sábado, 4 de abril de 2020

A BANCARROTA DO LIBERALISMO DE MERCADO


            Não há mais a independência lógica e progressista de um mercado que esteja ainda acreditando que as regras liberais da oferta e da demanda estejam vigorando no mundo ocidental, nos dias de tantos sacrifícios que se percebe no andamento das sociedades ditas livres. Livres somos para morrer de pobreza, da falta de atendimento médico, questões que no Oriente distante não são aprofundadas dentro de sua lógica realmente progressiva, onde se vê que a Coreia do Sul já não está com uma situação de extrema gravidade, já antecipada pela China – antes epicentro global e com seus esforços de ordem coletiva já fora da crise.
          Era de se esperar um egotismo exacerbado de um império em decadência como o dos EUA estarem prognosticando a necessidade nada altruísta de se garantir, mesmo sobre os países como o Brasil, meros satélites dessa potência. Sairemos ilesos? Talvez possamos acreditar que no nosso país possuímos um epicentro de solidariedade, de humanismo, qual não seja por vezes com graves óbices, mas guardando as reservas necessárias de termos uma unanimidade nacional, quando aqueles que por aqui ficarem, como os profissionais da saúde e estrangeiros do mesmo setor ajudando nossos cidadãos e lutando para derrotar esse inimigo em solo pátrio.
          Saibamos que na lógica de mercado é cada um por si, e os economistas que não se prepararam para saber o que é intervenção do Estado acabam por não auferir valores de extrema importância nesse requisito essencial de nossas frentes. No jogo que se nos apresenta não adianta mais blefarmos que os países crescerão com a liberdade do neoliberalismo, mesmo porque a contradição se apresenta como uma ameaça à saúde que infecta ricos e pobres, daí portanto tanta a preocupação mundial, haja vista o Ebola africano não ter sido levado tão a sério.
          Romperemos essa estranha escravidão mental que nos assola dia a dia, a cada pronunciamento, a cada assertiva de ministérios que temem estarem chamando mais a atenção do povo brasileiro do que o que não estava previsto na ordem das vaidades… Ninguém mais será o herói, acabou-se a mitificação de algum tipo de liderança, o que há são bilhões de peças no tabuleiro, como um GO jogado de maneira compulsória, onde ganha aquele que cria melhor, ganha a inteligência estratégica, e não atitudes desesperadas de um governo como o de Trump. Esse pretenso líder apenas acelera seus modais excludentes com relação a países do cone sul, por exemplo, trazendo para si toda a empáfia de assumir que agora só os EUA vão ser beneficiados por recursos que ainda não sabem se vão dar conta de seus próprios estragos fundamentados na ilusão.
          Parece que quando começamos a acreditar que a solidariedade é mundial, surgem os anticristos que permeiam contra a ideia que deve ser peremptória de união internacional, mas justamente a arrogância e a prepotência ganham fazendo pressão sobre um mercado já exausto, onde não importa quem ou o que, mas apenas como e quando. Essa certeza profundamente selvática, aliás, superficial na sua previsibilidade, é que fundamenta uma questão moral que deve estar presente nos poderes constituídos em outras nações, mudando o prumo para as vertentes corretas de nossas atitudes perante o desastre, ou a consciência de cada ação que mostre aos mais covardes a nossa Soberania. Fala-se em termos de coletividade internacionalista, fala-se em uma demanda maior do espírito e das Leis aprovadas em cada Constituição Federal, fala-se em Ministérios hábeis, ou em como se enfrenta o caos com uma Ordem Federativa constituída por bons homens e mulheres. Será a partir dessas premissas que seguiremos, sem firulas, lutando por Todos!

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