,
É estabelecer um contato com o diálogo, da liberdade em dizer
Quando nos aproximamos da retórica onde o falso falseia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário