terça-feira, 1 de novembro de 2016

UM OLHAR À NATUREZA

            Quiçá triste é vermos que não vimos a Natureza... Mas Ela está presente sempre, em nossas veias, na matéria do concreto, no seio das águas, pois nunca seremos os mesmos quando acharmos que Dela não fazemos parte. Passa-se em nossa cabeça tudo da virtualidade, toda a genética de um sistema, tudo aparentemente mapeado, mas não há mapa nem registros naquela onda solitária que se transforma em milhares, e vem salpicar os barcos pequenos com as marolas, ou irromper em um casco de grande calado em suas vagas oceânicas. A onda não é uma, a onda por vezes é uma amplitude, por outras resultado de verdadeiros abalos, e não é empírica e nem virtual, posto não querermos alcança-la em sua plenitude, filha de sua mãe, a própria Natureza. Quem dera soubéssemos da força Desta, quem dera A partilhássemos com todos, mesmo os incautos, mesmo os de sobrecasaca tecnologicistas. Falaremos da natureza em minúsculas, posto agora veremos um inseto que galga rente às folhas de um arbusto, sob uma câmera oculta multicores em HD e em grande profusão de detalhes, mas que não abraça a sombra onde está o ser. O ser de onde somos o inseto, o ser que somos vida e não objetos, a câmera humana que não há, a imagem que não controla o infinito da finitude consciente... Esse é um leve olhar, e não é um olhar de varredura, não abarca nenhuma área, e sua profundidade de campo é maior do que todas as produções cinematográficas, posto fato, circunstância, realidade e Verdade! Que possa a poesia abraçar um pouco, talvez, mas que seja, a poesia é linda como a vida da arte em que alguns ainda acreditam que exista na ciência de nossos espíritos.
            Algo de olhar nos olhe, mas que não necessariamente possuamos todas as lentes, posto a mosca ser multifocal em sua geodésica íris em sua permanente visão de quase trezentos graus de alcance. Um grande olhar da águia: que a águia não é um símbolo de poucos, apenas um animal a mais, nem superior nem inferior, mesmo em sua magnitude imperial, a um lambari de lago. Posto não possuir ego, pensa distintamente, em seu voo, e é rápida, não como o mergulho do falcão peregrino, mas como um lambari dos ares, se arredondarmos os meios em que se encontrem. Que o olhar da natureza nos olhe, por nós, abusada espécie desavergonhada, espécie de si mesma desavergonhada... A crítica serve a que nos tornemos mais humildes, pois a lesma está sabendo muito de vida e, lenta, já está percorrendo por sua consciência mais do que o homem. Hominis vici, vindi, hommus perdue! Perdoem a conversa errada, mas a paz é sobremaneira importante, e fazer uso de um latim algo saudosista de fato ausente é um brincante algo a se permitir de uma cidadania um-pensante... Um de vigília, quem dera, mas há conformações médicas, e precisamos da medicina social para sabermos o diagnóstico de nossos erros, e pensar em medicina brasileira seria muito salutar! Não queiramos correr aos negócios, apenas se negociar de forma saudável gere melhores condições a todos. Como um fato: o tratamento da água, o saneamento dos dejetos, e a busca fremente de outros recursos energéticos. Creio que é chover no molhado, pois quando falamos de negócios nos vem à cabeça o ganhar-se, e para ganharmos temos que competir, e para competirmos temos que igualmente perder, e se perdermos muito, não há contemplações maiores para um looser. Usarmos de uma lógica de predadores em seus quintais ou zoos que os estudem para aplicar nos sistemas compartilhados na imensa globalização microexistencial no mínimo é sabermos que sem neologismos não poderemos defender com exclusividade onde residem os erros infelizmente já diagnosticados, mas como doenças degenerativas, ou cânceres de genoma – auto explicativos. Poderia se dizer algo de derivado, um derivativo, mas as pessoas não os podem compreender, quanto menos diletantes autores.
            Passemos por olhar melhor a natureza, esta, em capitular maior ou não em seu sincrético tipográfico. Justo que não haja hierarquias verbais, pois o que demanda ao poder será melhor se houver a sabedoria de não hierarquizar o pensamento, já que este, quando conectado ao planeta, se distancie, por graça, do que seja melhor ou pior, do maniqueísmo imposto, das feras em suas guerras: declaradas e concretas, ou inibidas por rancores isolados ou coletivos... Partir-se para uma luta insana já faz parte de uma cartilha desconexa, e o social felizmente já é tão importante quanto o afeto de um ser humano a um bicho, já que a consagração do amor está se tornando rara como encontrar um casamento autêntico, ou pessoas que não se achem mitos ou super-heróis. Um problema importante em nossa sociedade é vermos que existe um ator social que prediz ao sistema econômico de muitos lugares que a arte não existe mais, que o que há é o design, que o surrealismo já é obra do passado, e que o realismo do horror, espionagem e da guerra é o que nos resta como manifestação do cinema de nossos tempos.
            Repetirmos nosso olhar à natureza, à arte e à contemplação. Essa é uma das vias de paz interior. Mas preservar torna-se o sentido da vida, já que qualquer tipo de combate ou luta em nossos tempos tem se revelado de forma a mais vil possível, quando se trata de utilizar as comunicações e informações em paralelo com regimes totalitários que devemos prescrever que jamais nos alcancem. Essa é a síntese, o teor da questão. Viva quem contemple a paz, pois qualquer guerra é, como uma música andina fala, um monstro grande que pisa forte toda a inocência das gentes...

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