Pois sim, que caminhara tanto pelas
tantas, que eu não sabia até que ponto eu não parara... Talvez de se saber um
verso, talvez de que a vida não fosse tão dura, que sei eu, uma coisa atrás me
aparvalhava e eu segui tanso como uma corda que se deixa esticar e que coisas
miúdas de Gonzaguinha me roíam as entranhas daquela aos poucos, tensa que
ficava mais e mais dura e vulnerável, que eu já não sabia. Não haveria mais
acessos para a minha saída? Quem sabe se eu seria um soldado imaginário dentro
de uma hierarquia que desconhecera por toda a minha vida? As forças já
existiam, e por minha conta talvez me tornasse finalmente um civil feliz, mesmo
sabendo de todas as vertentes sociais, dos grupos, a ponto de achar a maçonaria
algo de interesse, posto tudo o que dizia respeito a uma ciência oculta ofuscava
o padrão do que se oculta na ciência, aí sim, vasto e profundo caudal que nem
uma imaginação mais fértil daria conta em um processo de investigação total e
quase absoluto, a não deixar dúvidas... Esses processos de um homem ou uma
mulher não encontrarem mais tanto de referências, quais não sejam aquelas de
qualquer contenda que não seja apenas um tipo de situação em que nos
encontramos no viés do acordo. Como se nas relações humanas criássemos o
rebatimento, o lucro, a ganância em obtermos algo de alguém, como um negócio, o
Business Relations. A coisa se confunde, e o seio de algo de ternura
desaparece, pois parecemos isolados dentro de cada bolha existencial, somos tão
autossuficientes que não – sequer – nos tocamos, deixando isso apenas a cabo do
hedonismo superficial que a muitos pertence obviamente ao desgaste natural da
insensibilidade pelo prazer de minutos. Isso pode parecer território da
psiquiatria, e efetivamente pode vir a ser, pois o cometimento dessas
enfermidades está na ponta de lança do modelo social em que estamos inseridos.
Isso não será alusão a que modifiquemos muitas estruturas, mas no modo como podemos
evitar que certos estímulos não sejam tão ausentes de uma ternura sincera e
sempre necessária ao abraço dos povos.
Haverá sempre a esperança, esta um
caudal imorredouro que não passa de um teor presente em um gesto em que nos
encontremos quiçá em uma rua, por vezes no olhar nada mecanicista que devemos
por vezes tentar encontrar fora das plataformas digitais. Pois, se não fora,
não encontraremos o seu brilho, as coisas do entorno, boas ou más, as
idiossincrasias, o tête-à-tête, o mano a mano. Jogam-se cartas na mesa, estamos
por testar o próximo, para obtermos respostas que por ventura cremos
importantes para a nossa visão do comportamento de alguém, mas ausentar-se
sempre do carinho e produzir máquinas, quais sejam, como nossos próprios instrumentos
de feedback, é sem dúvida preparar seres de montagem, em uma escala da
indústria humana que por vezes já começa na escola. Estarmos debatendo desses
assuntos já é de natureza ímpar, posto sermos sempre um à cata, dois à busca,
buscadores, expertises, funções, mas do ponto de vista da sociedade seremos
sempre cidadãos, independente de que coisas fazemos, como trabalhamos, dentro
obviamente da legalidade necessária, mas ninguém é superior a ninguém, e todos
são iguais perante a lei. O fato de não encontrarmos essa igualdade pesa a
justiça a razão direta da questão da liberdade. Se esta começa onde termina a
do outro, que todos os homens livres partilhem pelo menos da mesma. Se alguém
ofende um homem ou uma mulher livres, se invadem o seu espaço de dignidade
social, temos que saber que isso é razão de retaliação por parte de
autoridades, pois hoje as coisas estão mais difíceis, e a pressão e stress já
fazem de tal forma parte do cotidiano que muitos absorvem e transformam o
rancor em violência. Daí vem o moto contínuo do treinamento. Um civil jamais
deve usar alguma vantagem de treinamento marcial ou psicológico para coagir ou
agredir um cidadão. A defesa é necessária, mas em caso de grave conflito deve-se
resolver isso na justiça, com os agentes que existem para tal. A mesma defesa
deve ser o diálogo, e é cabal sabermos que a ingestão de álcool ou drogas
predispõe que os cidadãos não ajam muito de acordo com a civilidade necessária,
que deve estar vinculada à serenidade e lucidez. Devemos ser diplomatas, mas,
por exemplo, nas questões raciais ou étnicas, deve o cidadão denunciar, não
apenas o vitimado pela ofensa, mas aquele que a testemunhe, para autoridades
competentes, para que a mácula do rancor não fique contida na psique muitas
vezes frágil do ser agredido, como no casos das doenças mentais igualmente,
onde o preconceito por vezes é ignorado como algo normal e por vezes até
engraçado.
Deve-se saber, portanto, que nas
relações humanas devemos estar preparados a nos situar na esfera do desprendimento,
na plataforma da humildade coerente, como a noção de que somos mais um cidadão –
seja quem formos – no mundo, e não acharmos que determinada posição ou
hierarquia possa ser estendida sobre grupos ou minorias que não façam parte da
vida que levamos em pauta nesse tipo de poder que nos concedem aqueles que
mantém a ordem, pois não bastará termos esta se não houver a harmonia social do
coletivo.
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