segunda-feira, 28 de agosto de 2017

DÚVIDAS E RESPOSTAS

           Que nos tenham dito o que é um erro ou um acerto vem o fato esse de uma longa data. As letras assumiriam um papel importante como uma referência cabal do que possuímos a um alcance que deveria ter acesso mais abundante com relação àqueles que possuem essa empatia, pois esse é um acerto bem grande em nossas sociedades. Alguém que busque seus conhecimentos inclusive pode contestar e melhorar a relação com seus semelhantes, incluso na educação que primeiro recebe em casa. Obviamente os estudos são de natureza ímpar para qualquer vivente que esteja na trilha do autoconhecimento no mesmo pressuposto de que quando assumimos uma existência com maior simplicidade estaremos abrindo espaço para as coisas essenciais em nosso pensar, em nossa atitude perante o entorno. Esse quase todo de nossa percepção, logicamente de nossos sentidos imperfeitos, qual não seria, que o olho de um pássaro sabe mais da distância… A distância que não nos encerra, posto riqueza mental, posto um olhar atento sobre o sofrimento, as suas razões inequívocas e seus encaminhamentos necessários, porquanto sermos agentes do processo de mudanças no mundo, com a condição de sabermos os limites que formalizam as regras da solidariedade necessária entre os povos. Quem dera não nos tolhessem, que os mesmos limites sejam a razão de crescimento, e não um estancar-se a esperança, um nódulo nos sistemas que deveriam nos unir, e não apenas talham o processo existencial, como se permite um modal que superestima um aspecto produtivo apenas parcial enquanto depende visceralmente do teor afetivo remoto e, quando presencial, com o vocábulo este citado que em si já o expressa de modo mecânico. A mecanização do afeto através de estímulo e resposta aposta em altos níveis de superexposição e acúmulo de informações que darão, no futuro, sinistros resultados, de modo exato, quando a mente não suporta a organização mesma de tantos conteúdos informacionais que lhe vão dando os mesmos estímulos e respostas sem freios da tentadora veia da ilusão, que principia, que dá a corda no relógio existencial.
          Teremos dúvidas perenes, que possam nos impulsionar sempre em direção à verdade? Será a ciência a única força motriz que nos alimente de insights com tantas as frequências, enquanto males mentais se sucedem com quase sempre respostas previsíveis em termos de tratamento? Qual será o espectro da química, ou melhor dizendo, quais os seus mistérios a que um leigo ao menos possa compreender sem cursar a Medicina? Talvez não haja uma importância capital de se apreender estas questões, mas a compreensão da máquina humana não deve ser privilégio apenas das Academias, posto o verdadeiro Conhecimento deva ser universalizado. Apenas a ignorância institucionalizada e conforme com o baixo padrão de percepção é a causa de um andamento regresso para um país, pois seus seres pensantes acabam por não encontrar diapasões necessários. E pautam-se questões outras que não se ressentem de aplicar velhos discursos que não se apresentam mais com o mesmo sal antigo, quando capaz de oxidar âncoras, de fazer trepidar aos mais duros, de enriquecer veredas com cristais sinceros… O discurso por vezes muda, e mudá-lo faz parte de uma ciência que não necessariamente obedece a uma lógica para tudo, posto a morte encerra trabalhos que poderiam ter se agigantado, em um enquanto que nos reserva pendurarmo-nos no cabide de um pragmatismo tornado obsoleto em relação ao todo, ou àquelas partes que tiveram progressos na visão de pretender-se às humanidades o acréscimo da civilização mesma em que nos seguramos. Não há regras maiores que traduzam o que podemos fazer com relação a resgatarmos os Direitos Humanos Inalienáveis, pois as populações como um todo tendem a se alienar mais e mais, cravando as raízes em vidas que se tornam descartáveis enquanto reflexos fendidos de sua memória coletiva, história e cultural. Dentro de um contexto continental, todos os países que os constituem se ressentem dessa ausente e quase hiperbólica condição. Essa orientação societária tende a – distante da divisão em culturas vistas tradicionais enquanto conservadoras – fundir em uma massa aleatória a divisão classista em novos objetos e coisificação do pensamento e da arte, transmutando e dando margem a um retrocesso em que abre-se de modo oculto a questão da vulnerabilidade das mesmas massas continentais a sistemas parciais e conexos de um novo circuito – algo ao mesmo tempo efêmero e duradouro – do totalitarismo tecnocrático, aí sim, extremamente conservador no que estanca a mobilidade das mãos no fazer e construir a matéria. Tornando-a reticente, atalhando a arte por outros meios, modelando consciências e construindo inteligências multifocais mas de baixo teor humano e culturalmente dependentes da tecnologia externa como padrão que reincide no modal escravagista da casa grande e da senzala, na relação externa e na erradicação de qualquer sentimento pátrio de releitura de nossas raízes, numa modorra de curvas de baixa frequência, se for o caso de se interpretar conforme o padrão atual dos eventos neurológicos. Essa estranha morfologia cinética se pretende ser o outro padrão, aquilo que passa a ser distante de quem não possua as condições de empreender, como diz o ditado: “capital é pra quem pode”, travestindo o mesmo empreendedorismo como empoderamento territorial de médio alcance valendo-se tudo, inclusive o diálogo interno e egoísta de se sair satisfeito por conseguir burlar a crise e não precisar mais ver um negro ao seu lado em um avião de turistas ou de negócios.
            Essa é apenas uma questão de interpretação da história, que na verdade verte um manto sobre a memória coletiva e individual, em que as duas sejam intrínsecas, mas gerando a oportunidade de uma corrida ao resgate individual ou coletivo, ou em grupos os mais variados, do que possuímos como esfera intelectual e cultural latente naquelas sociedades que aprendam a contestar que não é apenas de um smartphone que vivemos!

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