Que
nos tenham dito o que é um erro ou um acerto vem o fato esse de uma
longa data. As letras assumiriam um papel importante como uma
referência cabal do que possuímos a um alcance que deveria ter
acesso mais abundante com relação àqueles que possuem essa
empatia, pois esse é um acerto bem grande em nossas sociedades.
Alguém que busque seus conhecimentos inclusive pode contestar e
melhorar a relação com seus semelhantes, incluso na educação que
primeiro recebe em casa. Obviamente os estudos são de natureza ímpar
para qualquer vivente que esteja na trilha do autoconhecimento no
mesmo pressuposto de que quando assumimos uma existência com maior
simplicidade estaremos abrindo espaço para as coisas essenciais em
nosso pensar, em nossa atitude perante o entorno. Esse quase todo de
nossa percepção, logicamente de nossos sentidos imperfeitos, qual
não seria, que o olho de um pássaro sabe mais da distância… A
distância que não nos encerra, posto riqueza mental, posto um olhar
atento sobre o sofrimento, as suas razões inequívocas e seus
encaminhamentos necessários, porquanto sermos agentes do processo de
mudanças no mundo, com a condição de sabermos os limites que
formalizam as regras da solidariedade necessária entre os povos.
Quem dera não nos tolhessem, que os mesmos limites sejam a razão de
crescimento, e não um estancar-se a esperança, um nódulo nos
sistemas que deveriam nos unir, e não apenas talham o processo
existencial, como se permite um modal que superestima um aspecto
produtivo apenas parcial enquanto depende visceralmente do teor
afetivo remoto e, quando presencial, com o vocábulo este citado que
em si já o expressa de modo mecânico. A mecanização do afeto
através de estímulo e resposta aposta em altos níveis de
superexposição e acúmulo de informações que darão, no futuro,
sinistros resultados, de modo exato, quando a mente não suporta a
organização mesma de tantos conteúdos informacionais que lhe vão
dando os mesmos estímulos e respostas sem freios da tentadora veia
da ilusão, que principia, que dá a corda no relógio existencial.
Teremos
dúvidas perenes, que possam nos impulsionar sempre em direção à
verdade? Será a ciência a única força motriz que nos alimente de
insights com tantas as frequências, enquanto males mentais se
sucedem com quase sempre respostas previsíveis em termos de
tratamento? Qual será o espectro da química, ou melhor dizendo,
quais os seus mistérios a que um leigo ao menos possa compreender
sem cursar a Medicina? Talvez não haja uma importância capital de
se apreender estas questões, mas a compreensão da máquina humana
não deve ser privilégio apenas das Academias, posto o verdadeiro
Conhecimento deva ser universalizado. Apenas a ignorância
institucionalizada e conforme com o baixo padrão de percepção é a
causa de um andamento regresso para um país, pois seus seres
pensantes acabam por não encontrar diapasões necessários. E
pautam-se questões outras que não se ressentem de aplicar velhos
discursos que não se apresentam mais com o mesmo sal antigo, quando
capaz de oxidar âncoras, de fazer trepidar aos mais duros, de
enriquecer veredas com cristais sinceros… O discurso por vezes
muda, e mudá-lo faz parte de uma ciência que não necessariamente
obedece a uma lógica para tudo, posto a morte encerra trabalhos que
poderiam ter se agigantado, em um enquanto que nos reserva
pendurarmo-nos no cabide de um pragmatismo tornado obsoleto em
relação ao todo, ou àquelas partes que tiveram progressos na visão
de pretender-se às humanidades o acréscimo da civilização mesma
em que nos seguramos. Não há regras maiores que traduzam o que
podemos fazer com relação a resgatarmos os Direitos Humanos
Inalienáveis, pois as populações como um todo tendem a se alienar
mais e mais, cravando as raízes em vidas que se tornam descartáveis
enquanto reflexos fendidos de sua memória coletiva, história e
cultural. Dentro de um contexto continental, todos os países que os
constituem se ressentem dessa ausente e quase hiperbólica condição.
Essa orientação societária tende a – distante da divisão em
culturas vistas tradicionais enquanto conservadoras – fundir em uma
massa aleatória a divisão classista em novos objetos e coisificação
do pensamento e da arte, transmutando e dando margem a um retrocesso
em que abre-se de modo oculto a questão da vulnerabilidade das
mesmas massas continentais a sistemas parciais e conexos de um novo
circuito – algo ao mesmo tempo efêmero e duradouro – do
totalitarismo tecnocrático, aí sim, extremamente conservador no que
estanca a mobilidade das mãos no fazer e construir a matéria.
Tornando-a reticente, atalhando a arte por outros meios, modelando
consciências e construindo inteligências multifocais mas de baixo
teor humano e culturalmente dependentes da tecnologia externa como
padrão que reincide no modal escravagista da casa grande e da
senzala, na relação externa e na erradicação de qualquer
sentimento pátrio de releitura de nossas raízes, numa modorra de
curvas de baixa frequência, se for o caso de se interpretar conforme
o padrão atual dos eventos neurológicos. Essa estranha morfologia
cinética se pretende ser o outro padrão, aquilo que passa a ser
distante de quem não possua as condições de empreender, como diz o
ditado: “capital é pra quem pode”, travestindo o mesmo
empreendedorismo como empoderamento territorial de médio alcance
valendo-se tudo, inclusive o diálogo interno e egoísta de se sair
satisfeito por conseguir burlar a crise e não precisar mais ver um
negro ao seu lado em um avião de turistas ou de negócios.
Essa
é apenas uma questão de interpretação da história, que na
verdade verte um manto sobre a memória coletiva e individual, em que
as duas sejam intrínsecas, mas gerando a oportunidade de uma corrida
ao resgate individual ou coletivo, ou em grupos os mais variados, do
que possuímos como esfera intelectual e cultural latente naquelas
sociedades que aprendam a contestar que não é apenas de um
smartphone que vivemos!
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