As
possibilidades de uma deflagração de violência em um país como o nosso está
ficando cada vez mais acentuada. Nossa cidadania, fartamente desrespeitada no
cerne individual, reflete na composição da ordem coletiva um espelho que
multiplica suas faces, dentro de um estranho desenho quase preciso e, sem
embargo, sem a integração pretendida – panorama estanque dentro da contradição
neoliberal mundial – com a “vantagem” de um controle igualmente estanque pela
parafernália tecnocrata que faz regredir maiores entendimentos sobre o
funcionamento da engrenagem pretendida de toda uma ação conjunta no sentido de
ocultar verdades a assentir a mentira e a injustiça como brutalidades “justificadas”.
Há uma separação de cunho classista cada vez mais acentuada e, no entanto, as
justificativas são mais aglutinadoras ao viés, com a cunha reversa da
tecnologia, desse modo de vida em que o humanismo está se tornando mais
distante, até pelo fato de muitos não estarem confiando no seu próximo, este
ser tão distante de nós mesmos. Na verdade, parecemos com um perfil, se estiver
de certa forma tão estanque esse processo, onde expomos ou não nossas
preferências, e onde nossa voz parece trazer ecos na incontinente e breve
inserção de nossas postagens nas pretensas redes sociais e de cunho
investigativo a quem queira estar próximo de algo parecido com a idiossincrasia
particular de natureza ideológica. A imprensa impressa tende a assumir
características de conteúdo conforme com seu comércio, ou seja, de acordo com o
que se quer ler o grande mercado forjado com as tradições da comunicação de seu
território. Outras vertentes surgem, no papel de perfil digital, alternativo,
onde a liberdade e a Verdade se tornam mais acessíveis a um outro perfil de
mercado, que não é mercado, posto abraçado pela sede de encontrarem maiores
luzes do que o lugar comum dos periodistas que obedecem suas colunas quase
imberbes e parciais. O que permite que muitos ou poucos, mas silenciosos em sua
busca, procurem elucidar certas dúvidas a respeito daquilo que se torna a
fonte, uma fonte mesclada de água que se vai purificando pouco a pouco, até se
formar cristalina e abrir espaço para novas visões, novas liberdades,
proporcionalmente em relação a boas buscas e canais onde podemos perscrutar
dentro de nossa acepção mais lúcida e transparente.
Pensemos
algo como uma sociedade alternativa, dentro de um padrão onde certas leis
impetradas de modo perverso tenham o direito de serem contestadas,
principalmente quando se originam de fontes pouco confiáveis. Reza a cidadania
internacional que possamos justamente melhorar a questão que torne menos comum
a aceitação das limitações cada vez maiores que impedem a participação popular
na democracia. Jamais podemos jogar o jogo da brutalidade contra os oprimidos.
A situação no mundo já está com alguns períodos latentes e cíclicos de crises
que vão desde a identidade pátria, o belicismo e militarismo decorrentes, a
perseguição às minorias e a corrida sem tréguas e aparentemente derradeira da apropriação
das riquezas do mundo, onde quem sofre são os países do terceiro mundo, que
muitas vezes estavam em vias de tornarem-se emergentes, de emergirem para serem
potências, como o Brasil, que vinha a ser um celeiro de alimentos para as
populações interna e externa. Se toca a um homem escrever por necessidade, para
não se quedar louco, exatamente sobre situações críticas que o afligem, é
fundamental que siga se expressando, pois de se cultivar é que se semeia algo que
há de frutificar de um modo ou de outro, quando um segue lendo, ou quando a
atitude é coerente para se cambiar veredas que existirão sempre na fronte
daqueles que se mantém aptos para tal. Essas veredas hão de combater a
brutalidade pontuada pelo diálogo sincero e, se tal não for, no protesto, no
enfrentamento diplomático, no que sumamos nosso pensamento quanto ao mais leve
pensar em força física, a não ser em nossa própria defesa.
Ao malo solo el cariño lo vuelve puro e
sincero... Esse verso traduz a verdadeira noção da dimensão de uma grande
poetisa, posto o caráter quase hipnótico da brutalidade quiçá possa ser
revertido com a ternura sincera, não como instrumentalização doutrinária.
Agora, quando por força manietam toda uma nação, devemos estar vigilantes em
todas as nossas forças para preservar a democracia e retirar dos mal feitores –
todos – as suas carapuças, e fazer com que assumam o mea culpa, este que deve vir da cúpula quase intransponível das
esferas do poder que agita de tal forma a paz dos inocentes. Que brutalmente os
inocentes mesmos do país tenham que pagar a conta da ignomínia é o resultado desse
estranho e quase complexo diagrama, mas que em verdade não é tanta a
complexidade quando verificamos que já houve bons governos na nação brasileira.
A
contenda paz versus brutalidade se aproxima muito da divisão da sociedade entre
ricos e pobres, e a concentração das riquezas cada vez mais nas mãos de poucos,
enquanto a grande massa paga o pato. Essa concentração é o aspecto brutal, e
tudo que se relaciona para manter esse status, pois todos os funcionários ou
agentes desse cruento modo de mantermos essa linha tênue da barbárie que já
ocorre de forma reptícia neste mundo vem a dar os costados nos países que,
quando tentam melhorar a sua situação, sofrem a pressão dos poderosos bilionários
e seus interesses. A paz já vem de bem planejarmos nossas atitudes perante a
vida, e sabermos que, somente a partir de uma leitura dinâmica de cunho social,
a partir de todos aqueles funcionários, que são agentes do mesmo processo,
possam evitar que sejamos um quintal de Governos Estrangeiros, e partir para a
defesa de uma democracia mais ampla, mais oxigenada, com a esperança que jamais
voltem a travar processos autênticos da vontade popular. A voz do povo é a voz
de Deus.
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