sábado, 28 de abril de 2018

REFERÊNCIAS E CONEXÕES

            Dista muito da real transparência como seres coletivizados estarmos conexos. Talvez saibamos, talvez sejamos menos do que o número que aguardamos, ou o rol listado de itens e ícones que perfazem o funcionamento do homem enquanto máquina. Melhor dizendo, a parte da máquina funcional com relação às máquinas computacionais. Não deixamos de ser meramente requisitos do “outro”, referência este que responde de modo subjetivo, apesar da lógica que pensamos existir, mas se nos referenciarmos logicamente a sermos frutos de requisitos, estaremos recebendo um feed back dentro de algum grupamento, onde o coletivo dentro das ruas acaba por não existir, pois pisaremos a Via Ápia sem percebermos sequer uma pedra onde estamos pisando, e nem que tipo de império está consolidado nas durezas dos materiais.
            A indústria necessária passa ao largo, com operários operando verdadeiros engenhos, dentro de novas ou antigas tecnologias, criando grupos mais reais e humanos, mais coesos e com capacidade crítica com relação a seus materiais, peças e etc, muito mais ampla do que a nova modalidade de trabalho, este na esfera digital. Justamente no lugar certo erguendo um prédio ou fabricando um caminhão, varrendo e limpando a cidade, ou atendendo no balcão de uma empresa que favoreça o cidadão. Passa a valorizar o serviço como algo mais concreto: nas ruas, nos transportes, nos pátios industriais – com a questão das reivindicações – e no contato diário da urbe. Isso reza por um não distanciamento e solidariedade para aqueles que emprestam sua força de trabalho em benefício das cidades.
            Justo ser a hora de imprimirmos a história de nossas sociedades variadas trançando as gerações, em um intercâmbio onde ponteie o entendimento e o respeito, haja vista que o nosso problema muitas vezes é confundido com o novo e o velho, sendo o velho representado por mais história, enquanto o novo parte de um processo pontual não histórico, fruto infelizmente de uma geração tele guiada, se formos imaginar como os conselhos funcionam se soubermos mais da história, e como se divide esse conhecimento com relação a antigos ofícios, dando margem à imprescindível compreensão sobre o surgimento das novas tecnologias, e a leitura que devemos fazer dos séculos passados. Isso tem a ver com muitas soluções encontradas para as populações, suas aplicações fundamentais e a noção mais elementar que enquanto não encontrarmos as soluções estruturais para as cidades e as nações, não estaremos de acordo com as condições mais humanas de vida. Deve-se partir desse pressuposto com relação a todos os países em desenvolvimento, e igualmente para dentro das fronteiras daqueles de primeiro mundo.
            No entanto, todas as classes que estão direta e produtivamente relacionadas com meios digitais podem estar cientes de como a cidade responde em seus diversos locais às investidas que resultam de administrações faltantes com a totalidade, e terem consciência de que não basta levar a segurança para a porta de seus condomínios, mas levando igualmente recursos para a educação e a saúde para as populações de baixa renda, sem falar no saneamento e nos serviços essenciais. Apesar de sentirmos na carne as derrotas humanitárias internacionais, obviamente o fruto de guerras ao redor do mundo, de caráteres e modalidades diversas, torna a crise humanitária em países pobres um espelho da barbárie que acontece em outras nações, justamente onde um povo mais inculto sofre o revés de não saber fazer algo, ou reagir dentro da legalidade, com propósitos reivindicatórios e de natureza coletiva, sindicalizada, etc. Essas questões da mescla ente as classes sociais vertem seus primeiros passos na compreensão de conjunturas das sociedades e de reformas que bem estruturem em seu viés dialético um padrão de progresso contínuo, uma real sustentabilidade, um motor azeitado e forte nas bases das sociedades – onde a carestia se apresenta maior – e uma “re” conceituação das ferramentas indispensáveis aos nossos próprios processos para nos tornarmos independentes dentro de uma plataforma em constante diálogo que vá de encontro com os pensamentos libertários de nossa época: no caso da posição das tecnologias e sua revolução atual, como na utilização de ferramentas outras e históricas que valem permanentemente em seus modais irretorquíveis.

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