terça-feira, 17 de abril de 2018

DO SER QUE RONDA

A dor não é de sentir, qual não fora, de trazer a um debate que inexiste
Quando a formiga procura outro inseto, ou mesmo a fraqueza deste,
Em vão, em filas intermináveis de relativização do tempo e espaço
Quanto de sabermos que a aranha só pegaria a pequena se assim o fosse…

A pequenina formiga que lenta sai na diferença de ritmo das companheiras
Que, em virtude do tamanho há que ser mais rápida do que as grandes
Assim no próprio comparativo da Natureza, em que esta no hólos ronda.

Em uma semântica nem devemos nos espelhar nesse espetacular modal
Em que a força das presas do inseto dista de nossa inteligência assim como
A nossa própria dista do saber que nunca saberemos o todo desta assertiva
De que a ronda – esta que seja – no perscrutar dos insetos nos ensina
Quando possuamos a compreensão de que sob o concreto de nossos pisos
Há nichos intermináveis com cavernas diminutas onde se esconde a vida!

Mas haveríamos de considerar uma formiga indivíduo, por vezes cercada
Quando observa outras de tamanho mediano derivando no calor inclemente
De uma superfície de área grande para seus caminhos que não o são próprios
Visto procurarem em velocidades abissais correndo à busca, em círculos.

Eis que na superfície de um piso se encontra o rejunte mais largo, antigo
No pé de um jardim, que haja vida que haja, e tantos são os talos de grama
Que parecem palmeiras de onde brotam sequoias que para o homem comum
Não passam de arbustivos donde se rega a manutenção, e a vida continua
A florescer ricamente no nicho de existência onde um louco porta uma rosa na rua!

A saber, que a flor inexiste em outros jardins, e um besouro rubro pousa
No ombro de uma poesia, esta em forma de gente, no cachimbo há fumaça
E o carro que o escolhe como inimigo insustentável de um padrão estabelece
Que seu escape é menos intenso em ternura do que uma boa medida de tabaco.

Mas que os homens tecem suas rondas distintas por vezes, a perceber um nicho
Outro que o seja na imensidão de areia de metro quadrado, nos troncos e no embate
Das ervas que nascem profundamente vertidas perto de um saneamento cabal
Que inexiste enquanto limpeza das águas, e nada se explica – aí sim, da ronda –
Que uma água tão preciosa aos olhos da sensatez permaneça suja dessa forma!

Um pássaro voa rápido em um planar de alturas voláteis e faz sombra sobre o olhar
De uma tele máquina de android system que subsiste a imagem por registrar
O olhar de seu dono que não significa mais do que um suporte em clicks
De botões perpassados: ao que se molha, ao que se pisa, ao que não se vê, vendo.

E as vidas rondam, rondam ao extremo que a moda permita, a moda de rondar,
Por rodarmos nossas pernas ao não nos permitirmos amar muito, que isso de amor,
Se o celular passa a botar filtros cabais, não nos cabe ressaltar a que o ponto de chegar
Nos trará de volta a olharmos um olhar ao menos no jantar da comemoração do neto.

Não, não nos pareça distinto que toda a roda viva que se cria em torno de uma vida
Seja mais do que nos pareça não distinto que a formiga citada em poesia com honra
Seja um trabalho que possua a lógica que a faz sobreviver muito mais feliz enquanto
A sociedade humana estabelece que sejamos uma espécie de gatos, ratos e cães.

Não, somos talvez em nossas rondas secretas ao mesmo tempo a flecha e o alvo,
Ao mesmo tempo o motor e um cérebro que se jacta possuir células algo fecundas
Mas a variedade de espécies que coabitam dentro da nossa – no íntimo do ser –
É praticamente do tamanho de uma variedade infinita de recursos imaginativos.

Huxley era perfeito ao dizer que no cinema do futuro bastariam os capacetes sensórios,
Em que as práticas de prazer sejam no mínimo o melhor prêmio que recebem aqueles
Que conseguiram com suas rondas por dentro da história de cada cidadão saber
De algo que não frutifica mais do que apenas saber de como fazer o prazer surgir.

Se há algo na psicologia da ciência, saberemos que esse tipo de ronda, ao comparar-se
Com a medicina, é apenas uma apologia de palavras, ids e outras coisas, que compartem
De uma análise onde a formiga mais velha não saberá dizer que tronco levar a um lugar
Se pode dispensar a seu colega o tronco mais forte que outras carregarão em conjunto!

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