quarta-feira, 24 de agosto de 2016

GALILEU MONTANHÊS


            Pérfida montanha, mas de longe era maravilhosa... Galileu passava perto de uma pedra, certa manhã, sempre observando a montanha. Aliás, uma serra grande, como se um tipo de cordilheira apontasse mais quente naquela Terra de qualquer século em milênio quase incerto, pois a velocidade era pausada, ou tremenda. Não que Galileu meditasse, mas que era um ser que amava a montanha, qualquer montanha, com seus verdes em que talvez um pintor desse mais os seus ares. Perto da pedra sem nome, quiçá ita no guarani ele encontrou uma planta de haste com uma única folha. Pediu a si mesmo uma argúcia cabal e voltou a se perguntar de onde sairia esse mistério. Ao lado da planta encontrou um pedaço pequeno de plástico, uns tantos de galhos pisados, uma touceira de bambus intactos, outras pedras, e outras pedras. E o plástico lhe sinalizava mais conforto de compreender, mas a planta com a única folha o desconhecera no olhar, quando de sua mirada quase de montanha mínima, subjacente, quase ínfima no real da floresta de um pequeno jardim entre rochas. Saberia dizer algo mais, mas que era um homem da montanha, enamorado perdidamente por ela, não poderia haver dúvidas. No entanto, a montanha o sacrificava, pois nunca envelhecia a sua posição, de sabermos que o antes está diante, e o diante do depois se reserva atrás de nossos tempos, haja vista que somos no tempo em que já o dissemos do que se está.

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