quarta-feira, 3 de julho de 2019

A FLEXIBILIZAÇÃO DO TEMPO


            Inúmeras circunstâncias nos levam a apreender os conceitos relativos ao tempo e suas mensurações. Pode parecer ingenuidade da parte de quem vos escreve, mas houve tempos e tempos em que a relação destes com o ser que conhecemos como racional devem ser abraçados hoje em dia como algo de suma importância, na relativização, no que concerne à sua compreensão mais plena, e na valoração da linearidade do ato em si, ou seja, de uma ação que precede, que atua, e que sucede. Diz-se em religião que Deus é multifário na sua diversidade e sincronismo, mas o que temos em mãos por hora para este pequeno estudo é a finitude e a limitação que pertence à nossa espécie. Não que o propósito de assertivas futuras digam respeito à especiação, mas apenas à constatação básica de que o nosso tempo – de marcação e referência que seja – pode vir a ser completo, satisfatório e produtivo, nas alçadas diversas em que reina o trabalho humano.
            Que seja, algo ou alguém que valorize a filosofia como fruto do pensamento humano torna positivo o escrever de alguém que também busque conhecer algo, ou ser um mero instrumento de uma grande parabólica posicionada em uma axis globalizante. Devemos saber do mundo, esse acredito seja um pressuposto que engrandece sobremaneira uma aldeia qualquer, mesmo que o tempo da distância, já por ora flexibilizado em virtude da circunstância da facilidade em se comunicar, revela que quem conhece-a – a aldeia – será progenitor de um bom registro de informações concatenadas, lógicas, surpreendentes por vezes, pois pode-se partir do pressuposto que é na natureza menor que se apreende o todo, pois por vezes em um bairro conhecemos mais do mundo, porventura que pelo engenho humano e a graça do bom Deus estamos conectados com o resto do mundo…
         Não são as riquezas propriamente que auferimos como ainda inexploradas em suas reservas que possam garantir outras riquezas mais permanentes, pois o tempo de uma jazida é finito, e a transformação da matéria-prima em manufatura versa mais por um conhecimento que gere frutos mais permanentes do que colocarmos a esperança em uma gestão exploratória como remédio de uma economia exangue e doente. O extrativismo só é válido tribalmente, em povos indígenas onde se respeita os ciclos da Natureza e a hora certa, o tempo correto de se fazer a coleta sem destruir qualquer bioma ou ecossistema. Mas essa questão deve ser conferida em sua essência por análises externas, pois a Amazônia, por exemplo, há de pertencer aos países que lutam por sua preservação, e óbices cruciais nos esperam se não rezarmos conforme esse figurino. Não existe um tempo em que os carros voem em direção ao nada, conforme juventudes que usam tóxicos para usufruir de mil anos em dez, como cartilha comportamental das loucuras de algumas décadas, revisitada sempre em qualquer latitude, mesmo porque os hormônios são mais fortes do que a aplicação em estudos, ou mesmo os combustíveis fósseis.
           O tempo em que se busca um afeto, em que se fuma a ganja no sentido de se obter prazeres, o tempo em que um cidadão enche uma mala de cocaína para ter a riqueza que não haveria de lhe ser conferida, o tempo em que uma situação de crime passa a ser cometida a cada segundo em uma cidade, aquele tempo em que milícias covardes tomam cada vez mais conta de determinadas áreas, ou o que se sucede em mais e mais armas, não é o mesmo tempo em que tenhamos que pensar apenas na questão da segurança, mas sim na oportunidade, na fartura, no consumo de alimentos, na educação e na flexibilização dos afetos no sentido de sabermos quando estamos em tempo de amar! Esse é um tempo que confere mais dignidade, em meio a um suceder de páginas que tememos encontrar em nossas existências, mas que são a maneira mais certa de encontrarmos a razão como um tipo de ética positiva de mudanças, onde a contestação que gere debates não participe a população apenas na mídia, mas em espaços abertos, onde um homem e uma mulher se encontrem normalmente em quaisquer espaços, e onde a eletrônica repagine na compreensão mesma de sua valia, pois ao tempo de estarmo-nos subscrevendo por algum caminho em que não nos apercebemos desse mesmo valor subentendido, resta-nos trabalhar o tempo com a flexibilização onde cada qual possa conviver com as diferenças desses detalhes de compreensão com nossas atitudes perante a vida.

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