Haveremos
um dia de nos pactuarmos com o bem situar-se. Uma
vida que nos resguarde para que mais adiante tenhamos uma
esperança construída em uníssono servirá para que
efetivamente sejamos mais coerentes. Na contenda que se arma com a
linguagem quase neuronal de nossa espécie saberíamos mais se
houvesse a tradução dessa ciência, se todos os recursos de
investigação cerebral estivessem trabalhando conjuntamente, e se
possuíssemos maiores cientistas, que dessem ao alento de fazer
conhecer ao mais inculto as mudanças nessa vária e necessária
ciência. O que vemos de materialização da inteligência artificial
são os robôs, e nosso desencontro com essa realidade,
principalmente em países mais pobres, ou tornados mais pobres como o
nosso, é algo que alcança alturas diversas. Mas
algo seria mais do que apenas isso. O nosso próprio pensamento: como
estamos alcançando algo, se a arte está mais rara do que supúnhamos
que outras modalidades a reinventariam de forma dinâmica, outros
processos fabris surgiriam, outros artesanatos, se na verdade a
ausência da matéria-prima para a arte – principalmente artesanato
– está cada vez mais – e silenciosamente – evidenciada. E há
razões para que toda a ciência da computação, agora como
acessório quase compulsório, nos revele que o input
da questão deva ser através de se premir botões. Os livros passam
a reinventar as classes de objetos que possuem de qualquer modo um
“selo” histórico, e reler esse processo intercambiando com as
populações mais jovens é o que fará de um país atrasado
culturalmente como nosso em um encontro com um processo cultural mais
viável: histórico e com significado mais saudável, porquanto a
independência de termos um apêndice eletrônico se refaça no
livro, onde temos mais controle sobre como foi gerado, tornando-nos
mais aptos a compreender a editoração e a história das produções
de conteúdo.
Uma
sociedade se faz com a
apropriação de uma consciência através de uma força pessoal,
imanente, de um relembrar-se da história, de contarmos com os nossos
próprios processos pois, na corrida em busca do Poder muitos
equívocos são gerados, quando um dos Poderes da República já
esteja contaminado por frutificações de sementes venais que já
sofreram processo de crescimento em uma história paralela em que na
maioria das escolas já não se conhece, ou não é mais motivo de
interesse, gerando alienação desde o início mesmo do encontro da
criança com realidades que busca entender, mas que a família em
muitas situações não possui esteio intelectual mínimo, ou ignora
essas relações já que estão tão “distantes” de seu status.
Devemos repetir sempre a máxima de que temos que construir um país
com educação em todos os seus modais, de modo permanente. Esse
encontro com a educação deve existir com os processos de tecnologia
atuais, bem entendido, mas igualmente com a compreensão e vivência
dos processos artesanais, dos antigos suportes da arte, das origens
do pensamento, do que são as religiões e
sua importância ou não, do que são sectarismos e preconceitos,
enfim, do que são os Direitos Humanos Fundamentais e o que realmente
significam suas subtrações e o desrespeito com relação a leis que
deveriam reger as sociedades para o bem coletivo e individual. Isso
permitiria darmos uma alavancada em um processo que enriqueceria toda
uma população que hoje apenas é refém do “aculturamento
industrial”, que vai desde o mal uso da eletrônica, ou da
ignorância cabal em relação aos meios, à exposição de conteúdos
violentos ou torpes nas TVs abertas ou fechadas. Quando se dá um
crédito às superproduções e ao gigantismo de certos veículos,
acabamos por acreditar em falas e notícias que não primam pela
verdade, e sim pela parcialidade ideológica, o que é igualmente
sofrível. Haveremos de estabelecer certa renúncia aos gozos de
sentidos que alimentem essa engrenagem, e encaminharmos o erotismo
libertador no sentido de pautar pelas mudanças corretas no seio de
nossos contextos sociais. Melhor seria dizer conceitos, pois a
contextualização parece-nos que justifica ações que passam pelo
crivo dos “significados relativizados”, e
por vezes a demanda daqueles que carecem desse conceito em estar mais
consciente perde pela manipulação de lideranças que deveriam estar
proscritas pelos seus erros e utilização das massas para se
perpetuarem em impróprios ossos
do ofício.
A
postura de um cidadão/ã que se possa guardar como alguém que se
preocupe com o lado mais social, com uma democracia representativa de
fato, há que se ter na sua atitude a ingerência de saber que uma
democracia deve funcionar com a participação popular e, mais
especificamente em um município, com as virtudes de um orçamento
participativo, onde as comunidades resolvem seus problemas com muito
mais participação em suas lideranças, em um movimento dinâmico
onde a cúpula delibera para a maioria ou, mais propriamente, de
acordo não com o capital recebido por alguns poucos para a eleição,
mas com os votos recebidos da grande massa… Procurar fazer
campanhas limpas é um começo de termos uma democracia mais correta
e humana, quando se vale a proposta, e não contando-se faróis em
promessas absurdas que acabam não se cumprindo com a justificativa
de que não há verbas o suficiente, ou que não houve repasse
federal. Quando acontece
de caírem os pilares emergenciais como o da saúde e da segurança,
passa a haver um desencontro muito crítico entre o governante e seu
povo. Passamos a ter uma situação-limite
onde o próprio governo
acredita que deva mostrar suas faces impopulares, pois acredita
piamente que o que o levou a um status de poder permitirá que ele
seja mais graduado em outro. Estas situações fazem com que toda uma
massa de extremada ignorância por vezes flerte – mesmo na pobreza
– com o fascismo, sem ao menos saber o que isso significa. E o
extremo mais inóspito dessa pobreza de caráter é ver esse flerte
ser utilizado por grupos de pretensa vanguarda popular fazendo o
mesmo para arregimentar forças e chegar ao tão esperado
empoderamento
de seus quadros: a
temática das concessões é motivo concreto de tristezas...
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