quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O NACIONALISMO E A DEMOCRACIA

            Obviamente um Estado patriota é aquele que protege seus interesses e hegemonia política em relação ao contexto de sua própria existência enquanto máxima instituição ao respeito e controle necessário de uma Constituição soberana e irmanada em todos os aspectos funcionais com os direitos humanos internacionais, nisso incluso o respeito à democracia, esta condição sine qua non a uma decência de Estado plural e livre, soberano, nacional, no que não nos diste de tudo o que a ciência nos permite, todos os nossos avanços, mas que sempre pensemos que podemos aprender com a tecnologia. Básica e surpreendente é a concepção de que o know how é algo em que devemos supor o nosso desenvolvimento, o mesmo conhecimento em que devamos botar fé, para sairmos da ideia de que nossas exportações tenham que valer por tonelada, já que a soja por vezes não nos paga um bom chip. A soja é cheap, barata, o chip é expensive, caro, conforme um dito inglês quiçá mal parafraseado no improviso que possa se fazer entender no mundo do comércio exterior. Essa é uma premissa, pois quem dera todos os países resolvessem os seus problemas de alimentação, com suas hortas comunitárias, seu uso apropriado da terra, orgânica, sem os pesticidas que nos impõe a indústria do petróleo, e os contrapontos que nos sobrevêm nas ondas que por vezes em nossa história – em maior parte delas – a ausência de um Governo nacionalista abre mão de nossas riquezas, e quem é rico não reclama, e quem é pobre se torna mais ignorante, dessa ignorância que é investida maciçamente por aqueles que desejam manipular as massas. No entanto, é assaz perigoso fazermos com base no conceito de um Estado Nacional um anátema de progresso, quando por vezes o que alcançamos é um tipo de plutocracia fascista que nos lota o falso insumo de sangrar da União seu pressuposto existencial mais importante, que é a liberdade de imprensa efetiva, por exemplo, e não a concessão eterna para um grupo de privilegiados que manipula a opinião pública e a faz refém do contexto do poder para si, engendrando um tipo de regime em que a população sequer passa a ter tempo de se manifestar contra os golpes de pequena envergadura, ou aqueles que totalizam a quebra de forma sistêmica de toda a estrutura democrática do país.
            A quem deseja o regresso por ira contra a esquerda ou direita, torna-se reptílico o saber da consciência para termos acesso a sermos ou não da direita ou da esquerda, quando não sabemos sequer a história da Europa, um quanto de filosofia, a saber, quando queremos exercer a liderança intelectual de movimentos libertários. A participação na democracia é o único modo de nos situarmos e entrarmos em consonância com o que acontece em nosso entorno, a saber, que sai das ruas o protesto – mesmo enquanto reptílico em sua impotente ira – mas que se torna importante pontuarmos a cooperação e a diplomacia para situar na presença da ordem a consciência tão necessária no plano de sociabilizarmos nossa inteligência para preservar a vida e agremiar a inquietação na busca de saudáveis lutas pela emancipação de nossos direitos, não apenas no combate ao racismo e uma infinidade de outros preconceitos, mas igualmente na reivindicação justa das diversas categorias que compõem o escopo social. Resta-nos vivenciarmos – mesmo com as limitações de nosso tempo – os aspectos do espaço que nos circunda, ampliando as suas vertentes de atuação, e é essa a participação que se torna urgente, não apenas naqueles que estão em seu trabalho, mas na União máxima de sermos um país continental, onde devemos pensar que é na riqueza e na pobreza o nosso casamento pelas prerrogativas dos movimentos sociais, onde se torna importante dedicar esforços a que a indústria como um todo se viabilize, e o diálogo entre as categorias se amplie mais e mais, no que seja de justo valor, no que queiramos esclarecer não apenas às massas das quais igualmente somos parte – que o somos todos o povo brasileiro – a que se apresente mesmo dos que residem sob o véu de seus pareceres sectários o mesmo debate a que aclarem uma vida na transparência cotidiana da justiça e empatia com o viver e sentir do “outro”... Nem que não possuamos as pernas que nos ensinem a contento o caminho, mas em se prosseguir que não temamos nossas ideias, pois é a partir de nossos ideais que tateamos à procura de nossas veredas, irmanados com companheiros de jornada, mesmo que a distância pontual nos encerre em nossas limitações.
            Essa é a grande questão existencial desse outro que somos nós, o que reverbera do sentimento imenso que possuímos dentro de nossas esperanças! Não poderá jamais passar por nossas cabeças a impressão que um grupelho que se chama ala conservadora do Congresso Nacional seja a última palavra do que realmente acontece em nossa nação. Nem será separando sul e norte que teremos mais um ponto na bússola, mesmos que por vezes esta faz-nos lembrar da imantada relação que aponta para seu mesmo norte magnético. Muitos se magnetizam por essa situação toda, da nossa relação com o continental norte, histórica relação não apenas imantada pela tirania passada, mas com continuidades sinistras que sempre devemos conhecer, e fazer-nos conhecer a si mesmo dentro de cada paradoxo, mesmo que para isso tenhamos que errar a concordância... A mais, que se deseje o desejado, hoje é um grande dia para o país, remete a um pleito fundamental. E, àqueles que não possam participar de forma mais contundente com a sua presença, que ao menos se tente compreender seu verbo, pois a continuidade das mudanças não para no estamento dos poderes falsamente constituídos, mas na continuidade das forças populares de transformação não apenas da matéria, mas na maestria da mudança consciente de seus atos!

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