terça-feira, 11 de outubro de 2016

AUTOMAÇÃO ARTESÃ

            Há modos de se fabricar em certos contextos um produto alienado de sua natureza primordial... Como gadgets em que não se encontra o contexto este em que sua função seria algo menor do que um tipo de embalagem que contém, a título de amostra atrativa, seu teor quase infantil em trajar para o consumo. Trajar em amplo sentido, de “vestir” os produtos industriais com tudo o que vem por adiante, antes de descobrirmos que muitas peças, como as de carro, por exemplo, são feitas com materiais que simulam visualmente outros que porventura, na ideia de impulso de compra, acabamos por não darmos ciência do que adquirimos. Amassada a lata: funilaria; amassado o plástico: moldagem. Troca da peça de plástico, exorbitância... O que abre espaço, dentro desse estranho mosaico, a que estejamos comprando um descartável por algo mais sólido. Destarte, quase sempre se vai para uma loja que reconsidera a restauração, por vezes por vias quase artesãs. Em uma confecção que não sabemos muito para que serve, surge a miríade de produtos que encerra em sua variedade uma espécie de fauna de especiação variada, com tipos ou classes, seus objetos e uma programação orientada em seu contexto. Essa especiação revela que nas fábricas o que se orienta é algo em que não estamos mais comercializando algo em si, mas o seu pressuposto, onde o que ponteia o holístico possa ser o comércio banalizado da cosmética onde esta, literalmente, perfaz o ideal do hedonismo societário. Onde cada qual “brinca” de ser agente do belo, mas atravessa com dois gumes o bom senso daqueles que necessariamente devem ter na redução dos lucros acessos mais viáveis e conexos com o produto per si. Essa fauna de objetos nos tornam igualmente passivos diante dos estímulos e respostas a que nos submetemos, onde passamos a nos rotular enquanto seres, onde cores de roupas, por exemplo, se tornam significantes de proposições diversas, por exemplo cabal, e igualmente nos tornamos predadores para competir em um dito “livre mercado”, em que cada qual se torna a fera de si mesmo. A ausência de diálogo entre os que se tornam rivais em interesses ou negociações que quase sempre, a exemplo de grandes monopólios, se tornam usualmente desonestas, faz com que alguns se tornem tipos de glebas ou clãs que os unem para a preservação dos mesmos acordos societários referidos com relação ao hedonismo agora raro em consecução que começa a atingir classes mais “possuidoras”. Por possuírem, estão certas que seus desejos serão satisfeitos, e essa ante mão muitas vezes leva que fracassem quando os mitos de suas bagagens caem por terra, no mais das vezes por uma razão de estarem dissociadas na especiação de seus grupos, com seus links existenciais, e o grande gadget das informações lhes falta, na sua mesma falta de conhecimentos fundamentais quando se ausenta a identidade cultural do indivíduo isolado ou coletivizado. Referenciar-nos dentro de gadgets que somatizam sistemas como alguns portais gigantescos passa a nulificar nossos anseios enquanto cidadãos em vozes jamais ouvidas, dentro de uma nulificação tornada concreta, quando ao menos se contestasse o pão, e outro, que se ouvisse mais os anciães...

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