Quiçá
triste é vermos que não vimos a Natureza... Mas Ela está presente sempre, em
nossas veias, na matéria do concreto, no seio das águas, pois nunca seremos os
mesmos quando acharmos que Dela não fazemos parte. Passa-se em nossa cabeça
tudo da virtualidade, toda a genética de um sistema, tudo aparentemente
mapeado, mas não há mapa nem registros naquela onda solitária que se transforma
em milhares, e vem salpicar os barcos pequenos com as marolas, ou irromper em
um casco de grande calado em suas vagas oceânicas. A onda não é uma, a onda por
vezes é uma amplitude, por outras resultado de verdadeiros abalos, e não é
empírica e nem virtual, posto não querermos alcança-la em sua plenitude, filha
de sua mãe, a própria Natureza. Quem dera soubéssemos da força Desta, quem dera
A partilhássemos com todos, mesmo os incautos, mesmo os de sobrecasaca tecnologicistas. Falaremos da natureza
em minúsculas, posto agora veremos um inseto que galga rente às folhas de um
arbusto, sob uma câmera oculta multicores em HD e em grande profusão de
detalhes, mas que não abraça a sombra onde está o ser. O ser de onde somos o
inseto, o ser que somos vida e não objetos, a câmera humana que não há, a
imagem que não controla o infinito da finitude consciente... Esse é um leve
olhar, e não é um olhar de varredura, não abarca nenhuma área, e sua profundidade
de campo é maior do que todas as produções cinematográficas, posto fato,
circunstância, realidade e Verdade! Que possa a poesia abraçar um pouco,
talvez, mas que seja, a poesia é linda como a vida da arte em que alguns ainda
acreditam que exista na ciência de nossos espíritos.
Algo
de olhar nos olhe, mas que não necessariamente possuamos todas as lentes, posto
a mosca ser multifocal em sua geodésica íris em sua permanente visão de quase
trezentos graus de alcance. Um grande olhar da águia: que a águia não é um
símbolo de poucos, apenas um animal a mais, nem superior nem inferior, mesmo em
sua magnitude imperial, a um lambari de lago. Posto não possuir ego, pensa
distintamente, em seu voo, e é rápida, não como o mergulho do falcão peregrino,
mas como um lambari dos ares, se arredondarmos os meios em que se encontrem.
Que o olhar da natureza nos olhe, por nós, abusada espécie desavergonhada,
espécie de si mesma desavergonhada... A crítica serve a que nos tornemos mais
humildes, pois a lesma está sabendo muito de vida e, lenta, já está percorrendo
por sua consciência mais do que o homem. Hominis
vici, vindi, hommus perdue! Perdoem a conversa errada, mas a paz é
sobremaneira importante, e fazer uso de um latim algo saudosista de fato
ausente é um brincante algo a se permitir de uma cidadania um-pensante... Um de
vigília, quem dera, mas há conformações médicas, e precisamos da medicina
social para sabermos o diagnóstico de nossos erros, e pensar em medicina
brasileira seria muito salutar! Não queiramos correr aos negócios, apenas se
negociar de forma saudável gere melhores condições a todos. Como um fato: o
tratamento da água, o saneamento dos dejetos, e a busca fremente de outros
recursos energéticos. Creio que é chover no molhado, pois quando falamos de
negócios nos vem à cabeça o ganhar-se, e para ganharmos temos que competir, e
para competirmos temos que igualmente perder, e se perdermos muito, não há
contemplações maiores para um looser.
Usarmos de uma lógica de predadores em seus quintais ou zoos que os estudem
para aplicar nos sistemas compartilhados na imensa globalização microexistencial no mínimo é sabermos
que sem neologismos não poderemos defender com exclusividade onde residem os
erros infelizmente já diagnosticados, mas como doenças degenerativas, ou
cânceres de genoma – auto explicativos. Poderia se dizer algo de derivado, um
derivativo, mas as pessoas não os podem compreender, quanto menos diletantes
autores.
Passemos
por olhar melhor a natureza, esta, em capitular maior ou não em seu sincrético
tipográfico. Justo que não haja hierarquias verbais, pois o que demanda ao
poder será melhor se houver a sabedoria de não hierarquizar o pensamento, já
que este, quando conectado ao planeta, se distancie, por graça, do que seja
melhor ou pior, do maniqueísmo imposto, das feras em suas guerras: declaradas e
concretas, ou inibidas por rancores isolados ou coletivos... Partir-se para uma
luta insana já faz parte de uma cartilha desconexa, e o social felizmente já é
tão importante quanto o afeto de um ser humano a um bicho, já que a consagração
do amor está se tornando rara como encontrar um casamento autêntico, ou pessoas
que não se achem mitos ou super-heróis. Um problema importante em nossa
sociedade é vermos que existe um ator social que prediz ao sistema econômico de
muitos lugares que a arte não existe mais, que o que há é o design, que o
surrealismo já é obra do passado, e que o realismo do horror, espionagem e da
guerra é o que nos resta como manifestação do cinema de nossos tempos.
Repetirmos
nosso olhar à natureza, à arte e à contemplação. Essa é uma das vias de paz
interior. Mas preservar torna-se o sentido da vida, já que qualquer tipo de
combate ou luta em nossos tempos tem se revelado de forma a mais vil possível,
quando se trata de utilizar as comunicações e informações em paralelo com
regimes totalitários que devemos prescrever que jamais nos alcancem. Essa é a
síntese, o teor da questão. Viva quem contemple a paz, pois qualquer guerra é,
como uma música andina fala, um monstro grande que pisa forte toda a inocência
das gentes...
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