Da
primeira passada não sabemos. Quiçá de tantas outras, quando
acordamos, sem estarmos bem acordados… Pois que hoje se veja um
formigueiro reinventado, nos furos que as formigas abrem –
orifícios discretos na superfície – e montanhas são movidas no
silêncio em que nós passamos e que os pequenos animais se
apercebem, e nós não, de maneira alguma, pois estamos plugados em
outras percepções. Em um outro silêncio, a bendizer, vemos os
pássaros, mas não nos apercebemos em nosso plugar. Pensamos em
combater algo e estamos mal parados enquanto propriamente parados em
um algo a se dizer, um comentar-se, a um fuxico, a uma questão de
mentiras e verdades, a não sabermos a superioridade felina em seus
movimentos porquanto não fomos educados a bem observar ou contemplar
a criação de algo que pode ser uma mão que se encontra com a
matéria, e se o nome fosse ciência não seria certamente esse o
domínio do homem. A ciência nada tem a ver com a consciência, pois
não podemos estar sob a casca de uma árvore para sentir, e sua
“fala” transcende a percepção humana, por isso não podemos
assenhorear-nos de bilhões de domínios no planeta este em que o
homem partilha a “sua realidade”, mesma esta enquanto matéria
complexa no panorama individual e mais ainda no contexto
coletivizado, com outros domínios em que tomara haja uma ciência
maior, e aí entra o Espírito Supremo, extensa razão que não
pertence às nossas leis. Esse desencontro não pertence ao domínio
da dialética, pois esta é a contradição de querermos compreender
somente a matéria, onde a mesma árvore é apenas razão de
construirmos algo, ou seja, de nos apropriarmos de sua madeira, ou a
simbolizarmos como um pequeno ente dentro do contexto da ecologia,
que se aproxima mais de um maior respeito, e torna-se a única
ferramenta própria e, mesmo assim, ainda extremamente recente em
seus poderes e conquistas do homem na terra, em seus mesmos sentidos
imperfeitos…
A
ciência da autorrealização reside em tentarmos elevar nossa
compreensão desses fatos que se tornam incontestáveis, e o domínio
da espiritualidade como conhecimento gerador da existência nos
revela que algo está além de nossos toscos corpos, quando falamos
em termos de matéria e espírito. Essa constatação diz respeito à
existência da religiosidade, como uma atitude de nos religarmos à
vida. Seguirmos algum cânone ou não é questão de escolha, da
liberdade de culto, da filosofia de um modal qualquer de tentarmos
tratar o anímico ou a fé como necessários ou não. No entanto,
segue-se sempre a premissa inviolável de que não estamos sozinhos
enquanto espécie no planeta, e não sermos superiores a nenhuma
delas, pois para muitos a insignificância de um inseto está para um
cão como este está para uma baleia, parecendo que podemos deliberar
sobre vidas conforme seus tamanhos, e a insignificância passa a ser
motriz da violência. Assim ocorre entre nós, onde pensamos que um
tipo de gente é superior a outra, em que um índio não pode existir
sem a tecnologia, onde pensamos na posse de algo ou alguém, por
vezes com a conotação algo paradoxal de premiação, onde queremos
ser regalados por um materialismo febril que isenta da
espiritualidade a mesma e necessária circunstância espiritual.
Assim pensemos melhor os espaços, pois partir para uma consciência
mais alta nos fará nos apropriarmos, aí sim, de uma vida mais
inteligente porquanto em respeito às nossas águas, terras e
florestas. Concomitantemente, com a qualidade de vida das gentes que
habitam o nosso mundo, onde a propriedade é convenção igualmente.
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