sábado, 7 de abril de 2018

O DESEJO DO SABER

         Diante de um teclado, de uma tela de pintura, um papel para desenho, ou diversos materiais, ou mesmo uma superfície eletrônica, teremos à nossa frente algo para um começo. Tal qual uma gênese, podemos criar algo e alcançar um público, ou nosso eu frente a frente com o corpo que entende bem – ou não muito – a si mesmo e às possibilidades de uma vertente expressiva. De qualquer modo, um desejo de se exprimir vem do ser como uma latência, principalmente quando da aproximação com a arte: recurso inextinguível desse teor. Haveria muito a se ler, muito a se conhecer, uma vivência do desenho, a mescla infinita das cores, o manejo do pincel e outros meios de linguagem que, muitas vezes, culminam na literatura, no universo das letras. A filosofia parte do princípio do pensamento vivo que um ser expressa, dentro de um pressuposto lógico, que também pode permear-se com um fundo religioso ou anímico. Explicar – ou tentar – a natureza das coisas é algo salutar, mesmo que o cidadão careça de formação acadêmica superior, pois o pensamento não vem apenas de uma cátedra, mas pode surgir da vivência profunda que cada qual por vezes carrega dentro de si. A todo o modal das ideias, da criação artística, à poesia, etc, poderíamos vivenciar cada vez mais a identidade cultural do fazer a arte, consagrando ou estabilizando certas questões de existência particular, que na verdade por vezes seguem um rumo atordoante de ilusão acumulada, sem o escape subjetivo, na forma de entretenimento cumulativo.
         Um mundo onde compreendêssemos os meios de comunicação de massa, ou o midcult, que gera a impressão de algumas classes atingindo cada vez mais e mais gente, em que o masscult, torna-se fronteira, e mescla com facilidade instâncias maiores quando vemos que o segredo da indústria cultural é isolar a identidade de um povo, seus costumes ancestrais, suas crenças, erguendo das heranças da Europa estranhos carrosséis de fantoches trocados, acumulados no pré consciente, trabalhando em favor das culturas civilizadas e seus atores reais que pousam para exercer em países pobres essa ascendência dessa indústria cultural citada. Os gadgets vêm como um suporte onde a inserção há que ser compulsória, em que formas de lideranças mais tradicionais seguem vivendo em plataformas ignoradas pelos negócios incorporados por tantas e novas tecnologias. A tensão que decorre das diferenças vem muitas vezes através de conceitos relativos ao “olhar” que estabelece padrões de conduta que nulificam a produção autêntica musical, como questão relevante na cultura de populações inteiras. A educação por si pode não ser a alternativa mais correta, posto a importância de voltarmos um pouco atrás e vermos que o analfabetismo funcional não capacita o aluno a que se forme um crítico social, ou que falte quando tenha que entender um parágrafo mais longo. Não basta formar. A cidadania está mais adiante do que pensamos, pois a justificativa de ações contra comunidades carentes está intimamente vinculada com a falta de crescimento da beleza que poderia se tornar o universo das letras, da matemática e da arte para muitos alunos. Incluso estarem aptos para compreenderem a história desde pequenos: toda a história, bem entendido.
         O desejo de sabermos mais é fruto da Natureza Humana, conciliável com o processo de entendimento entre os povos, da permanência da Ciência e da conquista diária dos pensamentos. A ação prática desse modal é a pesquisa madura, o universo dos livros e um modo de pensarmos em uma nação condigna para todos os que nela existam, sem a procrastinação de uma atitude que viria bem com o entendimento existencial que vem consigo mesmo, na paz e na solidariedade...

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