quarta-feira, 31 de julho de 2019

NA CONTINUIDADE DO SER POR SI



          Que haja um tempo que seja mais conforme, justo, mesmo que a palavra liberdade assuma vários significados e, no entanto, seja valorizada pelo seu ser – em si. Saber-se de si talvez muitas vezes não seja realidade ou fato de muitos, pois inúmeras são as relações de dependência, e a princípio dar continuidade em uma nulificação existencial mascara e reverte o ser para um nada.
         A ação de alguém pode presumir alguma culpa e quase nos faz mancos com as pernas saudáveis… Agir conscientemente pode até parecer plágio da indústria da autoajuda, mas quiçá resolva o ato em si, mesmo que na tristeza, ou na alegria, mas que não se seja de um ciclo que não saia nada por um tangente, assim como na centrípeta, pois a inércia não nos dá a tração existencial. Por hora temos um motor contínuo e perpétuo, uma força motriz que nos leva a algum lugar, mas que as veias do rancor e do ódio não nos dissipem esse motor, por causa de certas firulas onde muitos buscam esses elementos de conduta para que nos percamos no meio do caminho. Se alguém possua a boa intencionalidade em sua conduta, há que perceber até mesmo algumas nuances verazes e que fazem parte daquilo que se nos trace a aparência dos atos, mais especificamente a ciência do comportamentalismo, ou behaviorismo, em inglês. A clareza em nos pronunciarmos nos tornam quase oficiais de nossos gestos, em que a fraqueza deva fazer parte intrínseca, e que sejamos mais pertinentes nessa conduta e quebremos qualquer suposição não igualitária, pois seremos comandantes de si mesmos. Esse ser por si só nos fortalece, e se soubermos um pouco da ciência da lógica isso nos facilita a calcularmos nossos atos e termos a estratégia sumamente necessária ao viver humano em nossos tempos, seja na ordem civil ou não. Se um mestre de obras dá a sinalização de alguma empreitada e há um servente que queira discordar, há que se escutar, pois porventura sempre se aprende, ou ao menos há sempre a oportunidade para tal. Se uma mulher ou um homem é analfabeta/o, cumpre de alguém supostamente querer ensinar, quando possa, mesmo voluntário.
          A questão da direita e da esquerda não voga muito mais nos dias de hoje, mas sim o joio e o trigo, encontrados em ambas. Por vezes alguém quer ser ativo na acepção de estar como um motor que funcione bem, mas alguns itens dessa estranha gôndola sistêmica vão cevar a fome de outro modo, acrescentando-a, em que o motor passa a não girar, independente da sociabilização de um com o outro, ou do ouro e a condenação. Esse tipo de fase, ou se bem diz alguma outra possibilidade de compreensão, seria de mais prudência afirmar que traz em si a mesma continuidade dos opostos em que, se um está maior, o outro decresce, o que inviabiliza Marx na sua tese produtiva, ou na extrema valoração do antagonismo entre as classes. A contradição entre supostos veios de riqueza e a modalidade exploratória de dois séculos reduzem ao antagonismo da secularização, ou como o tempo não conseguiu mostrar o lado técnico do reducionismo marxista. O que há é uma extrema valorização do lucro, a ganância como engenharia comportamental e o animismo retórico da desigualdade como condição sine qua non da garantia dos direitos humanos exclusivos a quem destes possa auferir vantagens. O tempo da crueldade justificada, da desumanidade instituída, da ignorância e falecimento cultural como moeda de troca. Esse triste panorama verte sobre os povos mais pauperizados um manto em que, conforme vimos no decorrer da história, é paulatino e consorte com os crescimentos bélicos entre o clube seleto das potências mundiais dessa ordem. Como as ferramentas de trabalho estão praticamente sedimentadas em países mais pobres, e extremamente etéreas e exatas em setores mundiais mais organizados, sem a previsão de fronteiras virtuais, mas de fechamentos físicos sem precedentes, como se fora um festival de culinária: as panelas fervem por si, muitas vezes e fracamente intercambiantes, em que o gosto dos acepipes é tão túrgido como reverenciar as novas modalidades de prazer, incluso e, principalmente, o sexual. Viram frequentes, ainda em suas panelas adiabáticas ou blindadas, as compulsórias manifestações de violência, se considerarmos que suas causas não são combatidas, e os valores gastos na repressão contam-se pelos contingentes e projéteis caros fornecidos pela população que paga seus impostos, mas muitas vezes não pode pagar por alimentos e moradia decentes, sem contar com os insumos societários, como educação e saúde, na sua base. Em que tudo pese, há a possibilidade de falência do Estado e prejulgares sem conformidade com uma situação de progresso efetivo.
          Não se trata de antepor militares na frente de civis, ou religiosos defronte a ateus, mas colocar todo um País defronte a outro e afirmar categoricamente: se antes fôramos vossos, dê-nos licença, que agora a nós nosso país nos pertença!

terça-feira, 30 de julho de 2019

A GIROSCÓPICA MENTE DO SENHOR SOUZA


           Poucos se conheciam verdadeiramente naqueles tempos do novo século… Cacilda, o século maior do que o vinte, e Souza pertencia a ele, de tal modo que este homem abraçava o mundo como ninguém o fizera na história, embora esta fosse sempre a se descobrir, portanto incólume em existir, posto nada mais de ser. Falava-se tanto sobre tantas as coisas do mundo e os vaticínios eram inclementes e Souza, sempre aprumado, quase se tornava um ser criado, mal criado por vezes e um tanto de melhor por outras. Mas sempre assim: programando seu mundo, um pequeno mundo, como o de Camilo, da comédia antiga. Mas não se teria a prosseguir em uma análise, pois seu pequeno trabalho de office manager (?), ou algo do gênero, por vezes até o fazia liderar outras pequenas lideranças, naquilo de patife de querer-se poderes mínimos à toa. Podia ser quiçá um gentile organizateur, se é que esse tipo de idioma merecesse o itálico, melhor não, já que possui erro de concordância ou de viés quase ideal. Mas tinha um particular na vida de Souza, ele se alinhava com Deus, e isso o resgatava do confusionismo e lhe dava a proa tão necessária em sua existência. Mas dava-se um ar de importância porque fenomenalmente os humanos, cada qual, se achava forte. Ou fraco, ou forte, naquilo de humor que variava de modo algo sobre humano, repetindo, a cada qual um tipo de empoderamento que vestia o circunspecto de algum ego qualquer, sem que se risse muito, mesmo com espetáculos montados, a grande comédia humana que se desfazia em lágrimas no riso e na chacota, não especificamente nessa ordem. Gentile organizateur, agora no itálico soa melhor, apenas a título de voltar a que dê-se a pausa na latitude baixa já deste parágrafo meio longo.
         Não, quem sabe o terceiro império já desse os ares do quarto para um tipo de contexto, algo meio inacabado que devesse tecer considerações ao menos da intenção. Quem sabe alguma potência meio descarada ainda creia que a energia atômica seja a grande saída, ao menos ao que se perceba o lado néscio da questão. Em garrafais OUTRAS PALAVRAS tem-se que muitos grupos, os mais variados, sustentam suas ideias, dando soberbos prêmios a quem se dispõe a jogar o jogo que alguém convenciona se é interativo ou passivo, se é game ou série, se é ficção, se é realidade, se é material ou anímico, espiritual… Ou mesmo se a raça humana crê que se comunica, vertendo no seio da tela líquida o amor que aquela pensa realizar através desta. Não, nada disso que se creia, pois na tarefa de sabermos o que ocorre estaremos presencialmente distantes de tudo o que verdadeiramente importa, mesmo que queiramos sair da hostilidade que move a ação do mundo, porquanto não de doutrinamento inócuo, mas de acabamento sutil.
         Na verdade, ou de fato, para Souza, a factualidade submergia dentro dos neologistas, que reinventam conceitos e esquecem que a Natureza merece uma capitular, pois é o que há, e o oposto é o que não é e não faz parte do planeta. Muitos para Souza tergiversam sobre novos meios de encarar um futuro, mas a questão é ou seria o que deixar para outras gerações, senão o discurso armamentista, exploratório e por vezes demente? Esse meio acabamento sutil deixa nas fileiras de outros discursos, o intimismo que porventura é muito mais dinâmico, e a ordem dos fatores da sublevação ou rebeldia está nas mãos dos fatores da mesma Natureza, e o mundo começa a ser jamais como antes, em que não há pátria quando a comercializamos abertamente e não há nação sem educação e trabalho. Um homem pode sucumbir frente a suas ideias, mas milhares podem sucumbir perante seus atos de investir contra a Natureza. Souza tinha sua mitologia indígena e a consciência de seus direitos fundamentais, revelando ser muito melhor do que os ditos civilizados.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

A UNIDADE DO SER


O ser que é trino que seja um, nada do outro que não é
Justo o que se roga a que sejamos atores de um teatro vão
Porquanto se julgue meramente a circunstância espiritual…

Do ser que é um corpo e um espírito, que não mude tanto
No que se seja vário em espécie e tipo, do que não coaduna
Com o trabalho em se propor da preservação do ser outro!

Que sejamos quase insetívoros, na emenda do que não seja
Assim da proposta que parta a enfrentar um quase nada
Daquilo que as frentes imaginativas pretendem no camaleão.

A que se dizer, que Krsna é um Ser maior, que Deus nos conceda
O dito da palavra que pretenda verter por sobre nossos olhos
A maravilhosa criação divina, sua plêiade, seus formatos de viés.

Na mesma criação magnífica, que vejamos com nossas vendas
Por através delas, que ao menos projetemos um pensamento
A ver que por detrás de um pássaro reside quiçá um alto pensar…

Mas sim, que o copo de vidro contenha em seus átomos a presença
Do mesmo Deus que encontramos no sorriso de um Padre,
Na esperança de uma Freira, no comungar sereno de um cristão!

Haja vista que quem vos escreve é devoto de um Deus profundo
Que não se ausenta jamais, posto na face mesma de um sofrimento
Está o que veio antes, está a face de toda uma população deste mundo.

Desopilar é fato importante, tomar de um copo de água é necessário
Mesmo quando sabemos que para alguém tal simples ato não há
Com a facilidade de termos em nossos muros a torneira fechada…

Dos pães que não se repetem, não multiplicam, pois a face do ser
Já nubla o teimar que sejamos injustos com o próximo, a ver
Que jamais seremos tão bondosos do que já não somos em família.

Ah, sim, cada qual esboça o grasnar de um sorriso de escárnio
Quando por ventura um homem cai de joelhos na rua, doente
Daquele mal de não possuir muita estrutura na psique que recriou-se.

De se notar do injusto na face de uma gente que mostra a ganância
Como pressuposto de um tipo de justiça quase espiritual, anímica,
Se nos revela uma suposição de que a confortável sala não respira dó.

Se houvera um tempo em que os plátanos ensombrecessem melhor
Do que um desnudo poste de uma rua em seu farfalhar falante
Quando segue para uma academia de posses rudimentares no bíceps.

Se se soubesse o mundo quanto tempo nos faz a falta do querer
Quando se pretende algo que o time melhor, a melhor equipe do script
Esqueceu-se de tramar o entranhado da série, deixando o pior para o fim!

Ah, mas sim, que se pretende algo por sinal, quiçá um final dos tempos
Onde se jacta de uma resposta ao estímulo no papilo de um ventre
A assumir a postura de uma descomunal e continuada forma hedonista.

Que o ser se torne esse tipo de unidade, flamante conforme um calor
Que não se dissipa, uma paixão sem modulações, um estar-se uno
Com a corrida desenfreada de um relógio marcado, seria simples…

Mas que o fato simplificador é, de modo tal, que a sinistra voz que ouvimos
Quando conversamos com o algo que não nos recebe tão bem no emprego
Traduz a parafernália conveniente de que na rede social somos mais do que um.

Mas igualmente não seremos mais do que dois, portanto: um que opera o dígito
E a máquina que responde o a mais de sermos quase participantes de algo
Em que denotamos que o tempo jamais esconderá os termos da Verdade!

quarta-feira, 24 de julho de 2019

A ILUSÃO DOS OFÍCIOS


          Mudam-se nomes, há divisões cada vez maiores nos labores, no trabalho, em que mitos se rompem e a recriação cíclica da ilusão vem a fornecer signos crescentes do que seja o mesmo afazer, no mesmo fato de se concluir algo, do começo ao fim, a que seja dado o principiar de um milênio onde a humanidade se abraça com seus fracassos dessa ordem. O que se resolve, a princípio, é não deixar a esperança de se ser alguém da tecnologia de ponta, das novidades, do dizer algo por se dizer, onde diversas agências de inteligência internacionais e com suas funções deveras esclarecedoras na realidade omitem fatos, ignoram injustiças, em nome de uma riqueza que ainda tem a ver com o óleo negro, independente dos rumos quase surreais por que passam os países que por infelicidade possuem essas reservas, frutos da ganância e da cobiça, em sua maior parte internacionais. O tipo de riqueza pode ser agremiarem-se grupos e estabelecerem conexões com interesses estrangeiros, no afã ilusório de se receber conhecimento de ponta, ou alguns solitários cientistas pesquisarem por conta, como em uma arte de ourivesaria ou mesmo na escultura digital, na lógica de programação e nos serviços que por hora ainda são essenciais, com o delivery, o fast food, a logística de transporte, o câmbio e o comércio em suas diversas frentes. Na ponta digital estará o futuro, mas a ilusão não nos remeta a que sejamos meros slaves de outros servidores…
            As agências limitantes internacionais trabalham com suporte nativo no sentido de fornecerem instrumentos e não a caracterização da capacidade produtiva de nossa nação no sentido de sabermos como fabricar as armas – por um exemplo cabal – que tanto os nossos governantes creem em portabilidade, uso, defesa e ataque. Nossas indústrias de armamentos não fabricam sequer um fuzil decente e, obviamente, nossas Forças Armadas jamais poderão desenvolver uma arma como na ciência de um bom míssil, e de cunho nuclear. Ou seja, seremos buchas de canhão se não podemos realizar sequer uma agência de inteligência compatível com as melhores do mundo. Nada contra o que se é e se está no panorama brasileiro de inteligência, mas o que se previa ao menos era uma retaliação potencialmente muito maior do que aquilo que hoje acontece com o crime organizado. São tarefas inerentes a toda uma força e é igualmente importante esmiuçar a luta contra a corrupção, sem botar panos quentes agora que a turma é outra, onde se defende mais um grupo em detrimento de outros.
          O que se pode pedir a um país com a nossa cultura – extremamente criativa e potencialmente rica de valores intelectuais – é justamente investir na nossa inteligência, capacitar cada vez mais os nossos quadros e fazer da arte uma necessidade premente e urgente na capilaridade ainda possível de nossos administradores. Denota obviedade que a transformação do trabalho do assentamento de tijolos ao uso do mouse e do teclado com seus comandos é inerente ao panorama social, mesmo que não desconheçamos o fato de podermos construir com níveis de criatividade maiores, mais sustentáveis, com planilhas de organização e inteligência coparticipante, o que gera a aproximação solidária e a proposta irrecusável pelas instituições a que se permite o ato, de uma educação dinâmica e horizontal, na direção up e na direção down. Para citar-se o inglês na predominância internacionalizante, pois outros quadros podem propor igualmente a mesma questão.
          O problema de egolatrias crescentes em nossas equipes de trabalho é acharem-se superiores por estarem com algum ofício vinculado à tecnologia de ponta, como se os outros trabalhos fossem anacrônicos, e lançar um barco ao mar seja iniciativa apenas de startups ou coisas do gênero. A compreensão de se fazer um trabalho dentro da conformidade atual, demanda esforço e espírito agregador, no sentido de fazer-se sentir alguém do século onde vivemos: desigual, contrastante e veiculado por mídias gigantescas, onde a iniciativa mais banal seja confundida com o trabalho de uma formiga. Pois sim, é justamente o trabalho de uma formiga operária o que nos fará abraçar perenemente o crescimento sustentado por sua egolatria mais arrefecida, já que tanto assentando um tijolo, virando uma argamassa, semeando na lavoura, sendo um grande exportador, uma vinícola pequena de ofício recente, ser um desenvolvedor na informática, um contador, um político, uma prostituta, um padre, etc, todos devem ser respeitados igualmente, pois é na semântica de nossos costumes que devemos arrefecer as paixões ilusórias. Há que termos uma garra permanente, não na euforia de um dado humor e no seu ritmo irrequieto, mas ao espírito de paz é que encontraremos a paz no ofício…
           Rompendo a barreira ilusória, o esforço sempre compensa, e em qualquer atitude segregadora, vindo de quem vier, criemos o isolacionismo do ignorar-se, em qualquer atitude de ignorância por escolha ou rudeza desnecessária. Em quaisquer casos haveremos de encontrar uma solução à altura, pois a luta não procede se não houver um ritmo progressivo da consciência dos povos no planeta, este que jamais pertenceu à raça humana. Desde o gesto de nossos antepassados primatas, as armas eram daqueles que sabiam lascar a pedra de modo perfeito, sendo a roda e o fogo coisas que apontam a um grau civilizatório incontestável! De um salto a outro, acabamos criando fronteiras que não deviam existir, pois ninguém limita uma terra que foi outra quando do Jurássico, este que nos lega hoje o combustível fóssil que mais parece um meteoro prolongado que varre silenciosamente e aos poucos o que pensamos de um mundo melhor, se não fizermos por merecer a existência como espécie frente a outras que são perfeitas, apesar de menos “evoluídas”.

terça-feira, 23 de julho de 2019

IMAGEM E HUMILDADE


          Há que se ter noção – mesmo no despertar teórico – do que vem a ser a imagem, concretamente posta, como modo de se portar com seus convivas, ou mesmo na implementação de um projeto, e como isso reverbera positiva ou negativamente, no que dependa do diálogo em grupo, ou de um debate necessário, porquanto gestão e possibilidades. A parceria com patrícios de alguma monta, mesmo que de monta alta, hierarquicamente disposta, necessita de certa humildade, sempre. Isso é creditado na forma de Poder consolidado, é permanente enquanto participação cultural, e meio correspondente ao sentido da fala, ao falar de um gesto, ou saber escutar um pouco com submissão, sendo essa questão abordada pela transparência com codinome de um bom reflexo, no sentido de reflexão, pensamento, ideia ou proposta em sua latência positiva.
          Ambos são os lados de uma maturidade mental, ambos são os certos requisitos básicos de um prejulgamento que aconteça por vezes de modo silencioso e imperceptível, mas que de erro não se coadune a permitir-se repeti-lo, pois o dinamismo do acerto depende igualmente da contradição, para que se veja um caminho certo, por uma vereda aprumada – aí sim – de certezas duradouras, em um processo dialético e consonante com uma vanguarda de teor cerebral.
         Porventura saibamos da limitação fisiológica de nossos corpos, e essa consciência a princípio mecânica abre espaço ao espírito ou às questões anímicas, dando corpo à famigerada fé, sem ensaios, fé que seja em algo: do espírito santo ao algoritmo, das tabas e das reservas… A vereda continuada de um pensamento traçado por lógica inclusiva, serve para apontar a obviedade da disposição do caráter mais íntegro de quem quer que seja, quando este estiver disposto a aprender, afora o neologismo do antimaniqueísmo, que não existe na língua universal, posto a existência binária compreende e aceita o negativo e o positivo, o TRUE e o FALSE, o 0 e o 1, como transcendência máxima da tecnologia humana na máquina, e sua asserção na construção dos equipamentos da modernidade. A topologia do pensamento humano passa pela construção de um período gramatical de soberba, mas mesmo que a tenhamos não nos encontre algo que não seja menos do que a questão opiniosa de vulto. Essas premissas partem de uma versão quase teológica, mas que venha a ser de máxima no plano terreno – afora bíblico – que peça licença ao pensamento do diálogo a que se possa dar continuidade, na aceitação dos fatos e na persecução do que comete algo contra os direitos humanos universais.
          A aceitação pura e simples da solução de teoremas complexos que urgem serem alocados em scripts da aceitabilidade de bons e éticos propósitos perante o cenário inquietante que o mundo enfrenta, sobretudo nas vertentes do que se quer de boas e humanas propostas – nisso ressaltando-se o proteger e manter nossas riquezas ecológicas – parte de princípios elementares de condutas. Sendo estas plurais, devem convergir para os tipos de emendas que garantam a proficiência que não se encontra sobremodo apenas no corrigir dos detalhes mas, igualmente, nas quebras das amarras que endurecem o espírito e suas leis. A saber, da humildade que devemos ter com o próximo e com o desafio de estabelecer sólidas conexões com aqueles que, de boa índole e vontade, contribuem para um andamento progressivo institucional nas relações entre membros anacronicamente tornados díspares, mas que não passam de uma ilusão cabal nessa relação, ilusão que pertence a cada passo em falso que damos por vezes em direção ao nada. Esse retratar-se uma época tende a – no sentido de fazermos sempre nosso mea-culpa – situar na história dos povos períodos em que muitas vezes não achamos assaz importantes, períodos de travas, crises e dificuldades, mas que prometem muitas vezes ser de força e dignidade prósperas quando assistimos nossos erros passados e presentes nas faces daquilo em que aparentemente estávamos certos ao assumirmos a responsabilidade dos atos, mas que, na verdade, suas releituras, reflexões e esforços podem, sim, nos levar ao rumo em que a luz se torne realidade na vida de cada qual… No que pense, no que atue, cada um em sua voz que jamais deve se tornar suspensa no ar, pois em eras de revolução na comunicação como a que estamos vivendo, ampliar esse quesito na conquista do saber e da solidariedade é um turno pelo qual devemos agir, e não recusando todo esse progresso, que porventura está em nossas mãos, literalmente.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

O INSTRUMENTO DO REJEITO


Qual seria o ferruginoso beijo de musgo irrequieto
Quando encontra imensos temporais no litígio da lagoa
No que encontra o céu antes de se planar as veias
Que se entristecem na esteira aprumada da vanguarda.

A rejeição de qualquer frente pousa na medida insalubre
De saber-se andante ou mobile de qualquer aparência
No desconforme objeto do robô que não escute um atonal
Referente a qualquer brinquedo que se tenha através do céu.

Minorar a importância de um espectro algo fraudulento
É como ignorar a questão de saber-se quão longo é o dia
Enquanto se sabe que a defasagem de um proprietário
Carece por vezes de um feijão trigueiro no raiar da tarde!

Espera-se por instrumentalizar um residual espaço que urge
Não por medidas circunstanciais, mas ao leigo que pareça
Saber-se da modalidade recomposta na vitrine do rejeito!

Se há plataformas inclusivas que perdem na aferição do mar,
Quando se pula o progresso circunstante, na proa de um leme
Sabe-se do rumo por onde anda o cimento que porventura une.

Mas se o outro lado não circunscreve algo do sonambúlico
Fremir em nossos sonhos inquietos, erga-se a parede com tijolos
Nas cores que ensombram a pátria de não enganar-se a ode.

Se perde o lado de uma poesia que passa a esquadrinhar o vento
Reduz-se na fremente onda quando o que se comunga não verta
Ao chão as esperanças em que os instrumentos do rejeito
Encerram na sua acepção de esquadro a dimensão quase humana!

Se a pátria não encontrar-se com si mesma, na eventualidade nua
De seus temperamentos sucedâneos, que se mescle no seu per si
A suntuosa rede de uma Verdade apenas, independente do ato
Em que um sacerdote revele ao mundo que suas palavras nele são…

sábado, 20 de julho de 2019

ENGENHO QUE NOS MOVA


         Por certo é que às vezes são botões o que nos move… Se impõem como plataforma, a crermos que até a Bíblia Sagrada é fruto dos dígitos. Seria de monta aprendermos uma literatura sacra através de botões, mas é no culto que a Verdade se revela, mesmo que estejamos silenciosamente crendo que a matéria é condição da mesma Verdade. O materialismo em excesso nos traz algo de confuso, mesmo que não teórico, mesmo que fruto da ignorância ou do egoísmo. Que se verse o reino material como objetificação de nossos atos e atitudes, sendo estas conceitualmente facilitadoras de um mundo mais usual. Você pode ser mais materialista no sentido de desejar o fruto dos valores financeiros, e é essa a proximidade que nos coloca fundo a questão da existência no modo do verbo adquirir, como conquista e bênção da humanidade, mesmo que esta seja um detalhe apenas, de vir de uma célula familiar para um teor econômico individual, ou seja, de muito poucos. A economia planetária se ressente de alimentar a voracidade do consumo, posto a condição de valor colocado no fundamento da subsistência digna significa a conquista quiçá coletiva de um povo, de um ponto pivô, da equação onde quem pode comprar um quilo de feijão para três seres em uma semana já dá uma conta positiva, para quem consome e para quem produz. Subentende-se o valor tomado da moeda bruta, esse em si, de comprar do alimento, no começo em que o valor brilha a moeda com a esperança de mitigar a fome, ou fornecer dos alimentos: arroz, carne, feijão, legumes, verduras e frutos. O básico, simplesmente essa equação, que beneficia a muitos, nas escolas e nas casas, na cesta básica e no adendo de mais valor, supracitando economia, supracitando indústria alimentar. Parte-se daí outra modalidade, pois se temos um hectare ou mil alqueires, a diferença será substancial para a produção da cadeia produtiva de alimento direto, ou seja, que não vai ser processado para engorda como ração e sim, basta-se, que os pontos de distribuição sejam coerentes. Isso é engenharia alimentar, de logística, de melhora de qualidade, e independe de opinião externa, pois é fato de que nosso país pode resolver de modo mais prático a situação de rever o processo da nutrição correta do povo brasileiro.
            A crítica correta é usar de nosso particular engenho, de todos aqueles cientistas e candidatos ao bom debate para apresentar soluções, pois não adianta ficarmos na beira do lago como mídia de oposição ou como parceiros dos Governos, como peixes se debatendo, voltando à água e sendo pescado depois, tirando o anzol, deixando no cesto, multiplicando sofrimentos por indução ou sugestão, se cada ator teve seu papel histórico, e cada qual defende seu ponto de vista, mas as equações mais complexas hão de ter parcerias complementares para que ajudemos todos os atores da nação a sair da crise. Apresentem-se soluções, pois de guerras verbais bastam no fuxico dos vizinhos, e não nos tornamos um país soberano para escutar bobagens ou posicionamentos aparentemente progressistas, mas na realidade com a mesa posta de ontem, onde o arrependimento caberia bem e conforme a circunstância da responsabilidade de cada qual no panorama global em que vivemos, errando ou não. Não se adotem pechas ou posicionamentos de ordem hierárquica nem sempre necessários, dentro de estigmas de sermos de rótulo x ou y. Assumir a postura de ser algoz é tão nocivo quanto assumir a postura de ser bom moço porquanto se sabe na história o que são as relações de poder, e o que cada qual se permitiu agir para mudar ou transformar a água para o vinho, ou o vinho para a água, dependendo obviamente de exemplar circunstância opiniosa, ou de interesses duvidosos que se revelam distantes do engenho a que temos potencialmente no país.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

O LAGO SUBENTENDIDO


Não se sustém em água o que repousa, quase como amante líquido
Em perfil a que se denotasse esse codinome, da fonte ou do erro
Quando em pensar funesto vejamos a crua realidade de um quase ímã.

Sim, que nada se pense no lago das convenções, sem a saída ao mar
A que fosse ao menos um rio fronteiriço, mesmo de uma barreira
Que não vertesse a crua acepção de sermos obrigados ao menos saber…

Se do que se pesca em uma poça reverbera um seixo quase na isca,
Verter-se-ia um caldo de ressonância de quase duas primaveras
Nas vertentes de um céu a que intempestivamente o olhar se retrai.

Não supomos o lago incandescido por lavas, o sexo ardente do nunca
Quando o princípio de tudo seja o prazer lavado por sobre granitos
E feixes de elétrons que não reduzem e ao mesmo tempo atrapalham.

Ah, se fôssemos concupiscentes ao extremo que não tarda por falhar
No farfalho de um instrumento qualquer, como um copo de água
Anelado por ser da sede seu remédio, sem se criar cobiças maiores.

Por tempos idos que não regressam passa o relógio a marcar minuto
Em minuto, somando as horas em que nenhuma ondulação nos diga
Qual seria a medida para se realizar o sonho de total inatividade!

Por vezes opina-se dentro de uma rocha, cercado de uma água
Que não se origina quiçá das chuvas, mas de comportas secretas
Onde se alimenta o cocho com a performance similar ao poço.

De peixe e peixe, que haja oxigênio a um parâmetro de viscosidade
Similar ao antigo meio de se volver a terra com o adubo que semeia
Por si a fertilidade, anunciando às sementes o que é de bom plantio.

E o lago respira, tendo como suporte a veia de um possível autor
Que não se perde em evanescimentos gratuitos, como se evaporar
Na trilha inconsútil da criação totalmente gratuita de um mero prazer.

E que essa senda não seja de adequação inútil, porquanto não ofereça
Uma face outra odienta por natureza da própria hostilidade, àquela
Que não representa o que se diz por seu turno ser hereditário e coerente…

quarta-feira, 17 de julho de 2019

A MINÚCIA NÃO SE APRESENTA SEMPRE


          A minuciosa frase que por vezes ouvimos pode ser em vários vocábulos, um tanto de código, um tanto do nada, a expressão pura, o dito pelo não dito, ou pior, ainda um contexto de língua estrangeira. Mas o detalhe mora ao lado… Se somos algo, não somos tão mutantes, ao menos na vida interna, sem o figurinista chefe do dia, ou a atitude ensaiada para não dar juízo aos bois. O que se vê e nos acompanha silenciosamente é o bosque, o pássaro, o cão e o gato, quando possuímos ao menos o céu em uma São Paulo – por exemplo cedente – de seus recortes e skylines. Mas não assim totalmente, pois o progresso também está no metal, no plástico, nas contas, no sorriso de mês e no estudo que demande sempre um tempo maior, consonante com a rotina e a disciplina: o mergulho, aquilo em que voltamos à tona mais tarde para reaver o oxigênio gasto na apneia.
         Os ismos nos colocam termos, o ismo em si, de per si e para si, enquadrado na prefixação daquilo que se dá de nome, o que não seria tão fácil, mas vira facilitador de um tipo de onda, que fosse melhor, como a poesia de João Cabral de Melo Neto, seria o Modernismo passado, ou depois venha a estética pós-modernista com suas variantes, antes de chegarmos ao escrever do cotidiano contemporâneo. Tudo tem sua base de dados, em relevo, imagens, sons, tratados filosóficos e uma integralidade que jamais vai ser concluída em virtude de ruídos e espionagens industriais ou não. Vivemos em uma Biblioteca onde os servidores já tecem novas redes, e estas nem sempre se apresentam ipsis litteris. Os equipamentos gigantescos ainda não reinventaram a imprensa, supostamente, mas os pequenos são como vértices vulneráveis porquanto portáteis, e no entanto miraculosamente inovadores. No entanto, essa ciência só se fará progressivamente se os usuários atinarem-se um pouco no antigo, em Éfeso, ou na Mesopotâmia, nas origens, no pensamento, naquilo que aqueles que estudam o cérebro ainda não têm condições de decifrar, a se explicar, que Deus também está nos detalhes! Aliás, se considerarmos que também está no átomo, ou dentro do coração de cada entidade viva, estaremos bem acompanhados, mesmo porque a visão brahmínica resolve que O vejamos por quaisquer lados, assim como certos índios veem no trovão um Deus. De qualquer modo, como citado acima, há cientistas que veem nas suas descobertas a própria possibilidade infinita ou, melhor dizendo, perpétua na vida de cada qual, a cada experimento, como a ficção de Conan Doyle, que nunca revelara se seu maior personagem, Holmes, cria em algo afora seu ofício. Mas as bênçãos são bem-vindas, posto quando auferem a saúde e a espiritualidade, o autoconhecimento e a projeção da bondade sobre todos. Vem à carga o anímico, o subjetivo, os meandros do inconsciente, a tanto de se perceber quão distante é a certeza que podemos ter a respeito do mundo e seus mistérios. Isso conjuga o verbo quando por vezes temos a necessidade de obtermos uma explicação sobre tudo o que nos move e cerca, nosso entorno e a questão existencial de nosso ser, conforme muito se escreveu a respeito no século passado, que ainda perpassa por este em que estamos… Quando um ser se revela obstinado, temos um sentimento de que conhecemos esse ser e, no entanto, as fronteiras que nos ligam a outras espécies marcam mais presença pelo modal invasivo e persecutório, em intenção destrutiva, aniquiladora. Esse viés cria oportunidades de se lucrar com os índices de afeto do ser humano, quando se criam serviços cada vez mais aplicados em função da ganância sem medida, e que contam com a frieza desses atores. Demanda que coloquemos algum freio no motor que por vezes nos move sem sabermos se estamos agindo considerando detalhes de suma importância, ou meramente dando asas aos ofícios para que não nos conheçamos mais na plataforma da solidariedade.
           O esforço hercúleo de alguns cidadãos que se mantém conscientes dos fatos que ocorrem diariamente e buscam se habilitar para consentir a eles mesmos a retirada do peso paulatino no ombro do sofrimento, seja ele material ou espiritual, revela que – apesar desse esforço – novas dificuldades geradas pela carestia de ambos os lados mantém a prerrogativa de que o universo de escape em nossa cultura está se rarefazendo como uma fumaça tíbia que se junta a outras depois de ver o que era seu tronco a ser devorado pelo descaso e falso orgulho, no embate cruento daquele que não presencia o ato a não ser no resultado bancário, ou na montagem de mais uma offshore.

terça-feira, 16 de julho de 2019

DE SE BUSCAR O MELHOR


          A epopeia de um buscador, neste pequeno mundo em que vivemos – nos displays ou fora deles – monta estranhos quebra-cabeças que por vezes não nos confere muita disposição para resolvê-los, ou chegarmos a qualquer acordo. Diversos são os complexos mundos desse imenso planeta, incluso o citado da facilitação de uma comunicação remota que não nos fazem crer muito nos espaços circunstantes, no mundo externo a nós mesmos, já que apenas exteriorizamos as portas digitais de comunicação. Resta sabermos quando e por onde começar a ver que, na estreiteza de uma alienação praticamente usual e consentida, resolvem-se certos teoremas lógicos sem sabermos sequer as operações básicas da matemática. A mecânica do braço resolve por nós, agimos com uma veracidade reativa, sem ser propriamente veraz, no tema que nos assombra, no jogo que não jogamos, no filme que assistimos passivamente em torno de uma autoria de um bom estúdio, ou um bom laboratório comportamentalista. Nada exime de culpa em uma ação rebuscada, um estado de espírito onde nos contemos para não chamar a atenção, e atentemos para o fato de que os transes de algumas igrejas evangélicas foram padrões copiados daquelas de origem africana, onde o escape espiritual se dá quando descarregamos nossas ansiedades e medos frente a um grupo onde se torna liberado o culto, e de onde se tece uma relação com o poder para investir contra a umbanda ou o espiritismo, de onde se supõe que a liberdade religiosa em nosso país passa a estar em xeque. As seitas devem ser respeitadas, pois buscamos nos aprofundar espiritualmente onde acreditamos existirem as nossas divindades, o plano quase infinito de Deus, cada qual ao seu modo. Perseguir minorias, sejam elas de cunho racial, étnico, ideológico, político, religioso, de gêneros, e etc, é quebrar os direitos fundamentais que comportam a vida em sociedade, e sua consonante harmonia, deveras necessária, em tempos difíceis por que passa a humanidade. Qualquer situação que iniba o bom andamento das Leis e da Ordem, estas que estejam vinculadas ao bem-estar social, há que ser enquadrada de modo conforme na Carta Magna que nos rege, longe da ideal, promulgada em sua solidez democrática em 1.988.
         Quando um cidadão qualquer busca para si os seus direitos, não se prezem retaliações que os tolham, pois isso não é bom, não é saudável. Todo aquele que luta trabalhando por vezes em duros turnos possui deveres perante a sociedade – como ser cordato e civilizado –, mas igualmente possui seus direitos que devem ser respeitados acima de tudo, já que o andamento correto e civilizatório de nosso novo milênio deve ser o da concórdia e da paz social. Aquele que busca fazer o seu melhor, ser bom no que faz, ter entusiasmo, ser uma pessoa feliz, deve fazer parte de toda a população, pois qualquer sofrimento impingido por outrem a alguém ou à Natureza – esta que na verdade faz parte da raça humana – deve condenar o executor, seja o agente direto ou quem deu as ordens, depois de uma investigação cabal e exata. Justo por que os chamados recursos naturais são finitos, e hoje uma nação que se preza deve ter isso em mente antes de dispor vorazmente daquilo que não nos pertence, pois a mesma Natureza deve ser intocada: o que está aí já está, e deve-se reconstruir as vegetações, despoluir rios e mares, e erguer cidades com fontes de energia renováveis, posto todos os países que possuem energia fóssil têm muitos corvos sobre seus poderes, e as crises passam a ser inevitáveis em razão desse gigantesco interesse. O jornalismo, seja de uma grande mídia ou não, tem o dever de divulgar a verdade com relação aos fatos, seja de encontro àqueles que buscam, ou mesmo àqueles que não sabem de nada.

sábado, 13 de julho de 2019

A CIÊNCIA PEDE UM MONÓLOGO


          Que fosse algo científico o poder que nos rejeita, que fosse algo permanente uma relação líquida, que fosse igualmente científico outro poder qualquer, visto ser ciência que o tronco aparentemente é o mesmo. Estranha árvore sem raízes… Muito de investidura tece o anti mito. Do que se saiba, a ciência é uma face da Natureza Material, e explica o autor de alguma descoberta, mas carecemos de um monólogo em que ponhamos exatamente o valor nessa descoberta, quando factível. Se soubermos quando há prazo de chances a serem descobertas cientificamente, se soubéssemos que há um limite, a roda do tempo trava a roda da história. Ao relativizarmos o tempo mesmo, em algo que saia de ser apenas linear, veremos o mesmo tempo brilhar no conjunto acrônico de insights a ponto de formarmos um teorema da ciência, que se traduza na matemática, na física ou na biologia, para citar grandes termos. A diferença entre criação humana, conhecimento humano baseado na educação ou meramente no estudo e suas possibilidades, seja artístico ou científico, ou as formas do poder por e per si, enquadram por vezes uma diferença de polos opostos, questões de negação de nossas culturas, e o poder de per si perde pela falta do escape necessário de um pensamento que revele mais, de uma abordagem filosófica que traduza a versão mesma do que é certo e do que se predispõe como equivocado. Não há como desenvolver a ciência sem a arte, já que a psicologia, a psiquiatria e outras medicinas são irmãs de se querer a normalidade, trabalham equânimes com as matérias humanas, quando se percebe um doutor que não existem fronteiras.
         O pensar cotidiano verte no nosso peito a gana de sermos facilitadores de qualquer ciência, pois a arte também é criada através da técnica, como nos exemplos computacionais e a comunicação, ou a literatura, o pensamento, as fotos, as ilustrações e tudo o que completa na relação que se tenha na velocidade da luz, instantaneamente, para citar uma expansão positiva dos limites em que a ciência nos permite com seus progressos. Apesar de demandas em contrário, apesar do poder se crer superior, por vezes uma pincelada maestrina é mais concreta do que o voto de um deputado, ou do que um decreto pessimamente enunciado. Se a relação depende de como se processa as relações humanas, resta-nos saber que a empáfia, a arrogância, o abuso daqueles que têm episodicamente um poder nas mãos, não colaboram em nada para o andamento correto de uma sociedade dita civilizada, posto às vezes servir melhor aos estrangeiros do que ao seu próprio país. Por essa medida vê-se como testemunha de toda uma nação, quando não se apoia a ciência como se deve, ou quando manda o figurino de se caminhar rapidamente para o atraso das instituições educadoras, pecando gravemente perante os docentes, reitores e corpos discentes tão implicados por esse tipo de intervenção, naquilo que se compete saber que todo o incentivo à educação é sinal promissor de qualquer economia, de qualquer cultura, de qualquer nação, independente do tipo de sistema aplicado nas diversas sociedades, seja de que perfil forem.
          A ciência passa pela investigação do saber, passa pela construção do conhecimento, pela filosofia e medicina, entre tantos outros campos de atuação que um país – por exemplo – muito amplo só tem a merecer esse cuidado por aqueles que têm o poder de possibilitar esses processos, dentro de uma atmosfera saudável para que – justo que seja – a roda da história conte ao país os benefícios que são oferecidos às populações quando se fomenta uma educação de qualidade e universidades com condições de debater com aquelas de ponta ao redor do planeta.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

OS VALORES QUE TEIMAMOS EM TER


Do valor da moeda, o que teimamos no troco,
Quase de afeto, o quinhão da rua, um cigarro
Como outra feita de dizer que não se tem o pão
E que carece um jargão de se ter o que não se tem...

Vale o tanto do valer, homem que vale, o que não vale
Não pesca um peixe que seja de monta, na rede que vale
Um vale de esperanças na valia circunspecta da dissuasão.

Não que se queira um vale, pois o que se pretende é o reembolso
Do que cresce dentro das meias, no inchaço de um remendo
Onde a contrita condição revela o berço daquilo valioso.

A mulher valorosa, que não se paute no chauvinismo oco
Do que não poderia jamais ter do ganho o sacrifício de um ente.

Do que se valha a vida, a valer, convenhamos que a temos
Para valer o de se curtir, no apanhado de um smart tudo
Onde evanesce a criação de um objeto mais valioso e esperto!

Na condição da poesia não valeremos tanto como o sonho
Que porventura exista não como farnel garantido em noites
Mas na ventura de se recolher o final do dia nos prenúncios.

Os temporais de uma desdita enobrecem os incautos, no valer-se
De antemão a parecença do nexo, uma peça que retire um peão,
A clássica jogada felliniana de se prever a tomada antes de ter-se.

A vida, esta, esta que vivemos vida, vale tanto como o valor
De um efêmero tempo onde a fama se encontra com cronópio
De um tanto de musgo no tempo da azáfama incrustrada de pedras.

Há que se ver o viés do que deixamos a adormecer em nosso lar,
A quem queira saber, uma porta aberta, um espírito silencioso,
Uma trouxa mal encoberta na lavanderia, um dente extraído
E a esperança de que o sábado não inicie o fim de semana...

Posto a multidão se abraça no valor, e teima que existam,
Mas na aparência de um rótulo onde os pequenos se debruçam
Reside a incompatível flâmula de talvez não possuirmos conteúdo!

O QUE NOS TOQUE MAIS


            Quando nos apercebemos da miséria que nos cerca, um sentimento qualquer, de um que seja crítico, nos faz às vezes de não sabermos, quando a humanidade sente algo dentro de seu peito. É como se nos tirassem as vestes de uma pátria interna que possuímos dentro do nosso imo, como se nos transpassassem as correntes de uma sangria atávica, como o olhar cáustico de uma mulher digna traída por seu companheiro. Essa correnteza sem nuances, esses olhares tíbios que nos chegam de cima para um abaixo quase irrisório posto sem recursos, posto sem esperança, do tom que se percebe, algo além, talvez não mais nos toquem... Assim de se esperar que cheguemos a um quintal que porventura seja criado, mesmo que em nossas pátrias, mesmo que em nossas aldeias, justo que não se continue a pensar desse modo, pois se continuar uma carestia muito grande não se sabe onde se pode prosseguir, a princípio, de qual ponto, de qual pensamento, ou de qual lugar.
            Se nos toca um carinho sincero oxalá seja bom, pois o carinho não revela muito a sinceridade nos dias contemporâneos, e viver na bondade talvez seja o único caminho. Parece uma senda difícil, mas não se pode ignorar que a bondade acima de tudo abraça a paz e a preservação do mundo: sua cultura, suas tradições e seus meios de lutar pelo que é justo... Afora isso, estaremos vivendo no modo da ignorância, onde uma casta predominante usurpa o poder dos mais justos, mais equânimes e mais razoáveis, na intenção de manter a massa da população sob o jugo dos mais ricos e poderosos. Essa não é uma questão propriamente de algum ideário, mas apenas algo que toca a lógica de sabermos que, quando uma população tem maior fonte de renda como um todo, passa a consumir mais e melhor, no sentido lato de alavancar toda uma economia, de qualquer região que seja. Isso é o que se espera de uma nação soberana, onde a independência de seus compatriotas seja razão de orgulho e motivo de respeito. Para isso, o nacionalismo há que compartir do ser que é de bondade a um conjunto de fatores que gere e construa bons propósitos e efeitos concretos de desenvolvimento. Tanto se fala ou se sabe do desenvolvimento de uma nação como os EUA que, pela lógica mais elementar, ao menos tenhamos que proteger nossos recursos das investidas estrangeiras. Abrir-se ao capital estrangeiro de forma desordenada e atabalhoada é a medida mais rápida para se criar em nosso país a dependência econômica e a carestia de nosso povo.
            Ao que se pese na balança, ao menos se fôssemos mais consortes de uma veia patriótica teríamos de não precisar passar por uma questão de burocracias de como entregaremos a Amazônia para a exploração, pois hoje em dia – quando ocorre – o crime ambiental deveria ser hediondo como um dos piores. Não se diga em combater o crime organizado, a partir do momento em que o Poder se organiza para permitir a devastação sistemática de nossos biomas, florestas, nosso ar, nossos rios, terras e mares. A partir do momento que sentimos que foi dada a largada para destruir coisas em que toda a comunidade internacional já se debruça sobre nós para presenciar tamanhos estragos, os nossos governantes perdem a noção de moral, da boa ética e passam a ser ignorantes na medida em que desprezam a coerência e adotam a brutalidade. É a partir desse instante pontual que podemos afirmar que a sociedade caminha para o modo material da ignorância, pois erra em tentar manter sua própria terra, erra em não contribuir para ajudar a salvar o mundo da catástrofe.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

ALGO ALÉM DE NÓS MESMOS


          Pergunta-se aquele que tem uma discriminação sobre muitas coisas, aquilo que não se quer perguntar, de um ofício que seja, ou mesmo de uma dimensão existencial, quando se possui a sabedoria necessária… Quem sabe a pergunta gere um livro, quem sabe um mal psíquico gere algo de monta, mesmo que se esteja impedido do trabalho, mas que não gere renda, pois que se seja voluntário aquele que sabe dessa importância, desse quilate do ser.
          Muito se sabe de uma referência qualquer, a ponto de que um escrito pode remeter a mensagem para alguém que esteja angustiado, levando alguma luz para o seu íntimo, a ponto do escritor ter que saber dessa importância, das coisas da esperança. Posto que um labor computacional leve quase sempre a um tipo de quebra de um silêncio que existe e seja quase inquebrantável, mas supostamente essa barreira existe lá fora, a quem não pertença a um grupo, já que de rede apanhamos mais do que em escrito solitário. Possa a palavra possuir maior ingerência na mente daquele que a compõe, uma lauda, umas linhas, algum querer que se passe a mais do que se espera, uma boa nova ou mesmo a composição de alguma provisória derrota. Depois de se remontar um claudicante gesto em direção a uma obra razoável, depois de uma certa prática com as letras, veste-se um companheiro de satisfação de poder ao menos escrever para alguma estrela, pois ainda são inúmeras em nossos céus. A cada noite se vê ou se pressente a existência das mesmas estrelas, de uma lua que, em sua luz, desponta quase cheia, quase totalizando a noite, e é desses brilhos que se faz uma noite acompanhada, mesmo que não se queira que a noite nos seja plena. Ao menos que se suponha que algo nos acompanhe e que seja grande, pois nada do que prevemos em nosso entorno tende a ser imutável, dentro do tempo que revoga a diferença entre o que queremos e o que nos é permitido.
          Se pretendemos o frio de uma noite é porque temos por onde colocar nosso corpo adormecido e quente, se não, um ponto a se prever é que a carestia não possa jamais gostar do frio, e torçamos por todos, pelo conforto de todos. Se acontece de termos muito mais do que o outro, saibamos que estabelecer diferenças de comportamento, ou de exclusão daqueles que estão desempregados, que moram nas ruas, ou que padecem de alguma doença crônica e incurável, tentemos ser solidários ao ponto de incluir essa gente na sociedade, mas evitar empunhar alguma atitude hostil pelo modo de viver dessa gente. É certo que há pessoas que achem o oposto, que só os ditos civilizados perante o modo de se portar, mesmo que em alguns a situação seja quase uma catástrofe, vá de encontro a uma estigmatização daquele que sofre, dentro de um artifício preconceituoso e nefasto. Justa é a consideração de que todos merecem um lugar ao sol e não se deve pôr em prática a exclusão, conforme citada acima.
         São estas poucas linhas que diferem de algumas opiniões em contrário, mas quando estas opiniões viram um tipo de lei de ferro, o que se espera de uma sociedade é que se rediscuta a questão mesma do liberalismo de vanguarda, posto que este pode ser uma ferramenta poderosa de se construir uma sociedade livre, inclusiva e solidária. Basta ter uma vontade política assaz permanente e transformadora nos seios de nossos agrupamentos sociais, posto a compreensão da carestia e seu remédio inibe que venhamos a ter em nossas existências o pressuposto da contenda ou da ausência da paz social, pois urge que esta não seja determinada de fora para dentro, mas de dentro de cada qual, a cada um o seu espírito redivivo e redentor.

domingo, 7 de julho de 2019

O SENTIR DE ALGO MAIOR


Branco pode ser um sentimento, como negro um outro lado,
Do viés que as cores participam e, como em um jogo tático,
Pode ser o cinza e o laranja os que tecem a tática dentro da área.

Haveria de tingir as peças, mas a conveniência mostra que a marca
De algo qualquer do consumo revela a modalidade básica do mercado.

Influência é a conquista do território, em disposições táticas em linhas
E colunas dispostas para possível conectividade de uma geometria
Onde apenas o que se vê de certo fará parte da estratégia na questão.

O que se supõe perda é uma peça capturada, mas o território perdido
Significa mais e mais peças no impedimento de atuar na área.

Compreende o território a vertente da lógica, qual a disposição
E a força que impede que tenha-se liberdades traduzidas pela posição
Em que outra peça da mesma equipe possa situar-se próxima
Para atuar como ampliação da liberdade, no sentido defensivo.

A colocação desordenada das peças na aparência conquista
Um território marcado pela quantidade, mas o acercar-se
Inteligentemente das fileiras desorganizadas supõem que seja
Muito mais simples e efetivo o corte das conexões instáveis.

O jogo do GO é um exemplo de estratégia, onde inúmeras possibilidades
Revelam a relativização do tabuleiro, onde sua prática remonta
A que se saiba a disposição de uma ocupação tática com a sabedoria
De regras simples dentro de um contexto onde o complexo depende
Da inteligência do oponente, o que torna seu uso quase uma cátedra.

O sentir-se de algo maior, majorado, pode repercutir na sombra
Daqueles que isentam de si a possibilidade do lúdico e lógico,
Mas tenha-se em mente que, antes de qualquer jogo o livro é fundamento
Para incluso se perceber a nuance da descrição de algo, ou do finito
Onde reiniciamos a aprendizagem, por sinal insondável com nosso tempo!

A iniciativa de um bom sol na nossa participação mental com relação
Ao que se prescreve saudável na latitude de sermos mais humanos
Não requer que necessariamente apliquemos a lógica em qualquer
Demanda que exija alguma territorialidade, posto a causa do mal
Pode ser a aplicabilidade mal empenhada, o rancor gratuito, as peças
Que nublam por si a própria posição no tabuleiro da vida, já que
Quando nos situamos em busca da verdade em todos seus alinhamentos
Saibamos que esta brota e transcende qualquer atitude nefanda,
Pois nossa defesa em relação com o mundo deve ser de extrema sensatez
E concatenação lógica máxima e efetiva para cada vez termos perdas menores.

sábado, 6 de julho de 2019

A MÁSCARA CIVILIZATÓRIA


          Nenhuma espécie de vida que se diga racional, como a humana, tem a ficar satisfeita com o modal exploratório dos tempos atuais. O que se deseja da energia? O que podemos fazer para planificar ao menos parte de nossa economia e de nossa história? Resta à civilização saber que o petróleo está caindo como fonte de energia no nosso planeta. Certas riquezas esgotam, acabam. Por si, apenas, por lados que desconhecemos, mas aí está – inegavelmente – o que já estava nas cartilhas que previram o mundo e seu desenvolvimento, desde o carvão mineral até o óleo negro de fóssil, e descartar o fato é não ser ou não se portar de modo racional, em virtude de prazeres efêmeros como a espera de que tudo está aí para ser final e peremptoriamente explorado. A máscara civilizatória da civilização ocidental caiu. Agora é questão de tempo, pois a possibilidade de guerras atômicas pontuais existe e a paz está no limiar onde quem é ativo no sentido de defendê-la, quem é contra os armamentos nas mãos de uma população de terceiro mundo, quando certos e inúmeros grupos defendem a guerra civil no sentido persecutório do termo, teme que alguma coisa profunda e potencial está em vias de acontecer. Queiramos o oposto. Vestimos as carapuças e, no entanto, a forma da máscara que porventura acreditamos ser contestadora ou forte já não chama a atenção: nem a liberdade sexual, nem a intoxicação nas diversas classes, e nem o fato outro de que desejamos a liberdade como um todo pode estar contendo a situação onde não professamos e nem ensaiamos a contestação opiniosa, as frentes ou correntes culturais, e a sua luta pela expressividade em atos coerentes.
           Grande é um movimento que ao menos fosse mais amoroso, grande é a luta pela paz, grande é a coragem de lutarmos por ela, e gigante é a vitória que sempre obtemos nessa intenção, de fazer o algoz cair em seu ridículo. Se alguém deseja lutar pela direita, pela esquerda, essa gente não sabe que os gatos ensinam mais sobre esse balaio do que as pessoas, que mal sabem proferir a frase correta dentro de um padrão de entendimento civilizado. Se tocamos em alguma ferida, o façamos com gaze e pomada, para cicatrizar e não revolvê-la dentro de sentimentos de ódio. A ação que denote crueldade já está em vias de explodir no senso da criminalidade, onde as máfias e as milícias se revezam para tal. Se tal ou qual autoridade veste uma máscara para imiscuir-se como bom moço, e na realidade possui envolvimento com o crime, isso deveria bastar ao menos a que as grandes autoridades fizessem o mea-culpa e fossem enquadrados na Lei, seja quem for.
          Tenhamos atenção para aquilo que se chama justiça neste país, pois pesar mais de um lado, sendo alguém deveras importante, remete à velha questão autocrática de se fazer ou de se conviver com o Poder. Esse caso em que muitos estão atônitos na derrocada de toda uma ausência de planejamento, remonta a que vejamos no Oriente o aproveitamento da energia limpa, a que saibamos quem dá um exemplo no Processo Civilizatório, e quem é quem no estabelecimento de uma ordem real, organizada e nova nessa questão, porventura, que não precise usar das máscaras ou dos figurinos de disfarce. Possivelmente, poderemos usar as roupas que bem queiramos, falarmos com quem quisermos, e termos uma sociedade onde a maioria seja digna, ao menos, o que se espera de uma civilização de nossos tempos atuais, e não um arremedo anacrônico de tentarem ressuscitar velhas formas de Poder onde as coisas estejam sempre em um litígio ridículo porque existem minorias que se tornam investidas de força pelo poder de consignar à ignorância as trevas da malevolência déspota. Essa máscara cai por si, pois não se espere, em uma sociedade civilizada que deve responder ao mundo perante seus atos, insistir na incoerência da manipulação e do obscurantismo.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

A LÓGICA DOS MALVADOS É ENCARNAR NO MUNDO O PAPEL DOS TIRANOS QUE AINDA INSISTEM QUE FIZERAM HISTÓRIA, MESMO QUE ESTA ESTEJA MAL CONTADA.

O TURNO DE UMA JORNADA DEPENDE DAS CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE O CIDADÃO ENFRENTA PARA AO MENOS SOBREVIVER, NESTES TEMPOS DE CARESTIA.

AVENTURA, COMO DIZIA VINÍCIUS DE MORAES, É PORTAR-SE DIANTE DE UMA DAMA COMO UM CAVALHEIRO.

SE A VIDA COMEÇA AOS QUARENTA, AOS SESSENTA JÁ SOMOS QUASE ADULTOS, OU MAIORES DE IDADE.

APESAR DE UMA TECLA POR VEZES EMPERRAR, TEMOS DUAS PERNAS QUE NÃO SE CANSAM DE SORRIR.

A VIDA COMEÇA CEDO, BEM ANTES DE UM PLANETA QUE ESTÁ NELA HÁ BILHÕES DE ANOS, TEMPO EM QUE O HOMEM AINDA ACREDITA QUE POSSA MENSURAR, APESAR DE SUA INEXISTÊNCIA ORIGINAL.

SERÃO PERDULÁRIOS AQUELES QUE NÃO SE CONFORMAM COM O HEDONISMO QUE ESTABELECEM COMO A ÚNICA SAÍDA PARA COMBATER A ILUSÃO, RODEADOS DE AMIGOS.

O POETA NÃO FINGE, POSTO O SOFRIMENTO QUE SENTE POSSA SER REAL, PORQUANTO SITUADO NO PLANO DE UMA ÁSPERA NATUREZA MATERIAL...

NA LUZ DA LUA NOVA, EM SEU PRINCIPIAR CRESCENTE, SÓ VEREMOS A ÁGUA QUANDO ESTA ENCHARCAR NOSSAS PERNAS.

ARRENDAR A ESPERANÇA DO OUTRO É COMO ESCRAVIZAR A INTENÇÃO DE SE SER HUMANO.

CONFORME OS PROGNÓSTICOS DO FUTURO NÃO DEVEMOS SEQUER ENSAIAR ALGUMA AUTENTICIDADE SINCERA EM PERFIS ON LINE, PASSÍVEIS DE SEREM ROUBADOS.

VÉRTICE ENCONTRA VÉRTICE, E NO OUTRO LADO UM OUTRO VÉRTICE SE ENCONTRA COM INFORMAÇÕES QUE NÃO LHE PERTENCEM.

HOJE A LÃMINA DE GELO NÃO SE ROMPE FACILMENTE NAS BARREIRAS ILUSÓRIAS CRIADAS ENTRE AQUELES QUE SE SUPÕEM CONECTADOS COM O CALOR DO ENCONTRO.

O PODER SEM PARTIDO É COMO UMA ESCOLA ONDE SE OUVE FALAR QUE É PROIBIDA A OPINIÃO CONTRÁRIA.

QUEM DIRIA SE ALGUÉM NOS DISSESSE QUAL O RUMO TOMAR PARA MELHORAR UM DEDAL DE NÍQUEL NOS COFRES DOS PAÍSES COM DÍVIDAS.

SABER MUITO TALVEZ NÃO SEJA A EXPRESSÃO CONTINUADA E PRÓPRIA, MAS SABER POUCO NOS PARECE SER O DE MAIOR OCORRIDO.

O FRIO SE ESCONDE SOBRE NOSSOS COBERTORES PARA QUE SAIBAMOS A DIMENSÃO DA MISÉRIA HUMANA.

NÃO SENHORAS, AGRADEÇO SUA ATENÇÃO, MAS POR FAVOR, NÃO SEJAM TÃO RUDES NA VALORAÇÃO DOS BENS QUE OUTROS ADQUIRIRAM.

NO SORRISO PRETENDIDO DE UMA LARVA ESTÁ A CONSOLIDAÇÃO QUASE AUSENTE DE QUE POSSUI UMA CRISÁLIDA!

A RODA QUE GIRA NÃO PRETENDE ESQUECER DA HISTÓRIA DE UM LADO QUE VÊ E DE OUTRO QUE VIVE.

UM PONTO QUE SE VÊ


         Algum ponto, que sejam, três… Assim se pode iniciar visualmente uma relativa ortografia, onde o significado parte de questões onde sabemos que o ponto significa resultados, posto não configurar área, e não ser entidade de rede se não estiver conectado, no princípio de se termos uma reta, ao menos, como existência geométrica. Um ponto pode estar sito como posição, endereço, mas quase sempre depende de sua transliteração de referencial, um código de IP, ou um nome de rua e seu número correspondente, que pode estar em uma casa ou ser um pouco mais complexo de se encontrar, quando se encontra em um edifício. Pode ser: Departamento de Obras, procurado em um lugar como ponto referencial mais importante, notoriamente conhecido, que encerra outros pontos de referência em seu espaço, o mesmo espaço relativo, aquele reconhecido como instituição. Pontos vários podem ser entidades de referência, tal como na linguagem literária da poesia concreta, onde: .:..ü:: podem definir o desenho de uma intenção da comunicação dentro de um contexto mais abstrato ou subjetivo, ou mesmo não possuir sentido algum, dentro de um contexto aleatório do se tentar a comunicação. Realizar um processo de comunicação, nos tempos contemporâneos, permite que erradiquemos a dificuldade, mas ao menos é mister que se saiba o alfabeto e como concatená-lo, que se saiba ler um parágrafo maior para o entendimento do próprio pensamento e planificação humanos. Buscando elucidar essa assertiva, o pensamento é fruto do saber e da experiência, e igualmente do aprendizado no começo de nossa jornada para o conhecimento. Esse mesmo conhecimento que apreende certas pontuações ou prioridades, quando o organizamos em um ambiente de estudos. O que se queira de pontos em comum nada mais é do que o desejo de estarmos comungando com os aspectos essenciais da vida, em que nem todo aquele que não compartilha de nossas idiossincrasias venha a ser alguém distinto ao extremo em que não possamos recriar o diálogo e o entendimento.
         Quando pensamos pontualmente a respeito de alguma questão que envolva vários critérios de aprendizagem, podemos afirmar que a mesma aprendizagem é infinita, e sua releitura pode ser variada, dependendo de estarmos com algum tipo de variação saudável do humor. Esse mesmo estado de consciência onde testemunhamos erros e acertos no panorama externo e interno a nós, e podemos considerar como atuante e próprio qualquer ato que iniba algum prejulgamento ou preconceito que porventura seja criado por nós, e lutamos para que a mesma questão essa de premeditar o nada não nos alcance, pois possuímos nosso próprio saber, cultura e religião, quando a temos. Nem sempre somos aquilo que esperam que sejamos. Não somos obrigados a viver sob pressão, pois a via pacífica é o melhor caminho no entendimento entre duas ou mais partes. É por esse prisma, da paz mundial, que devemos ver o próximo e o distante, o que conectamos em nossa mente e espírito e aquilo que devemos respeitar na sua totalidade, ou seja, o holos. A vertente da concepção de algo antes de acontecer de fato, resume-se em algo que nem sempre monta no cenário das sociedades um encontro com a Verdade. Conceitos anteriores do que já está, ou explicações sobre um fato baseadas em ingerências sobrenaturais apenas nos fazem ceder naquele ponto crucial e mais importante, que é a atitude em tentar absolver o planeta da culpabilidade gerada por nossa espécie, tornando-nos vítimas por estarmos fracassando em salvá-lo de um desastre iminente. Esse ponto a ser dado no i reza que nos tornemos, no mínimo, portadores de melhores inteligências.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

A FLEXIBILIZAÇÃO DO TEMPO


            Inúmeras circunstâncias nos levam a apreender os conceitos relativos ao tempo e suas mensurações. Pode parecer ingenuidade da parte de quem vos escreve, mas houve tempos e tempos em que a relação destes com o ser que conhecemos como racional devem ser abraçados hoje em dia como algo de suma importância, na relativização, no que concerne à sua compreensão mais plena, e na valoração da linearidade do ato em si, ou seja, de uma ação que precede, que atua, e que sucede. Diz-se em religião que Deus é multifário na sua diversidade e sincronismo, mas o que temos em mãos por hora para este pequeno estudo é a finitude e a limitação que pertence à nossa espécie. Não que o propósito de assertivas futuras digam respeito à especiação, mas apenas à constatação básica de que o nosso tempo – de marcação e referência que seja – pode vir a ser completo, satisfatório e produtivo, nas alçadas diversas em que reina o trabalho humano.
            Que seja, algo ou alguém que valorize a filosofia como fruto do pensamento humano torna positivo o escrever de alguém que também busque conhecer algo, ou ser um mero instrumento de uma grande parabólica posicionada em uma axis globalizante. Devemos saber do mundo, esse acredito seja um pressuposto que engrandece sobremaneira uma aldeia qualquer, mesmo que o tempo da distância, já por ora flexibilizado em virtude da circunstância da facilidade em se comunicar, revela que quem conhece-a – a aldeia – será progenitor de um bom registro de informações concatenadas, lógicas, surpreendentes por vezes, pois pode-se partir do pressuposto que é na natureza menor que se apreende o todo, pois por vezes em um bairro conhecemos mais do mundo, porventura que pelo engenho humano e a graça do bom Deus estamos conectados com o resto do mundo…
         Não são as riquezas propriamente que auferimos como ainda inexploradas em suas reservas que possam garantir outras riquezas mais permanentes, pois o tempo de uma jazida é finito, e a transformação da matéria-prima em manufatura versa mais por um conhecimento que gere frutos mais permanentes do que colocarmos a esperança em uma gestão exploratória como remédio de uma economia exangue e doente. O extrativismo só é válido tribalmente, em povos indígenas onde se respeita os ciclos da Natureza e a hora certa, o tempo correto de se fazer a coleta sem destruir qualquer bioma ou ecossistema. Mas essa questão deve ser conferida em sua essência por análises externas, pois a Amazônia, por exemplo, há de pertencer aos países que lutam por sua preservação, e óbices cruciais nos esperam se não rezarmos conforme esse figurino. Não existe um tempo em que os carros voem em direção ao nada, conforme juventudes que usam tóxicos para usufruir de mil anos em dez, como cartilha comportamental das loucuras de algumas décadas, revisitada sempre em qualquer latitude, mesmo porque os hormônios são mais fortes do que a aplicação em estudos, ou mesmo os combustíveis fósseis.
           O tempo em que se busca um afeto, em que se fuma a ganja no sentido de se obter prazeres, o tempo em que um cidadão enche uma mala de cocaína para ter a riqueza que não haveria de lhe ser conferida, o tempo em que uma situação de crime passa a ser cometida a cada segundo em uma cidade, aquele tempo em que milícias covardes tomam cada vez mais conta de determinadas áreas, ou o que se sucede em mais e mais armas, não é o mesmo tempo em que tenhamos que pensar apenas na questão da segurança, mas sim na oportunidade, na fartura, no consumo de alimentos, na educação e na flexibilização dos afetos no sentido de sabermos quando estamos em tempo de amar! Esse é um tempo que confere mais dignidade, em meio a um suceder de páginas que tememos encontrar em nossas existências, mas que são a maneira mais certa de encontrarmos a razão como um tipo de ética positiva de mudanças, onde a contestação que gere debates não participe a população apenas na mídia, mas em espaços abertos, onde um homem e uma mulher se encontrem normalmente em quaisquer espaços, e onde a eletrônica repagine na compreensão mesma de sua valia, pois ao tempo de estarmo-nos subscrevendo por algum caminho em que não nos apercebemos desse mesmo valor subentendido, resta-nos trabalhar o tempo com a flexibilização onde cada qual possa conviver com as diferenças desses detalhes de compreensão com nossas atitudes perante a vida.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

MAIS SOBRE ALGO QUE CONHECEMOS


          Realmente, veríamos melhores tempos se conhecêssemos melhor nosso entorno, a que se pretenda conhecer a nós mesmos. Segundo se mantenha um parecer de que estejamos em um caminho regular, a atenção que reservemos às paisagens urbanas pode conferir um aspecto da apreensão – em um mínimo necessário – por nossos olhos do que venha a ser a arquitetura, uma fachada, um muro, uma abertura, quem sabe: uma fábrica. Do níquel lutado por um andarilho, da informalidade, da carestia, devemos a nós mesmos a compreensão desse nível de vivência, qual seja, porventura alguma empatia de tal realidade pungente e presente na mesma paisagem urbana. Talvez se pense ser desconfortável ignorar com naturalidade esse status da sociedade… Porém, quando se sabe onde estamos vivendo, as diferenças em termos de humanidade, as classes de arte, o objeto dos sentidos, o consumo algo desenfreado e o que parece ser uma versão de um fato e na verdade não passa de uma escala de valores criada, estereotipada, é que se cria a consciência em seu maior amadurecimento. Ou seja, reler de alguma forma aquilo que se nos apresenta como uma circunstância e que, não obstante, possa vir a revelar algo mais plausível, mais sólido, e não apenas um termos ou situação ilusórios. Fornecer algum valor à ilusão seja talvez mais um caminho em que, quando estamos com necessidade de algo substancial, vemos na superfície de nosso contrato com a vida esse mesmo caso de estarmos justamente estabelecendo um contrato – esse supracitado – e que, no entanto, é apenas a mensuração de uma grande planilha existencial onde os erros são apenas subtraídos dos acertos, no treinamento indissolúvel do critério objetivo de nosso tempo.
          Quando estabelecemos uma meta, o valor ilusório pode estar circunscrito na atitude da criação, em valoração de merecimento, ou seja, se um ser humano é feliz em ter um afeto não muito aceito por políticas comportamentalistas, há que se abraçar com o fator ilusório como valor agregado à mesma realidade acima comentada. Pois que não se comentasse a realidade como tantos fazem, com cifras, gráficos e pesquisas, pois nem sempre as datas geram folhas, e o outono tem sempre seus mesmos tempos. Essa fração de valor, em medida linear, pode alternar com insights criativos em seus contratos com a realidade, nos vetores de treinamento para se pensar com alguma disciplina, mesmo que de forma lúdica, mas abraçando a lógica e suas estratégias com importância sobremaneira válida. O pensamento pode valorar, e a criação pode ser irmã da matemática, com suas funções e operações onde a mescla que se pode fazer com a arte vem a ser interessante e produtiva. Uma relação com uma oferta, a negação da procura, o diálogo constante com o mercado, e a compreensão filosófica de seus ditames vários, desde a Grécia até o mundo contemporâneo está para a verdade assim como o sol está para a luz. Esse empreendimento de verificar onde a verdade se encontra, dentro da fragmentária forma de se ver a vida, seria a simples questão de se saber desde o início que o sorriso pode ser verdadeiro em sua sinceridade, ou uma questão de teatro, de defesa a partir do teatro, de dissimulação, até chegarmos ao que venha a ser um sorriso, ou seja, essencialmente uma manifestação humana de satisfação. O que não é a realidade do mundo animal, onde a satisfação não pode ser fruto da manipulação comportamental do ser. Não que o embate humano tenha que estar desvinculado com o teatro, pois a dissimulação não verdadeira pode ser o valor ilusório de uma questão particular, mas quando a dissimulação e o teatro encampam grandes atos coletivos, ou coletivizados através de grupos fechados por alguma circunstância, isso pode gerar uma grande coletividade onde o papel da ilusão tenha maior valor agregado do que o real.