terça-feira, 30 de julho de 2019

A GIROSCÓPICA MENTE DO SENHOR SOUZA


           Poucos se conheciam verdadeiramente naqueles tempos do novo século… Cacilda, o século maior do que o vinte, e Souza pertencia a ele, de tal modo que este homem abraçava o mundo como ninguém o fizera na história, embora esta fosse sempre a se descobrir, portanto incólume em existir, posto nada mais de ser. Falava-se tanto sobre tantas as coisas do mundo e os vaticínios eram inclementes e Souza, sempre aprumado, quase se tornava um ser criado, mal criado por vezes e um tanto de melhor por outras. Mas sempre assim: programando seu mundo, um pequeno mundo, como o de Camilo, da comédia antiga. Mas não se teria a prosseguir em uma análise, pois seu pequeno trabalho de office manager (?), ou algo do gênero, por vezes até o fazia liderar outras pequenas lideranças, naquilo de patife de querer-se poderes mínimos à toa. Podia ser quiçá um gentile organizateur, se é que esse tipo de idioma merecesse o itálico, melhor não, já que possui erro de concordância ou de viés quase ideal. Mas tinha um particular na vida de Souza, ele se alinhava com Deus, e isso o resgatava do confusionismo e lhe dava a proa tão necessária em sua existência. Mas dava-se um ar de importância porque fenomenalmente os humanos, cada qual, se achava forte. Ou fraco, ou forte, naquilo de humor que variava de modo algo sobre humano, repetindo, a cada qual um tipo de empoderamento que vestia o circunspecto de algum ego qualquer, sem que se risse muito, mesmo com espetáculos montados, a grande comédia humana que se desfazia em lágrimas no riso e na chacota, não especificamente nessa ordem. Gentile organizateur, agora no itálico soa melhor, apenas a título de voltar a que dê-se a pausa na latitude baixa já deste parágrafo meio longo.
         Não, quem sabe o terceiro império já desse os ares do quarto para um tipo de contexto, algo meio inacabado que devesse tecer considerações ao menos da intenção. Quem sabe alguma potência meio descarada ainda creia que a energia atômica seja a grande saída, ao menos ao que se perceba o lado néscio da questão. Em garrafais OUTRAS PALAVRAS tem-se que muitos grupos, os mais variados, sustentam suas ideias, dando soberbos prêmios a quem se dispõe a jogar o jogo que alguém convenciona se é interativo ou passivo, se é game ou série, se é ficção, se é realidade, se é material ou anímico, espiritual… Ou mesmo se a raça humana crê que se comunica, vertendo no seio da tela líquida o amor que aquela pensa realizar através desta. Não, nada disso que se creia, pois na tarefa de sabermos o que ocorre estaremos presencialmente distantes de tudo o que verdadeiramente importa, mesmo que queiramos sair da hostilidade que move a ação do mundo, porquanto não de doutrinamento inócuo, mas de acabamento sutil.
         Na verdade, ou de fato, para Souza, a factualidade submergia dentro dos neologistas, que reinventam conceitos e esquecem que a Natureza merece uma capitular, pois é o que há, e o oposto é o que não é e não faz parte do planeta. Muitos para Souza tergiversam sobre novos meios de encarar um futuro, mas a questão é ou seria o que deixar para outras gerações, senão o discurso armamentista, exploratório e por vezes demente? Esse meio acabamento sutil deixa nas fileiras de outros discursos, o intimismo que porventura é muito mais dinâmico, e a ordem dos fatores da sublevação ou rebeldia está nas mãos dos fatores da mesma Natureza, e o mundo começa a ser jamais como antes, em que não há pátria quando a comercializamos abertamente e não há nação sem educação e trabalho. Um homem pode sucumbir frente a suas ideias, mas milhares podem sucumbir perante seus atos de investir contra a Natureza. Souza tinha sua mitologia indígena e a consciência de seus direitos fundamentais, revelando ser muito melhor do que os ditos civilizados.

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