sábado, 29 de outubro de 2016

A TRANSPARÊNCIA É REATIVA

            Falávamos em outros tempos da privacidade, esta que seria em tese protegida legalmente, em virtude dos Direitos Humanos Internacionais. A discorrer sobre a tese da mesma privacidade ainda necessária, temos por aqui e em todas as partes onde a mídia digital alcance, desde que os gargalos não sejam controlados, a exposição do que faz o cidadão diariamente, seu pensamento, seu engajamento em quaisquer posições e ações, suas preferências culturais e, principalmente, a rede de amigos, conhecidos, grupos ou em outras palavras seus contatos de amizade, de política, de trabalho, etc. Ou seja, estamos alimentando – com nossos diálogos de dados – um feed back que vem como resultado ao objeto-gente, e não recebemos nada que nos seja dado do sistema, posto o observador maior apenas nos coloca o sistema à disposição, e quem dispõe realmente dos nossos dados são aqueles que fatalmente estudaram mais a fundo a ciência da computação, quando por vezes somos espionados, principalmente se pertencemos a grupos que apoiem justamente a contestação do status quo do planeta, e os interesses geopolíticos dele decorrentes. Passa a não ser mais uma questão de posição política, esquerda, direita, mas dos filtros impostos economicamente se a investigação por empresas procede – isso é fato – para se admitirem novos quadros em trabalho. Além disso, entre empresas há uma competição baseada em informações em que, na ótica macroeconômica, governos que detém esses sistemas em vantagens espionam empresas de países como o Brasil, no exemplo claro dos EUA em relação a empresas estatais brasileiras. Certamente, as administrações que se sucedem em nosso país alternam poderes daqueles mais nacionalistas e patriotas e daqueles que primam por entregar as nossas riquezas e abrir para o grande capital internacional a economia fragilizada de nosso imenso Brasil. Não adianta vermos maiores luzes em países desenvolvidos e assumirmos a postura de que somos inferiores por termos bolsões de miséria ou favelizações, quando defendemos a extrema desigualdade, alicerçando nossas riquezas pessoais ou corporativas ao capital externo.
            Na ingerência de agências de inteligência como a CIA, que predominam no território latino americano, as coisas estão sucedendo como uma transcrição simples através de bancos de dados inteligentes, integralização de perfis e câmeras urbanas com cenas gravadas, ou micro objetos (pessoas) que, mesmo talvez de modo ingênuo, estão fornecendo quase on line, gravações, imagens e filmes, não apenas no espaço externo – este sempre mais amplo como forma de liberdade consignado pela Natureza – como igualmente nos lares onde esses celulares estão presentes como objetos de vida quase própria, gadgets inteligentemente servindo ao propósito da ingerência de seus idealizadores.
Em outras palavras, quando dizemos um fato, é justamente o que ocorre em um país que agora é lancetado na proposta anterior de continuidade democrática e nacionalista, quando previa que poderíamos, isto sim, desenvolver nossos próprios sistemas sem depender de toda essa instrumentalização externa, já que possuímos ampla capacidade de profissionais. Convenhamos, ser conivente com agentes externos em uma hierarquia apátrida só confere a nossos próprios atores da vida deste imenso e promissor país uma imagem que nos nulifica e nos entristece como nação que sempre poderá se tornar independente e desenvolver seu próprio modal de atuação. Posto a crença de inumeráveis pessoas em um único livro como meta, seja religioso ou ideológico, põe por terra a nova luta de classes que se processa no âmbito de uma sociedade de informações, com a parafernália tecnológica cada vez mais corriqueira, mas estacionária em limitações que o sistema que nela se apoia integralmente não expõe, como o fato de imagens serem limitadas, e muitas informações são processadas em processos lineares como a natureza das rotinas de linguagens de programação. Pois sim, o que ocorre é que recebemos o feedback do homem-objeto, conquanto algo em termos genericamente informacional, e a presença in lócus no tocar, no planger, no se abraçar de modo sistêmico, no afeto ensaiado, na energia amorfa de um encontro quase sempre decepcionante, a não ser que estejamos profundamente vinculados a toda a ilusão da parafernália referida. Isso diferencia-se do homem-trabalho-rua-casas, que está vivenciando as pedras da rua, ou o homem-camponês, que gera o alimento, sustentando o provisionamento necessário, ambos dando continuidade ao Lavoro, ao Trabalho mais sustentável enquanto realidade, mas ainda assim vinculado ao caudal das TVs abertas ou fechadas.
A aproximação das tecnologias se dá quando estas começam a entrar em um processo em que aqueles que gerenciam de fora perdem o fio que une tudo, e se dão conta de que o fio se rompera em algum lugar do caminho, quiçá por erros cometidos atrás, dentro de um processo histórico de civilização onde o messiânico fim dos tempos assusta um contingenciamento reflexo dentro dos mesmos países que deflagraram estranhos estopins que de preferência inequívoca jamais deveriam ter sido acesos. Esse processo civilizatório caminha não apenas com os seres humanos portadores de sua “ilustre” massa encefálica, mas é o viés em que – saibamos – deixamos claro no colo da Verdade em que no século XXI os que detém mais poder do que outros (belicamente, bem entendido), não são donos do território de ninguém, ou seja, um país não é dono de outro. Nem de suas riquezas minerais e naturais, muito menos de seus homens! Essa é apenas uma declaração do respeito que os países devem ter em relação com outros, e que nem todas as preparações, nem todos os fantoches, nem todas as manobras de usurpar poderes e colocar outros darão certo no mundo, pois este já está minorando a importância de atos que colocam a espécie em xeque evolutivo pois, se há uma revolução ao nosso lado, o ser humano já é apenas um mero partícipe, apesar de sua extensa e muitas vezes inútil parafernália tecnológica.      

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