O teor do
que ocorre realmente é que estamos permitindo que os próprios veículos de
comunicação de massa de certa forma dão origem a uma corruptela do caráter da
cidadania. Têm-na quem pode pagar por ela... Um pobre, para ser alguém, por
vezes busca no exemplo do criminoso de colarinho branco a possibilidade de
ascender socialmente por vias ilícitas. A superexposição da mídia acaba por
fazer perecer a esperança, e esta na religião dos evangelhos acaba por dar a
mesma através do Apocalipse, dos sinais dos tempos, garantindo um lugar no céu
na justificativa das guerras “santas” que se processam na santificação ausente do
petróleo e nas derrocadas de poderes legitimamente constituídos e com perfis
trabalhistas, pois este é o motor de uma sociedade. Tão imbuídos estão certos
crentes de algumas religiões que tecem verdadeiros amores por países que
exploram cruelmente o nosso, ou outros em outras questões e territórios. A
mente humana torna-se o território mais vulnerável, e certos grupos são capazes
de dissuadir as dúvidas mais óbvias através do controle e da pressão de
palavras claramente sujeitas à interpretações.
Estamos
chegando a um ponto de muitos crerem que um candidato à Presidência da
República é bom e salutar quando resolve permitir que os civis portem armas,
acenando com a prerrogativa de uma quase guerra civil... Será esse o
pressuposto da cidadania? Sermos cidadãos enquanto pertencentes a algum grupo
que pense da mesma forma, em consonância com grupos maiores e, em um crescendo,
segregando mais e mais? Seria bom evitarmos tentar estabelecer um critério
existencial para muitos que apenas querem civilizadamente viver em um país
digno, que ainda é o nosso. Todo o homem ou mulher que dá de seu corpo, mente e
inteligência para construir positivamente algo para a nação brasileira, ou de
qualquer outro país, é um retrato vivo que reflete a dignidade do seu portar em
sociedade. Essa gente digna e resistente às dificuldades impostas pelos
responsáveis por essa carência é que agrega o valor que temos no Brasil: valor
humano, bem entendido. Toda a agremiação ou grupo, ou comunidade, ou entidade
política que luta, protege, respeita, desenvolve, apoia ou ajuda no sentido da
construção de um povo mais feliz, todas essas iniciativas merecem o grande
respeito da grande nação que temos como pátria sempre maravilhosa por seu
território e sua gente trabalhadora, pois a única lógica humanamente possível
para os dias de hoje e do futuro é o fomento e a manutenção das organizações
populares de nosso Brasil, pois sem elas não poderá haver governo sem uma
estratégia de reerguermos paulatinamente a esperança do povo brasileiro!
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