quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A VÉRTEBRA LUNAR

Veste-se de outros rumores a clássica demonstração das luzes
Que, tíbias, não encontramos nos poentes de nossa existência
Quando o que mais queremos é justamente urdir esperança nos povos...

Nua e crua, uma coluna de luz lunar nos pousa a fronte de vida
A saber que quando estamos com nossos reflexos nas atitudes
O mar acompanha nossos gestos, mesmo que por lá não se possua.

A se possuir, o que se diria de um verso na face de um olho d’água
Quando a poesia não quer propriamente assistir, mas acompanhar
O próprio rumor de que estamos navegando rumo à civilização!

De tantos mundos estes em que por vezes imaginamos apenas
Dentro do imaginar-se tanto que outras fazemos quase um filme
Onde os atores se revelam mais jovens do que a progenitura do diretor.

Poderemos saber de muitas coisas no mundo, quando nos situarmos
Em uma questão pontual, mas que as genéricas são igualmente boas
Quando a um entender soberano de um país com constituições sadias.

Pois que seja cristalino o verso, que de dentro da lua uma cratera espie
Quando vê que no planeta azul o mar é tão grande que se torna cepa
De onde brotam ervas onde os zangões vêm pousar por encima...

Quando menos esperaríamos que não fossemos mais tardios
A questão onde não encontramos mais as referências é que estas
Estão por todos os lugares: ao gesto do sol e à refulgência feminina lunar.

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