sábado, 20 de julho de 2019

ENGENHO QUE NOS MOVA


         Por certo é que às vezes são botões o que nos move… Se impõem como plataforma, a crermos que até a Bíblia Sagrada é fruto dos dígitos. Seria de monta aprendermos uma literatura sacra através de botões, mas é no culto que a Verdade se revela, mesmo que estejamos silenciosamente crendo que a matéria é condição da mesma Verdade. O materialismo em excesso nos traz algo de confuso, mesmo que não teórico, mesmo que fruto da ignorância ou do egoísmo. Que se verse o reino material como objetificação de nossos atos e atitudes, sendo estas conceitualmente facilitadoras de um mundo mais usual. Você pode ser mais materialista no sentido de desejar o fruto dos valores financeiros, e é essa a proximidade que nos coloca fundo a questão da existência no modo do verbo adquirir, como conquista e bênção da humanidade, mesmo que esta seja um detalhe apenas, de vir de uma célula familiar para um teor econômico individual, ou seja, de muito poucos. A economia planetária se ressente de alimentar a voracidade do consumo, posto a condição de valor colocado no fundamento da subsistência digna significa a conquista quiçá coletiva de um povo, de um ponto pivô, da equação onde quem pode comprar um quilo de feijão para três seres em uma semana já dá uma conta positiva, para quem consome e para quem produz. Subentende-se o valor tomado da moeda bruta, esse em si, de comprar do alimento, no começo em que o valor brilha a moeda com a esperança de mitigar a fome, ou fornecer dos alimentos: arroz, carne, feijão, legumes, verduras e frutos. O básico, simplesmente essa equação, que beneficia a muitos, nas escolas e nas casas, na cesta básica e no adendo de mais valor, supracitando economia, supracitando indústria alimentar. Parte-se daí outra modalidade, pois se temos um hectare ou mil alqueires, a diferença será substancial para a produção da cadeia produtiva de alimento direto, ou seja, que não vai ser processado para engorda como ração e sim, basta-se, que os pontos de distribuição sejam coerentes. Isso é engenharia alimentar, de logística, de melhora de qualidade, e independe de opinião externa, pois é fato de que nosso país pode resolver de modo mais prático a situação de rever o processo da nutrição correta do povo brasileiro.
            A crítica correta é usar de nosso particular engenho, de todos aqueles cientistas e candidatos ao bom debate para apresentar soluções, pois não adianta ficarmos na beira do lago como mídia de oposição ou como parceiros dos Governos, como peixes se debatendo, voltando à água e sendo pescado depois, tirando o anzol, deixando no cesto, multiplicando sofrimentos por indução ou sugestão, se cada ator teve seu papel histórico, e cada qual defende seu ponto de vista, mas as equações mais complexas hão de ter parcerias complementares para que ajudemos todos os atores da nação a sair da crise. Apresentem-se soluções, pois de guerras verbais bastam no fuxico dos vizinhos, e não nos tornamos um país soberano para escutar bobagens ou posicionamentos aparentemente progressistas, mas na realidade com a mesa posta de ontem, onde o arrependimento caberia bem e conforme a circunstância da responsabilidade de cada qual no panorama global em que vivemos, errando ou não. Não se adotem pechas ou posicionamentos de ordem hierárquica nem sempre necessários, dentro de estigmas de sermos de rótulo x ou y. Assumir a postura de ser algoz é tão nocivo quanto assumir a postura de ser bom moço porquanto se sabe na história o que são as relações de poder, e o que cada qual se permitiu agir para mudar ou transformar a água para o vinho, ou o vinho para a água, dependendo obviamente de exemplar circunstância opiniosa, ou de interesses duvidosos que se revelam distantes do engenho a que temos potencialmente no país.

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