Há modos de se fabricar em certos
contextos um produto alienado de sua natureza primordial... Como gadgets em que não se encontra o
contexto este em que sua função seria algo menor do que um tipo de embalagem que
contém, a título de amostra atrativa, seu teor quase infantil em trajar para o
consumo. Trajar em amplo sentido, de “vestir” os produtos industriais com tudo
o que vem por adiante, antes de descobrirmos que muitas peças, como as de
carro, por exemplo, são feitas com materiais que simulam visualmente outros que
porventura, na ideia de impulso de compra, acabamos por não darmos ciência do
que adquirimos. Amassada a lata: funilaria; amassado o plástico: moldagem.
Troca da peça de plástico, exorbitância... O que abre espaço, dentro desse
estranho mosaico, a que estejamos comprando um descartável por algo mais
sólido. Destarte, quase sempre se vai para uma loja que reconsidera a
restauração, por vezes por vias quase artesãs. Em uma confecção que não sabemos
muito para que serve, surge a miríade de produtos que encerra em sua variedade
uma espécie de fauna de especiação variada, com tipos ou classes, seus objetos
e uma programação orientada em seu contexto. Essa especiação revela que nas
fábricas o que se orienta é algo em que não estamos mais comercializando algo
em si, mas o seu pressuposto, onde o que ponteia o holístico possa ser o
comércio banalizado da cosmética onde esta, literalmente, perfaz o ideal do
hedonismo societário. Onde cada qual “brinca” de ser agente do belo, mas
atravessa com dois gumes o bom senso daqueles que necessariamente devem ter na
redução dos lucros acessos mais viáveis e conexos com o produto per si. Essa fauna de objetos nos tornam
igualmente passivos diante dos estímulos e respostas a que nos submetemos, onde
passamos a nos rotular enquanto seres, onde cores de roupas, por exemplo, se
tornam significantes de proposições diversas, por exemplo cabal, e igualmente
nos tornamos predadores para competir em um dito “livre mercado”, em que cada
qual se torna a fera de si mesmo. A ausência de diálogo entre os que se tornam
rivais em interesses ou negociações que quase sempre, a exemplo de grandes
monopólios, se tornam usualmente desonestas, faz com que alguns se tornem tipos
de glebas ou clãs que os unem para a preservação dos mesmos acordos societários
referidos com relação ao hedonismo agora raro em consecução que começa a
atingir classes mais “possuidoras”. Por possuírem, estão certas que seus
desejos serão satisfeitos, e essa ante mão muitas vezes leva que fracassem
quando os mitos de suas bagagens caem por terra, no mais das vezes por uma
razão de estarem dissociadas na especiação de seus grupos, com seus links
existenciais, e o grande gadget das informações lhes falta, na sua mesma falta
de conhecimentos fundamentais quando se ausenta a identidade cultural do
indivíduo isolado ou coletivizado. Referenciar-nos dentro de gadgets que
somatizam sistemas como alguns portais gigantescos passa a nulificar nossos anseios
enquanto cidadãos em vozes jamais ouvidas, dentro de uma nulificação tornada
concreta, quando ao menos se contestasse o pão, e outro, que se ouvisse mais os
anciães...
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