quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O DESFAVOR INCONSISTENTE

            Das vias em que estamos acostumados a trilhar, como uma rua, uma calçada, uma trilha, ou mesmo – se não for caminhando – por meio de um motor, a impressão que se tem é do espaço... Teremos igualmente o espaço de uma caminhada intelectiva, de nossas impressões, algo subjetivas, a educação que porventura nos tenha alcançado por meio de distintos rumos. Podemos chegar a um ponto algo investigativo de queremos informação, mas isso pode assustar um leigo que quer o conhecimento, de um leigo, bem dito, mais culto, pois aquele conhecimento geralmente é maior e mais extenso do que a informação. O conhecimento mais veraz dá sustentação ao mundo das informações, e a retórica do que muitos fazem com estas pode variar incluso em aplicações desmesuradas, porquanto ações que simplesmente sirvam a interesses os mais variados, mesmo aqueles que pecam pelo injusto da parcialidade, como temos visto em quase tudo no nosso mundo. Sobre estas linhas de cima desabam olhares que perscrutam sem saber por que, sem ao menos terem a predisposição de tentarem ver com o mesmo entusiasmo em conhecer, quem diria, o que vem como algum aprofundamento necessário, em que linhas entrantes nos reservem a cada dia, nesse diálogo interno que possuímos conosco mesmos em uma rotina que deciframos como algo de sempiternas faces.
            A face da Verdade reside em não servirmos a escusos interesses... Em um exemplo evidente, a contestação contra a corrupção tem sua validade quase sagrada. Mas as rochas por vezes se irmanam e falamos de um mesmo mar já embaçado em uma baía que poderia ser a tradução de um país, uma nação, se bem a entendermos, e o modal de outros não seja aplicado, mas que os outros revisitem seus processos, posto a continuidade caracteriza a farsa de filtrar-se culpas. Eis que os cartórios já tenham carimbado suas missivas, mas estas deveriam ser extensivas a que um pretenso “representado” por um voto popular não esqueça que está traindo, quando sabe de sua eterna motivação em subtrair daqueles que os colocaram no Poder. Vorazes são os sentimentos dos lesa-pátria... Estes mesmos que pressupõem de um país ou um estado ou um município o seu território de ataque, com suas máfias e organizações que retomam algo que gira incólume sobre a superfície de asfalto-retórico. Retórico posto premissa de escoar sua indústria gestando a desigualdade orçamentária, asfalto posto indústria argumentativa, em tapar-se buracos de promessas feitas em grandes maquilagens processadas na contravenção.
Quando um cidadão reside em uma casa, jamais deixará que lhe falte a intenção decente de mantê-la com víveres, com água, com luz, com gás, limpa, arejada, com ou sem seus bichos, que fazem parte da cidadania como ele. Bem dito, os bichos cidadãos! O direito inalienável da propriedade, enquanto leis que nos rejam. Afora isso, é conjectura, a realidade transpassada, um sonho quiçá, uma transformação que surge, uma mudança de paradigma... Mas não a realidade que vivemos em um país que ainda possui sua Carta Maior na Constituição de 88, que deve ser revista e ampliada nos aspectos dos direitos fundamentais. Muito trabalho foi empreendido para termos essa democracia, e a sociedade como um todo não deve aceitar outras leis que lhes sacam os direitos e botam em xeque conquistas consagradas, como ela. Deve-se sim punir não apenas o dolo no crime como o dolo no justo parcial e de interesse escuso. Se o asfalto que tapa buracos acaba por calafetar os poros das calçadas através de corrupções judiciárias, estaremos com os Poderes sumariamente infectados: cronicamente doentes. Deve haver um esforço sobre humano para resguardarmos um aspecto de justiça imanente para o qual devemos reservar os direitos do cidadão para uma plataforma que permita maior resguardo social, melhoria trabalhista, garantias na realidade de uma Ordem soberana a ele, justeza no aspecto sanitário, melhor distribuição de rendas, salário mais justo, etc, a que possamos pensar em termos um país melhor. Se esse fator faz de inimigos do povo recusarem os andamentos dos processos que elucidem o que se passa, o mesmo povo passa a ter que votar naqueles representantes que sejam realmente justos com relação a ele, com uma tomada de consciência que demande ao país mais solidariedade e menos casuísmos. No sistema em que vivemos, enquanto a classe empresarial não compreender que deve haver cada vez menos carestia no mundo, que todos devem ter oportunidade para empreender, o que seja a expressão algo usada, ou mesmo que os salários sejam compatíveis com uma vida digna para o trabalhador, não avançaremos enquanto sistema, pois basta acompanhar o que acontece com o país padrão para muitos brasileiros: os EUA, que já enfrentam graves crises sistêmicas, em um andamento que já assusta pelo rol de um fracasso praticamente inevitável, e uma concentração de renda já há muito totalmente desigual...
Falamos até aqui de um platô reservado a uma realidade, a um tempo em que estamos sitos, aos parâmetros que temos por recursos, a uma grande massa trabalhadora que deseja justiça – sempre – e da ignorância monolítica daqueles que estão aninhados no conforto do Poder Legislativo Brasileiro, para citar a condição inequívoca de uma Nação em que o conservador tende a ser provecto, ou talvez tão ignorante que se torna um cavalo de viseiras que olha apenas para o viés do que não deva existir na política. Pois sim, a ignorância está francamente sediada no país, e enquanto não olharmos para todos os lados veremos um grande desfavor tomar conta não apenas da grande casta empresarial brasileira, como dos pequenos e médios, que alcançam em seus meios a última tábua de salvação da economia nacional. Justo, enquanto não houver um panorama patriota com relação à massa trabalhadora, não haverá justeza econômica nem produtiva. Saudades temos de uma era em que a socialdemocracia era o esteio de muitas nações no planeta, em que agora temos uma categoria econômica que ausenta de esperança a caminhada que temos pela frente, unidos, a tentarmos um alvorecer soberano ao mundo como um todo, em que nosso país desperte renovado por um espírito de mudanças reais no presente, de uma releitura saudável da História, e de esperança em um futuro melhor, nem que para isso tenhamos que fazer certos sacrifícios em saber olhar com mais foco, ou estudar mais para termos estrutura intelectual e liderança concreta com relação a nós mesmos, pois aquele que não sabe se gerir, não pode gerenciar. 

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